quinta-feira, 28 de julho de 2011

Educar: difícil tarefa

No atual e conturbado panorama do mundo faz-se necessário a reflexão em torno de alguns temas que são imprescindíveis para o ajuste do Espírito. Um deles é a intrincada questão da educação dos filhos. Sobre o assunto, educadores, filósofos, pensadores de uma forma geral, ocuparam-se e ocupam-se exaustivamente, tentando explicar as aparentes inexplicáveis situações de desajustes, buscando meios seguros de conduzir indivíduos ao equilíbrio.

Sabe-se que, teoricamente, a coisa pode até ser relativamente bem compreendida, mas quando transporta-se para o cotidiano, vê-se que muitas vezes a prática desmente a teoria. São complicadas situações que se apresentam, atordoando e deixando inseguros os pais em relação ao papel que exercem diante dos filhos. Nas situações de desgraça ou infortúnio qualquer, a dor maior é sempre aquela que dormita no íntimo da alma, numa pergunta que muitas vezes não se ousa verbalizar: o que fiz de errado?

Afinal, como educar? Como disciplinar sem ultrapassar os limites do respeito e da tolerância, já que infelizmente o conceito de disciplina em nossa sociedade está implicitamente ligado a coerção de liberdade? Terá uma fórmula? Atualmente, lidar com a educação de um filho pode se tornar um tormento. Na verdade, em muitos casos, trata-se de um duelo em condições desiguais, uma vez que o mundo materialista, com seus inúmeros atrativos, exerce uma influência às vezes extremamente perniciosa nesse processo. A estrutura da sociedade atual exige dos pais determinadas posturas e atividades que, se não forem encaradas com o devido cuidado, distancia sobremaneira a ação benéfica de suas presenças na formação do filho. Este, por sua vez, sem muita saída, permanece horas e horas diante de uma TV que deseduca sistematicamente. Hoje a grande discussão em torno deste assunto é se a violência na mídia exerce ou não um papel de importância na formação da criança e embora as diferentes opiniões a respeito, o bom senso nos impele a ter cautela redobrada com esta inconveniente e às vezes indesejável companhia.

Busca-se entender qual a real responsabilidade dos pais diante da formação de seu filho. Sabe-se que a paternidade é talvez um dos mais graves compromissos que se assume. É dos pais a responsabilidade de conduzir aquele Espírito na senda do progresso, saneando-lhes os males, aparando os espinhos de sua personalidade, mostrando-lhe a diferença entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, incutindo-lhe no coração o sentimento de amor ao próximo, o respeito ao direito dos outros, dando-lhe noções de liberdade, fraternidade e igualdade entre os homens. Mas, pergunta-se: têm-se condições para isso? Certamente não. Afinal tudo isso se resume no exercício de amor ao próximo, coisa que o mundo está bem longe de compreender.

Entretanto, é fato concreto que se têm filhos e que deles têm-se que cuidar com zelo. É tarefa importante e cabe aos pais procurar instruir-se para que possa instruir. Sem condições morais não poderá desempenhar a missão com serenidade, pois faltar-lhes-á a coisa mais importante para estruturar sua ação que é a autoridade moral. Não se pode mais fazer de conta que as coisas estão bem e que os filhos podem ficar à mercê de influências externas sem consequências. O que acontece no mundo de hoje não pode mais ser atribuído somente à ignorância do Espírito, pois o impressionante avanço das últimas décadas nos fala que aqui habitam homens com condições de aprender as leis básicas que devem conduzir a humanidade. No entanto, pratica-se outra lei, aquelas que geram os impressionantes números de desigualdades e injustiças sociais no mundo inteiro .

Que fazer diante do fato de uma criança de seis anos que descarrega uma arma em outra da mesma idade? Não se pode atribuir culpa desta tragédia a ninguém a não ser a uma sociedade doente e que caminha para sua própria destruição por ter construído seus alicerces nas malhas podres da ambição e poder. Em nosso país coisas piores acontecem todos os dias nos "bastidores" da vida, sem que se dê a adequada atenção.

Pode-se lamentar a situação de miséria moral em que se vive, mas deve-se ter em mente que nada mudará se o homem não absorver de uma vez por todas sua condição de imortalidade e da inexorabilidade da lei. Todas as coisas são fruto da forma com o homem encarou a vida até então. Os filhos estão aí e anseiam por pais que os possam conduzir com segurança rumo ao futuro. A fórmula? Não existe, mas há um código de conduta que dá aos que o compreendem a firmeza necessária para instruir com autoridade. É o Evangelho de Jesus, no mundo há séculos, mas sem a devida importância. Soubesse o homem a responsabilidade que tem diante da vida trataria de encará-la com mais seriedade.

A educação dos filhos, portanto, depende antes de tudo da moralização dos pais. Não há como enfrentar a tarefa educativa de um Espírito sem a devida consciência da grande responsabilidade assumida. A Doutrina Espírita trouxe ao mundo as respostas para suas mazelas, mas é bem pouco compreendida. Se os homens procurarem alicerçar suas vidas nesses ensinos, terão mais facilidade para compreender as dificuldades advindas das relações familiares, por vezes tão dramáticas, mas se bem vividas funcionam como uma grande alavanca para o progresso do Espírito imortal.

OBS:este texto foi publicado em 03/03/2000. Faça uma análise para os dias atuais e verifique se houve mudanças para melhor ou pior!!!!!!!

Vanda Simões
Sedentarismo

Cerca de 70% da população mundial sofre os riscos do sedentarismo, responsável por mais de 50% das mortes por infarto

A falta de exercício pode ser um fator de risco tão grave para o coração quanto a hipertensão, diabetes, tabagismo, colesterol alto ou obesidade - e, se associado a esses, pior ainda. Para se ter uma ideia, de acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, 70% da população mundial é sedentária. E a falta de atividade física, somada a uma alimentação não-balanceada, é responsável por 54% do número de mortes por infarto. Já um estilo de vida ativo pode ajudar a reduzir o risco de morte em até 40%.

- Por que estilo de vida ativo faz tão bem à saúde?
"Isso porque a atividade física ajuda a baixar os níveis de colesterol e melhorar o controle do diabetes, além de auxiliar no equilíbrio da pressão arterial e melhorar a capacidade respiratória", explica o cardiologista Marcos Bubna. "São atividades simples, como caminhada, corrida, natação ou andar de bicicleta, que podem salvar muitas vidas", completa.

- Qual o mínimo de atividade física para deixar de ser sedentário?
O ideal, segundo os parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é praticar uma atividade aeróbica pelo menos quatro dias por semana, com um mínimo de 40 minutos de duração, que podem ser divididos em dois ou três períodos diários. "Antes de iniciar seu programa de atividade física é muito importante um bom check-up do coração, um eletrocardiograma, o teste de esforço e a consulta com um cardiologista. Esse cuidado pode dar muito mais segurança ao exercício e para prevenção cardíaca", reforça Bubna.

A Associação Brasileira de Qualidade de Vida defende, inclusive, que os executivos que se exercitam tendem a render mais no trabalho. Tanto, que algumas empresas chegam a adotar programas de incentivo para combater o sedentarismo - como adotar as escadas no lugar do elevador para subir.

Veja algumas dicas simples para deixar o sedentarismo de lado
- Adotar quatro dias na semana para fazer uma caminhada. Além dos benefícios para o coração, a prática ajuda no bem-estar;
- Preferir as escadas ao invés do elevador;
- Estacionar o carro em um local um pouco mais distante do destino;
- Dispensar a escada rolante nos shoppings;
- Levantar para falar com o colega, ao invés de chamá-lo pelo telefone ou pelo computador.

(Fonte: UOL)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

PALESTRA SOBRE TENSÃO EMOCIONAL REALIZADA NO NAEEJA:


Na segunda-feira dia 18/07 foi realizada com Orson Peter Carrara da cidade de Matão a palestra cujo tema foi Tensão Emocional.
O público presente ficou atento às colocações feitas pelo palestrante que deixou uma lição de vida para todos nós, ou seja, ter uma vivência sem ressentimentos, os benefícios do perdão para quem o oferece, o uso do dever para consigo (moral, intelectual e físico) e também para com o
próximo. Pense, aja e sinta-se melhor para ser feliz.
O tema é bastante amplo e para conhecer todo o enfoque veja a palestra no site: www.orsonpetercarrara.blogspot.com
 ou adquira o livro em nossa Livraria. Veja algumas fotos do evento:





       

segunda-feira, 11 de julho de 2011

DEUS
 
1 –Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec aborda como tema inicial a existência de Deus. Alguma razão especial?

Deus é a idéia primeira, a base de nossas convicções religiosas e de nossa orientação moral. Sem um Criador com objetivos definidos para a Criação, sem uma meta a alcançar, a Vida perde o sentido.

2 – A existência de Deus é um princípio de fé, uma idéia religiosa. Não compromete a racionalidade em que se situa o Espiritismo?

O objetivo da Doutrina é exatamente dar à crença uma substância de racionalidade, como bem exprime o próprio Codificador na máxima: Fé verdadeira é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas. Kardec instituiu o princípio da fé racional.

3 – Pesquisas constatam que perto de cem por cento dos brasileiros acreditam em Deus, na sobrevivência da alma e nas conseqüências das ações humanas. Essa crença parece não repercutir em seu comportamento. Prevalecem mentiras, traições, adultérios, corrupção, vícios, isso sem falar dos que se dedicam ao crime. Como explicar essa contradição?                    

A crença em Deus é algo superficial, distante para o homem comum. A própria noção de que há uma justiça divina, que premia os bons e castiga os maus, não chega a repercutir no comportamento dos religiosos.
4 –  O Espiritismo consegue superar esse descompasso entre a crença e a vivência?

Sem dúvida. Num primeiro momento, a Doutrina racionaliza a idéia de Deus, a partir da resposta do mentor espiritual a Kardec, na questão número quatro: podemos provar a existência de Deus considerando que não há efeito sem causa. O Universo é um efeito inteligente. Forçosamente, tem uma causa inteligente.

5 –       E num segundo momento?

Mostra-nos de forma clara e objetiva como é a Vida Espiritual e o que nos espera, se não atendermos à ordem universal, disciplinando nosso comportamento.

6 – Parece não haver espaço entre os cientistas para a idéia de um Criador. Concebem que o Universo construiu-se a si mesmo, atendendo às leis que o regem.
Incrível que pessoas tão inteligentes desenvolvam raciocínios tão simplistas! Se o Universo criou-se a si mesmo, atendendo às leis que o regem, quem fez essas leis, quem as sustenta, quem as faz funcionar? Como dizia Tomaz de Aquino, se tudo é movimento na Vida Universal, desde o verme que nas profundezas do solo o fertiliza, aos mundos que se equilibram no espaço, forçosamente há um motor parado, que sustenta essa movimentação. Por isso Voltaire, não obstante sua irreverência, proclamava: Se Deus não existisse seria preciso inventá-lo.

7 – Como é Deus, sob o ponto de vista espírita?

O Deus mostrado pelo Espiritismo é o mesmo pai  generoso revelado por Jesus, que aponta caminhos, acenando-nos com um glorioso porvir.

8 – A tradição religiosa sugere um pai à moda de Moisés. Misericordioso com aqueles que o obedecem, não vacila em castigar com requintes de crueldade os desobedientes.  É assim para o Espiritismo?

Deus não castiga ninguém. O suposto castigo divino, quando nos transviamos, é apenas uma reação da nossa própria consciência. Fomos programados para o Bem. Quando nos envolvemos com o mal é como se agredíssemos a nós mesmos, habilitando-nos a sofrimentos regeneradores.

Livro A presença de Deus

RICHARD SIMONETTI
ARTIGO: CORRUPÇÃO

1 – Sucedem-se os governos no Brasil e perpetua-se a corrupção, em todos os níveis de atividade, na área pública e privada. Está na alma do brasileiro?

A corrupção está na alma da Humanidade, excrescência do comportamento egoístico que caracteriza os habitantes deste planeta de provas e expiações. A preocupação exacerbada com o próprio bem-estar e, no caso, com os patrimônios materiais, inspira e sustenta a desonestidade.

2 –  Mas essa tendência parece ser mais forte em nosso país.

A tendência é universal. Ocorre que em países desenvolvidos é controlada e punida. A impunidade no Brasil, principalmente em relação aos que mais se comprometem com a corrupção, é assustadora. Com raras exceções, somente os pobres vão parar na cadeia.

 3 –  No seu entender, quais as medidas que deveriam ser tomadas pelo governo?

Compete-lhe aprimorar os controles e instituir mecanismos que levem à punição exemplar dos infratores. Mas isso não basta, já que sempre haverá espertos capazes de burlar as leis. A educação orientada para a cidadania é o caminho mais acertado, estabelecendo controles a partir da consciência de que ser cidadão é, acima de tudo, respeitar as leis.

 4 –  E quanto ao Espiritismo?

Há duas frentes de ação, inspirando a honestidade. Em primeiro lugar, também a educação, não a formal, mas a educação espiritual. Com a consciência de que somos Espíritos imortais em jornada de evolução na Terra, onde nos compete combater os impulsos egoísticos que favorecem a corrupção, somos decisivamente estimulados a respeitar as leis.

 5 – E a segunda frente?

Mostrar que todos responderemos por nossas ações quando retornarmos ao Mundo Espiritual, em observância plena à advertência de Jesus de que a cada um será dado segundo suas obras (Mateus, 16:27). Quem está consciente dessa realidade será sempre o fiscal incorruptível de si mesmo.

 6 –  Essa advertência está presente em todas as religiões, sem muita ressonância na alma dos fiéis. Por que o Espiritismo seria mais convincente?

As noções das religiões tradicionais sobre a vida espiritual são fantasiosas. Falam das coisas do Além, a partir de especulações dos que vivem na Terra. O Espiritismo fala a partir de informações dos que lá vivem, mostrando de forma clara e incisiva as consequências do comportamento humano. O saber é sempre mais incisivo do que o imaginar.

7 –  Qual seria o castigo da corrupção?

Diz Dante, em A Divina Comédia, que os adeptos do princípio com dinheiro, qualquer não vira um sim, vão parar numa vala de piche fervente, no inferno, atormentados por demônios perversos. Suas fantasias guardam algo da realidade espiritual. Em O Céu e o Inferno, Allan Kardec reporta-se a Espíritos comprometidos com o erro, o vício, o crime, a desonestidade, enquanto encarnados. Inúmeros deles descrevem, em manifestações mediúnicas, seus tormentos morais, piche fervente em suas consciências, reunidos, por afinidade, em correspondência à natureza de seus crimes, em tenebrosos vales de sofrimento.

 8 –  A honestidade seria o passaporte para regiões mais amenas?

Sim, mas não basta cumprir as leis dos homens. Sobretudo, é preciso ser honesto perante Deus, como explica o Espírito Joseph Brê, dirigindo-se à sua neta, na obra citada: Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor a Deus e ao próximo.

RICHARD SIMONETTI
FOCALIZANDO O TRABALHADOR ESPÍRITA
DEUSA SAMU
DEUSA SAMU (ACERVO PARTICULAR)
ENTREVISTA PARA ISMAEL GOBBO AO
NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA

A entrevistada Deusa Samu, reside na cidade de São Paulo, onde trabalha em clinica de psicologia e em hospitais. É autora de três livros e, como espírita, freqüenta o Centro Espírita Seara Bendita onde atua em diversos setores. Deusa, uma excelente oradora, proferiu mais de mil palestras pelo Estado de São Paulo.

Deusa poderia nos fazer sua apresentação?
Nasci no Piauí, na cidade de Piripiri que é o nome de um capim utilizado para alimentar gado. Meu pai bem rígido por ser militar nos educou tendo como regime esse parâmetro. Éramos católicos e íamos à missa sempre, aliás, era nosso único passeio já que a cidade não tinha muito a oferecer. Fiz catecismo, primeira comunhão e crisma. Fui catequista bem cedo porque me destacava na oratória junto aos colegas. Tenho duas irmãs e um irmão que é evangélico. Fui casada 20 anos e tive três filhos: Rodolfo, Rafael, este já desencarnado, e Paulo que atende pelo apelido de Ném.

Qual a sua formação acadêmica e profissional?

Tenho formação em psicologia com especialização nas áreas de hospitalar, luto e UTIs. Possuo licenciatura em Antropologia, Sociologia e Filosofia. Estou pós graduada em Tanatologia (educação para a morte) pela USP. Trabalho há 10 anos atuando na Clínica e em hospitais. Escrevi e lancei no mercado 3 livros: “Almas no divã”, “Casos pensados” e “Falo, logo me liberto”. Ministro palestras em instituições em geral.

Como conheceu o Espiritismo e desde quando é Espírita?

Conheci o Espiritismo através de uma amiga que muito me ajudou num momento muito difícil da minha vida e passei a estudar a Doutrina desde então.

Poderia nos descrever sua trajetória de atuação no Movimento Espírita?

Fiz todos os cursos indicados pela Federação (Básico, Educação mediúnica, Educação evangélica, Especialização para expositor de ensino e de evangelho, Orientador espírita para atendimento fraterno). Já são 26 anos de atuação. Ministrei mais de mil palestras pelo estado de São Paulo.

A que casa espírita está vinculada presentemente e quais atividades que desenvolve?
Estou vinculada à Seara Bendita, na qual trabalho ministrando cursos na Área de Ensino (sábados à noite), palestras na Área de Assistência Espiritual (quartas à noite) e faço parte da equipe de coordenação da Reunião de Pais (sábados à tarde). Nosso Centro conta hoje com 5.300 alunos inscritos nos cursos que oferecemos. Passam pela nossa Assistência Espiritual (passes) 3.200 assistidos por semana.

Como tem aplicado seus conhecimentos espíritas em sua profissão?

Sempre trabalhei tendo como referência fundamental que à minha frente no setting terapêutico está um Espírito que traz consigo uma bagagem anterior, que tem uma tarefa definida neste planeta e que caminha para a Luz. E isso faz toda a diferença. Procuro sempre aplicar a máxima do Cristo “faça ao outro aquilo que quer para você”

Quais os assuntos que aborda em suas palestras e seminários?
Qualquer passagem evangélica sempre aliando meus conhecimentos intelectuais/acadêmicos adicionados à experiência diária. Porém os assuntos de maior demanda são sempre aqueles relacionados à família, nos quais contemplo a maternidade e paternidade como missão conforme duas perguntas de “O livro dos espíritos”, as de números 208 e 582.

Você tem feito estudos sobre EQM com pacientes?

Não. Tenho estudado muito esse assunto. Participei de vários congressos e tenho como referência Raymond Mood, Melvin Morse, Ian Stevenson e Keneth Ring

Poderia nos relatar algum caso que reputa interessante?

Sim. Esse relato consta do meu primeiro livro “Almas no divã”. Era carnaval, eu passava visita na UTI e um colega médico me alertou que seria desnecessário passar no leito 323 por tratar-se de um “DF” (diagnóstico fechado, não há o que fazer). Eu ignorei completamente a fala do colega e fiz o atendimento normalmente apesar da pessoa daquele leito não ter dado nenhum sinal. Fui para a folga e quando retornei na quarta feira de cinzas a enfermeira chefe da UTI me recebeu com espanto dizendo que a “DF” havia voltado. Fui passar a visita e ao me identificar, a paciente disse que sabia quem eu era, que havia ouvido tudo que eu dissera quando ela estava no coma e que queria que eu explicasse o que significava “DF”. Eu a abracei e disse rindo que “DEUS É FENOMENAL”.

Que recomendação faz quando percebe que o paciente está sendo vitimado por uma obsessão? Indica, por exemplo, um tratamento espiritual?

Normalmente pergunto se o paciente professa alguma religião e, nesse sentido, o oriento a buscar acolhimento espiritual na sua igreja porque os bons espíritos quando evocados se fazem presentes sempre.

Como tem enxergado a relação entre pais e filhos?

Os pais andam desorientados e necessitam buscar conhecimentos na área da psicologia do desenvolvimento e faz-se imprescindível conceber Deus de alguma maneira visando a evolução dos espíritos que estão filhos carecendo de referências bem consolidadas moralmente.

Os limites precisam ser observados?

Sim. Como disse André Luiz “Se não acreditas em disciplina, observa um carro sem freios.” Urge que sejamos faróis nas vidas dos nossos filhos apontando o caminho da evolução sempre no bem.

E quando eles não são aceitos como devem agir os pais?

Quando eles são colocados desde tenra idade, dificilmente serão contestados. Por outro lado, devemos considerar que nossos filhos são espíritos, os seres inteligentes do Universo, portanto funcionam como alavancas para revermos nossos próprios paradigmas e aprendermos sempre juntos.


quinta-feira, 7 de julho de 2011

CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA DO MÊS:

RETALHOS DE NOSSAS EXISTÊNCIAS
Ditado pelo Espírito Acacius, psicografado pela médium Hede Maria da Silva Nogueira

A história central deste romance de autoria do Espírito de Juvenal Carneiro, que o assina com o pseudômino Acacius, se inicia alguns anos antes da Aboliução da Escravatura no Brasil e mostra a luta de um grupo de jovens idealistas que cooperaram, dentro de suas possibilidades, para que a escravidão fosse erradicada de nossa legislação.
Psicografada pela médium mineira Hede Maria da Silva Nogueira em reuniões realizadas no Centro Espírita "Amor ao Próximo", de Leopoldina (MG), o valor desta obra está no teor da mensagem, na saga de um Espírito que após muitas quedas consegue, enfim, iniciar o longo caminho de sua redenção através de lutas e sofrimentos e da vivência dos princípios evangélicos.
O drama de Georgina, jovem escrava então grávida trocada por uma dívida com um fazendeiro vizinho, e a ansiedade de Clarinha, raptada pelo escravo Jorge e levada para um quilombo distante, são algumas das peripécias deste romance, que assinala, juntamente com "Memórias de Padre Vitor", de Ana Paula Cazetta, a estréia no cenário editorial brasileiro da Editora Leopoldo Machado.
Boa leitura!

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COMPLETANDO A MISSÃO
Devo ter atirado pedras na cruz! – suspirava um amigo, reclamando da vida.

Embora remotíssima essa possibilidade, não há dúvida de que há, em suas atribulações, algo relacionado com compromissos de resgate. É o empenho compulsório por consertar estragos em sua biografia espiritual.

Uma família complicada…

Uma limitação física…

Uma doença grave…

Uma dificuldade financeira…

Uma situação problemática…

Tudo isso, quando não resultante das imprudências do presente, tem sua origem nos comprometimentos do pretérito. É a cobrança das dívidas que contraímos nos Bancos da Vida, em saques desatinados de vícios e inconseqüências.

Não é difícil chegar a essa conclusão, tão bem explicitada pela Doutrina Espírita, à luz da Reencarnação e da Lei de Causa e Efeito.
***
Obviamente, nem tudo é resgate.

À medida que o Espírito evolui e toma consciência das metas que lhe compete alcançar, prevalecem, em seus mergulhos na carne, as iniciativas no Bem e na Verdade, em aprimoramento incessante.

Integra-se nas harmonias do Universo, não mais por mero estímulo da Dor; muito mais sob inspiração do Amor, a lei suprema.

Nesse empenho, nem sempre determinadas realizações concretizam-se numa única existência, mesmo porque pedem o concurso do tempo, no desdobrar dos séculos, para que sejam aceitas e assimiladas pela Humanidade.

Faço essas digressões a partir de uma leitura sobre Samuel Hahnemann (1755-1843), que instituiu a ciência homeopática.

Similia similibus curantur (os semelhantes são curados pelos semelhantes), este o seu princípio básico.

Hahnemann formulou esse axioma ao perceber que as doenças podem ser tratadas com substâncias minerais, vegetais ou animais que provocam sintomas semelhantes, quando aplicadas em pessoas saudáveis.

No desdobramento de seus estudos, concluiu que a substância selecionada deveria ser ingerida em quantidades mínimas, diluídas e dinamizadas pela trituração e a agitação. E quanto mais numerosas as diluições, efetuadas sucessivamente, acompanhadas de dinamizações, mais profunda a ação medicamentosa.

Em altas dinamizações nada restaria da substância original.

Por isso há quem imagine a homeopatia como uma agüinha, mero placebo. Os efeitos dependem da convicção do paciente, a admitir sua eficácia.

Um médico amigo, cético, caçoava:

A homeopatia funciona sim, mas é preciso muita fé! Aquela de transportar montanhas!

Mas não sabia explicar por que a homeopatia beneficia animais e é hoje usada por muitos veterinários.

Modernos métodos de pesquisa, com aparelhos altamente sofisticados, demonstram que mesmo nas diluições mais altas permanecem traços da substância original na estrutura molecular do medicamento.

E o mais importante : de acordo com os princípios espíritas, concebe-se que as dinamizações liberam um componente energético que atua diretamente no perispírito. Daí a ação eficiente da homeopatia em problemas crônicos, cuja origem está em desajustes do corpo espiritual.

Na atualidade, a par das idéias espíritas, os princípios da homeopatia difundem-se rapidamente. A cada dia, mais médicos superam a acanhada idéia de que se trata de uma aguinha, para reconhecer na homeopatia um poderoso instrumento de cura.

***

Antes de Hahnemann, um outro médico concebeu, em embrião, os mesmos princípios: Philippus Aureolus Theophrastus Bombast Von Hohenheim, ou, como seria conhecido, Paracelso (1493-1541).

Paracelso era partidário do vitalismo. Os fenômenos vitais estariam subordinados à ação de uma força situada fora do organismo.

Olha aí, leitor amigo, o perispírito, a forma e a sustentação da forma física!

As substâncias medicamentosas deveriam ser eterizadas, buscando-se a alma do medicamento, para atingir esse organismo extracorpóreo, onde estariam as causas dos males do paciente.

Paracelso não teve tempo para avançar em suas teorias , nem havia campo para elas. Enfrentou forte oposição, porquanto era contrário ao receituário indiscriminado, que fazia a riqueza dos boticários, tanto quanto faz a riqueza, hoje, dos laboratórios.

***
Analisando a biografia desses dois nomes respeitáveis da Medicina, à luz da reencarnação, e com base em informações da espiritualidade, podemos dizer que estamos diante do mesmo Espírito.

Paracelso voltou como Hahnemann.

Veio completar o seu trabalho, em época mais receptiva à expansão de suas idéias, embora enfrentando, ainda, forte oposição.

Após fixar as bases da homeopatia, Hahnemann daria outra contribuição marcante, a partir da espiritualidade, participando da codificação da Doutrina Espírita.

Em Obras Póstumas há a transcrição de duas consultas feitas por Kardec a Hahnemann a respeito de questões doutrinárias.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo há belíssima mensagem do médico alemão, alertando quanto à falsa idéia de que o temperamento é algo imutável, o que justificaria todos os erros e vícios e situaria por inútil qualquer esforço em favor de nossa renovação.

Fácil perceber por que o grande benfeitor colaborou com Kardec.

Estava ciente do elementar:

Assim como é possível curar o corpo medicando o perispírito com a homeopatia, é possível mudar o Espírito educando o Homem com a Doutrina Espírita.

Richard Simonetti
ENCONTRO EM HOLLYWOOD

Caminhávamos, alguns amigos, admirando a paisagem do Wilshire Boulevard, em Hollywood, quando fizemos parada, ante a serenidade do “Memoriam Park Cemetery”, entre o nosso caminho e os jardins de Glendon Avenue.

A formosa mansão dos mortos mostrava grande movimentação de Espíritos libertos da experiência física, e entramos. Tudo, no interior, tranqüilidade e alegria.

Os túmulos simples pareciam monumentos erguidos à paz, induzindo à oração. Entre as árvores que a primavera pintara de verde novo, numerosas entidades iam e vinham, muitas delas escoradas umas nas outras, à feição de convalescentes, sustentadas por enfermeiros em pátio de hospital agradável e extenso.

Numa esquina que se alteava com o terreno, duas laranjeiras ornamentais guardavam o acesso para o interior de pequena construção que hospeda as cinzas de muitas personalidades que demandaram o Além, sob o apreço do mundo. A um canto, li a inscrição: “Marilyn Monroe – 1926-1962.” Surpreendido, perguntei a Clinton, um dos amigos que nos acompanhavam:

- Estão aqui os restos de Marilyn, a estrela do cinema, cuja história chegou até mesmo ao conhecimento de nós outros, os desencarnados de longo tempo no Mundo Espiritual?

- Sim – respondeu ele, e acentuou com expressão significativa: - não se detenha, porém, a tatear-lhe a legenda mortuária...Ela está viva e você pode encontrá-la, aqui e agora...

- Como?

O amigo indicou frondoso olmo chinês, cuja galharia compõe esmeraldino refúgio no largo recinto, e falou:

- Ei-la que descansa, decerto em visita de reconforto e reminiscência...

A poucos passos de nós, uma jovem desencarnada, mas ainda evidentemente enferma, repousava a cabeça loura no colo de simpática senhora que a tutelava. Marilyn Monroe, pois era ela, exibia a face desfigurada e os olhos tristes. Informados de que nos seria lícito abordá-la, para alguns momentos de conversa, aproximamo-nos, respeitosos.

Clinton fez a apresentação e aduzi:

- Sou um amigo do Brasil que deseja ouvi-la.

- Um brasileiro a procurar-me, depois da morte?

- Sim, e porque não? – acrescentei – a sua experiência pessoal interessa a milhões de pessoas no mundo inteiro...

E o diálogo prosseguiu:

- Uma experiência fracassada...

- Uma lição talvez.

- Em que lhe poderia ser útil?

- A sua vida influenciou muitas vi das e estimaríamos receber ainda que fosse um pequeno recado de sua parte para aqueles que lhe admiram os filmes e que lhe recordam no mundo a presença marcante ...

- Quem gostaria de acolher um grito de dor?

- A dor instrui...

- Fui mulher como tantas outras e não tive tempo e nem disposição para cogitar de filosofia.

- Mas fale mesmo assim...

- Bem, diga então às mulheres que não se iludam a respeito de beleza e fortuna, emancipação e sucesso... Isso dá popularidade e a popularidade é um trapézio no qual raras criaturas conseguem dar espetáculos de grandeza moral, incessantemente, no circo do cotidiano.

- Admite, desse modo, que a mulher deve permanecer no lar, de maneira exclusiva?

- Não tanto. O lar é uma instituição que pertence à responsabilidade tanto da mulher quanto do homem. Quero dizer que a mulher lutou durante séculos para obter a liberdade... Agora que a possui nas nações progressistas, é necessário aprender a controlá-la. A liberdade é um bem que reclama senso de administração, como acontece ao poder, ao dinheiro, à inteligência...

Pensei alguns momentos na fama daquela jovem que se apresentara à Terra inteira, dali mesmo, em Hollywood, e ajuntei:

- Miss Monroe, quando se refere à liberdade da mulher , você quer mencionar a liberdade do sexo?

- Especialmente.

- Por quê?

- Concorrendo sem qualquer obstáculo ao trabalho do homem, a mulher, de modo geral, se julga com direito a qualquer tipo de experiência e, com isso, na maioria das vezes, compromete as bases da vida. Agora que regressei à Espiritualidade, compreendo que a reencarnação é uma escola com muita dificuldade de funcionar para o bem; toda vez que a mulher foge à obrigação de amar, nos filhos, a edificação moral a que é chamada.

- Deseja dizer que o sexo...

- Pode ser comparado à porta da vida terrestre, cana l de renascimento e renovação, capaz de ser guiado para a luz ou para as trevas, conforme o rumo que se lhe dê.

- Ser-lhe-ia possível clarear um pouco mais este assunto?

- Não tenho expressões para falar sobre isso com o esclarecimento necessário; no entanto, proponho-me a afirmar que o sexo é uma espécie de caminho sublime para a manifestação do amor criativo, no campo das formas físicas e na esfera das obras espirituais, e, se não for respeitado por uma sensata administração dos valores de que se constitui, vem a ser naturalmente tumultuado pelas inteligências animalizadas que ainda se encontram nos níveis mais baixos da evolução.

- Miss Monroe – considerei, encantado, em lhe ouvir os conceitos -, devo asseverar-lhe, não sem profunda estima por sua pessoa, que o suicídio não lhe alterou a lucidez.

- A tese do suicídio não é verdadeira como foi comentada – acentuou ela sorrindo. - Os vivos falam acerca dos mortos o que lhes vem à cabeça, sem que os mortos lhes possam dar a resposta devida, ignorando que eles mesmos, os vivos, se encontrarão, mais tarde, diante desse mesmo problema...A desencarnação me alcançou através de tremendo processo obsessivo. Em verdade, na época, me achava sob profunda depressão. Desde menina, sofri altos e baixos, em matéria de sentimento, por não saber governar a minha liberdade...Depois de noites horríveis, nas quais me sentia desvairar, por falta de orientação e de fé, ingeri, quase semi-inconsciente, os elemento s mortíferos que me expulsaram do corpo, na suposição de que tomava uma simples dose de pílulas mensageiras do sono...< /strong>

- Conseguiu dormir na grande transição?

- De modo algum. Quando minha governanta bateu à porta do quarto, inquieta ao ver a luz acesa, acordei às súbitas da sonolência a que me confiara, sentindo-me duas pessoas a um só tempo... Gritei apavorada, sem saber, de imediato, identificar-me, porque lograva mover-me e falar, ao lado daquela outra forma, a vestimenta carnal que eu largara... Infelizmente para mim, o aposento abrigava alguns malfeitores desencarnados que, mais tarde, vim a saber, me dilapidavam as energias. Acompanhei, com indescritível angústia, o que se seguiu com o meu corpo inerme; entretanto, isso faz par te de um capítulo do meu sofrimento que lhe peço permissão para não relembrar...

- Ser-lhe-á possível explicar-nos porque terá experimentado essa agudeza de percepção, justamente no instante em que a morte, de modo comum, traz anestesia e repouso?

- Efetivamente, não tive a intenção de fugir da existência, mas, no fundo, estava incursa no suicídio indireto. Malbaratara minhas forças, em nome da arte, entregara-me a excessos que me arrasaram as oportunidades de elevação... Ultimamente fui informada por amigos daqui de que não me foi possível descansar, após a desencarnação, enquanto não me desvencilhei da influência perniciosa de Espíritos vampirizadores a cujos propósitos eu aderira, por falta de discernimento quanto às leis que regem o equilíbrio da alma.

- Compreendo que dispõe agora de valiosos conhecimentos, em torno da obsessão...

- Sim, creio hoje que a obsessão, entre as criaturas humanas, é um flagelo muito pior que o câncer. Peçamos a Deus que a ciência do mundo se decida a estudar-lhe os problemas e resolve-los...

A entrevistada mostrava sinais de fadiga e, pelos olhos da enfermeira que lhe guardava a cabeça no regaço amigo, percebi que não me cabia avançar.

- Miss Monroe – conclui -, foi um prazer para mim este encontro em Hollywood. Podemos, acaso, saber quais são, na atualidade, os seus planos para o futuro?

Ela emitiu novo sorriso, em que se misturavam a tristeza e a esperança, manteve silêncio por alguns instantes e afirmou:

- Na condição de doente, primeiro, quero melhorar-me... Em seguida, como aluna no educandário da vida, preciso repetir as lições e provas em que fali...Por agora, não devo e nem posso ter outro objetivo que não seja reencarnar, lutar, sofrer e reaprender.

Pronunciei algumas frases curtas de agradecimento e despedida e ela agitou a pequenina mão num gesto de adeus. Logo após, alinhavei estas notas, à guisa de reportagem.

Espírito: Irmão X

Médium: Chico Xavier

(Texto enviado por Nilberto)
Paulo de Tarso e os doutores

"Reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. Pelo contrário, Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios; e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”. (Paulo aos Coríntios, I: 26 a 29)
Após Jesus ter retornado à pátria espiritual, assumiu a tarefa de divulgar Sua doutrina o homem que, em princípio, O havia condenado. Depois de um encontro magistral com o Mestre, no caminho de Damasco, Paulo de Tarso, um judeu de cidadania romana, desfraldou o mais importante movimento de disseminação da Boa Nova que se têm notícia, uma vez que levava a mensagem principalmente para o povo pagão, para as pessoas de coração simples, e pela primeira vez. Analisando hoje as condições em que ele trabalhava e a forma como se locomovia entre as cidades, pode-se afirmar que esse homem tinha algo de excepcional que o movia, dada as extremas dificuldades que enfrentou. Em uma de suas cartas aos coríntios, em que se defende de seus detratores que não reconheciam nele um apóstolo de Cristo, debulhou seu sofrimento por amor ao Evangelho: açoites, prisões, apedrejamento, naufrágio, assaltos, fome, sede, vigílias, frio, nudez, jejuns, perigos entre patrícios, entre gentios, entre salteadores, entre falsos irmãos.
Em suas mãos ficou a tarefa maior de fazer o povo compreender a missão de Jesus. Sob sua responsabilidade repousou a façanha de não deixar morrer aquela que seria a mola propulsora da evolução do homem no planeta. Se a doutrina de Jesus Cristo tivesse permanecido apenas em Jerusalém ou se tivesse sido divulgada apenas entre os judeus, hoje não passaria de uma seita judaica, se já não estivesse extinta. Paulo de Tarso foi, portanto, o homem responsável por esse hercúleo trabalho e por ele deu literalmente sua vida. Significa dizer que todos os que se dizem seguidores de Jesus deveriam ter por esse mestre o maior respeito, admirar seu trabalho e tentar imitar seu exemplo de abnegação e altruísmo aos ideais do Cristo. As cartas por ele deixadas e devidamente sancionadas como autênticas pela história, são verdadeiras fontes de conhecimento sobre o espírito que deve animar os discípulos de Jesus.
Entretanto não é o que acontece. Uma parte do desarrumado movimento espírita, aonde se encontram os chamados laicos, os livres pensadores, os que já se consideram “além de Allan Kardec”, incluindo aí os holistas, tevepistas, neurolingüísticos e outras tantas invencionices, tratam desse assunto com explícito preconceito e ironia. Como abominam qualquer coisa que consideram ter “ranço religioso”, vêem no apóstolo Paulo nada mais que um judeu que introduziu o judaísmo na mensagem de Jesus. Desconsideram seus escritos e seu valor como o maior apóstolo do Cristo e, por ter fundado o movimento cristão, acham que o cristianismo é uma coisa e a mensagem do Cristo é outra. Que grande confusão fazem.
Nas cartas desse missionário, que foi o primeiro a manifestar o pensamento protestante, tão duramente condenado pelos espíritas, há ensinos de grande sabedoria, muitos dos quais não se pode avaliar com as vistas embotadas pelo orgulho e vaidade dos que se consideram sábios. Sábios segundo o mundo, de acordo com o alerta de Allan Kardec no capítulo VII, item 2, de O Evangelho segundo o Espiritismo. Esses certamente darão risinhos de desdém pelo texto de abertura deste escrito, bem como pela opinião sobre o Apóstolo. Natural, pois consideram religião coisa de pessoas “menores” e limitadas. Atitude muito semelhante aos detratores de Paulo, no passado, embora o motivo fosse bem outro.
No texto acima Paulo trata da doença maior do homem: o orgulho. Esclarece que Deus escolheu a humildade para ensinar aos soberbos, aos orgulhosos, aos vaidosos e a todos os tolos, a grandeza de Sua obra. Enviou a mensagem não entre os que se consideravam sábios, mas entre os humildes de coração. Não entre os que se consideravam justos, mas entre os pecadores. Não entre os sãos, mas entre os doentes da alma e do corpo. Para confundir os orgulhosos e glorificar os justos, no dizer do Espírito de Verdade. Através da Lei de Causa e Efeito, mostra ao homem que ele nada é por si mesmo e que em tudo depende de estar em sintonia com as leis universais. A desobediência a essas leis gera todo o sofrimento e desequilíbrio que ora o mundo experimenta.
Vivemos em um tempo de muita desordem. O homem têm imensa dificuldade em aplicar a ética da moral do Cristo em sua vida prática. Anseia por dias melhores, mas melhores no ponto de vista essencialmente material. Freqüenta igrejas, templos evangélicos, centros espíritas, terreiros, tendas de consulentes apenas em busca do que é transitório. Quer boa casa, boa comida., carro do ano e se puder, um(a) companheiro(a) rico e apaixonado (a). Até aí nada estapafúrdio, se a pessoa não centrasse sua atenção unicamente nesse objetivo. Não tendo outra razão para viver, acalenta na alma essa meta como um tesouro a conquistar. Se for apresentado a ele outro ponto de vista, pode ser que venha a modificar sua conduta, melhorando sua qualidade de vida, no sentido do que é verdadeiro e eterno.
Sabe-se que o planeta é atrasado moralmente. Evidentemente que os Espíritos que nele habitam também. Teria, portanto, a religião (no seu sentido verdadeiro) um papel fundamental nesse processo de formação moral do ser, agindo como um farol iluminador de consciências, auxiliando na construção de um mundo novo, a partir do novo homem que deveria emergir da compreensão do que é a vida. Teoricamente, no processo de instrução estariam os mais adiantados, pois não se pode admitir que o homem instrua-se a si mesmo, assim como uma criança não se instrui sozinha. Mas os mais adiantados intelectualmente nem sempre o são moralmente, pois via de regra o brilho da academia ofusca os mais tolos e o orgulho exacerba-se na alma dos que teriam maiores condições de compreensão. Ao lado disso há todo um estranho pensamento de que não se deve interferir nas opções de ninguém, pois o homem é livre para fazer suas escolhas. E é mesmo. Por conta das escolhas do homem o mundo encontra-se na atual condição de destrambelho.
O apóstolo fala de uma condição especial que o Espírito deve adquirir para atingir a sabedoria: a humildade. Fala de como Deus (ou as leis) trata os que se vangloriam de seu saber, os que não aceitam as peias da Lei pela soberba que dormita em sua intimidade. Apesar de ter se passado dois milênios o ensino de Paulo é atual, por causa da morosidade com que se avança em moralidade. O que se identifica hoje dentre os que poderiam ser utilizados na semeadura da mensagem de Jesus no mundo é a falta da virtude maior, mãe de todas as outras. A religião é considerada sinal de atraso, de “gente menor” por esses que se consideram detentores da sabedoria universal. Enquanto repudiam os religiosos, dão asas aos pensamentos de megalomania espiritual e vêem na salada chamada holismo a grande saída para o mundo, mesmo que a maior parte do planeta ainda esteja se rastejando, na infância do conhecimento. O tempo mostrará por quais caminhos o mundo terá que percorrer para chegar ao seu destino. Com certeza não será destruindo e desprezando os ensinos dos grandes mestres e a sabedoria de Deus.
Nós, do Movimento de Reformas, estudamos com muito respeito os textos bíblicos. Temos um dia de estudos especificamente dedicado ao exame das Escrituras, alicerçados pelas ferramentas que a Doutrina dos Espíritos nos dá. Por esta razão, somos frequentemente criticados e tachados de protestantes, como se isso se constituísse defeito, imperfeição, atraso. Dizem esses “sábios” que as Escrituras nada têm a ver com a Doutrina Espírita, tendo de ser vista apenas como um livro de valor histórico. Respeitamos essa postura, mas temos a dizer que essas pessoas infelizmente nada entendem nem de Escrituras, nem de protestantes. E, provavelmente, tampouco da mensagem de Jesus. Se estamos certos ou não, o tempo dirá. E os frutos também. 

Autor: Vanda Simões