quinta-feira, 26 de julho de 2012


PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA

Esta é a terceira parábola dentre as que Jesus narrou.
  É de origem egípcia e uma das menores que o Mestre contou.
  Emmanuel, na questão 290 do livro O consolador 1, psicografado por Francisco Cândido Xavier, narra o seguinte:
 – Poder-se-á reconhecer nas parábolas de Jesus a expressão fenomênica das palavras guardando a eterna vibração de
 seu sentimento nos ensinos?
  – Sim. As parábolas do Evangelho são como as sementes divinas que desabrochariam, mais tarde, em árvores de misericórdia
 e de sabedoria para a Humanidade.
  Mateus (17:19)  nos informa: Chegando-se então os discípulos, em particular, disseram: "Por que é que nós não pudemos
 expulsá-lo?" A seguir (17:20) ele lhes disse: Por terdes pouca fé. Pois, deveras, eu vos digo: Se tiveres fé do tamanho de um
grão de mostarda, direis a este monte: Transfere-te daqui para lá, e ele transferirá, e nada vos será impossível.
  Em Lucas (13:18) temos: Por isso prosseguiu a dizer: "A que se assemelha o reino de Deus e a que o compararei? (13:19)
 – É semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou, e o pôs na sua horta, o qual cresceu e se tornou árvore, e as aves do céu ficaram pousando nos seus ramos”.
  No livro Parábolas que Jesus contou, editado pelo Centro Espírita Allan Kardec, de Campinas-SP, na página 27 da edição de 2003,
 Therezinha Oliveira nos afirma:
  “Como as sementes que brotam e crescem, alcançando grandes proporções, as ideias também têm enorme poder germinativo.
  Em nossa mente, por associação de ideias, uma coisa puxa outra, e vai desenvolvendo raciocínios, direcionando atividades.
  Se recebida e assimilada, a ideia espiritual desenvolve na pessoa as qualidades em potencial, tornando-a mais forte.
 Fazendo-a mais apta para as boas obras.”
 
1)     Editado pela Federação Espírita Brasileira, já em sua 21ª edição, de 1999 quando completou a tiragem de 228 mil exemplares.



Um pé de Mostarda de folhas em floreira de sacada. Araçatuba, SP.  Foto Ismael Gobbo


UM HOMEM CHAMADO AMOR
                                             
Além da aura de paz e pacificação que parte dele, há um outro elemento poderoso, a explicar o fascínio e a durabilidade da impressionante figura de comunicação de Chico Xavier: a grande serenidade pessoal do médium, a dedicação integral de sua vida aos que sofrem e o desinteresse material absoluto. A canalização de todo o dinheiro levantado em direitos autorais para as variadíssimas atividades assistenciais espíritas dá a Chico Xavier uma autoridade moral (...) que o coloca entre os grandes líderes religiosos do nosso tempo.

Artur da Távola, ex-Senador da República, em sua crônica de 26/05/1980, no jornal O Globo.

Prêmio Nobel da Paz
Augusto César Vanucci, nascido em Uberaba, era amigo pessoal de Chico Xavier. E o conhecia muito bem. Sabia da sua humildade e da sua aversão a homenagens pessoais. Na década de oitenta, inventou para o Chico a história de que iriam fazer uma homenagem para Divaldo Pereira Franco, o grande médium e orador baiano. E Chico precisava ir ao Teatro Globo, no Rio, para gravar um depoimento. Chico Xavier compareceu na hora e local combinados. Mas, para sua surpresa, iria participar de um programa dedicado a si mesmo: Um Homem Chamado Amor. Era o lançamento da sua campanha para o Prêmio Nobel da Paz.
A cada livro ou revista, comentário biográfico, reportagem, filme ou programa de TV sobre Chico Xavier, cresce na consciência coletiva brasileira a constatação de que recebemos a visita de um missionário.
A surpresa do estilo, a fidelidade poética, a identificação comprovada dos comunicantes, a lógica irretorquível de suas obras. E a memória? Os nomes? As identificações?

Memória 
Uma ocasião estive em Uberaba acompanhando caravana do movimento espírita de Bauru. Chico, não obstante o cansaço e o trabalho até altas horas, mantinha-se sempre humilde, sereno e atencioso. Em dado momento, no meio do burburinho provocado pela multidão que o procurava, Chico olhou para mim e perguntou: Como está o Adhemar Previdello de Bauru? Emocionado e pego de surpresa, respondi balbuciando alguma coisa ininteligível. Chico, provavelmente com as suas lembranças motivadas pela minha semelhança física com a família Previdello, lembrou-se do Adhemar, na época um dos grandes líderes do movimento da mocidade espírita de Bauru. Isso, no meio de um sem-número de pessoas que o pressionavam, em busca de um autógrafo ou de uma palavra amiga. 

Assistência Espiritual
E para aqueles que procuravam enganá-lo? Uma ocasião foi procurado pela famosa dupla de repórteres David Nasser e Jean Manzon. Achando que não conseguiriam realizar a entrevista com Chico, fizeram-se se passar por dois norte-americanos. De posse do material, satisfeitos, já no Rio de Janeiro, David Nasser comentou com a esposa: Ontem iludimos o Chico. E contou como havia abordado o grande médium. Iludiram coisa nenhuma respondeu a esposa Olhe aqui a dedicatória do livro que você recebeu: AO MEU CARO DAVID NASSER, COM O ABRAÇO DO CHICO XAVIER.

Pinga-Fogo
Em janeiro de 1972 o Brasil estremeceu com o Pinga-Fogo realizada pela TV Tupi. Espíritas e Não Espíritas passaram a conhecer, a se emocionar, a aprender e a amar Chico Xavier. Durante quatro horas o médium respondeu a centenas de perguntas de telespectadores e organizadores do programa. O programa prolongou-se até as três horas da madrugada e atingiu o maior índice de audiência da época.

Morrer com Educação
Dentre as inúmeras narrativas e revelações, uma delas ficou famosa. Chico viajava de avião de Uberaba para Belo Horizonte. Depois de Araxá, o avião entrou em uma região de forte turbulência. Com a intensa vibração da aeronave, os passageiros se apavoraram diante da possibilidade real de acidente. Inclusive Chico, que começou a gritar e a rezar: Oh! Meu Deus, tende piedade de nós. As crianças choravam. Os adultos gritavam. Quando a voz do Chico subiu de tom, viu Emmanuel entrar no avião. Aproximou-se dele e perguntou o porquê daquela cena. Chico respondeu: Estamos em perigo, será que chegou a hora de eu morrer? Emmanuel, sereno, respondeu: Não posso saber se o Senhor resolveu determinar a sua desencarnação agora. Mas, se você julga que vai morrer, procure pelo menos morrer com educação, sem aumentar a aflição dos outros. Com a simplicidade que o caracterizava, em pleno pinga-fogo, Chico comentou, despretensiosamente: Realmente não sei como é morrer com educação. O Brasil inteiro riu e amou a narrativa de Chico Xavier.            


2010 será o Ano do Espiritismo no Brasil! Saibamos honrar a contribuição maravilhosa que Francisco Cândido Xavier deu e continua dando ao equilíbrio e à harmonia dos nossos espíritos, fazendo o melhor de nós pela nossa renovação e pela construção de um mundo melhor.

Sidney Francez Fernandes

FILIAÇÃO DIVINA
 

No programa televisivo enfocava-se a questão da multiplicidade das existências.
Presentes, representantes de religiões diferentes, eram argüidos um e outro, sucedendo-se os módulos com intervalos comerciais.
O interesse do público era notório, pois as perguntas chegavam, através das linhas telefônicas, de forma ininterrupta.
E cada qual respondia de acordo com os preceitos e conceitos de sua religião.
Alguns, com a visão unicista. Outros, afirmando a existência das muitas vidas, ou seja, a reencarnação.
Hora e meia passada, encerrou-se o programa. Nos bastidores, as despedidas, os comentários.
Despedindo-se de um dos representantes, o espírita lhe ofereceu a mão e lhe desejou paz, enfatizando:
Senhor, podemos pensar diferente em muitas questões religiosas. Contudo, em uma tenho certeza que ambos concordamos: o senhor e eu, ambos somos filhos de Deus.
Filhos de Deus! Já nos demos conta de que fomos criados pelo amor Divino e que somos filhos desse Ser onipotente, soberanamente justo e bom?
Filiação Divina! Foi Jesus que nos apresentou a Divindade como Seu Pai e nosso Pai. Pai de todos nós.
Deus é Pai porque criou tudo e todos, estabelecendo que todos deverão "aprender a administrar tudo, ao longo das experiências evolutivas."
Deus é Pai porque faz questão de colocar Sua criação nas escolas dos Mundos, a fim de a retirar da ignorância e lhe abrir o entendimento a respeito de tudo que existe no Universo.
Deus é Pai porque toma as lições aos Seus filhos, verificando a cada passo se os ensinamentos da vida abundante foram assimilados.
Deus é Pai porque não pune. Antes, permite o resgate das faltas cometidas. Pelo exercício do livre arbítrio, dá a cada um a possibilidade de ser feliz ou desventurado, aprendendo a ser senhor do seu destino.
Deus é Pai porque renova os ensejos das realizações, permitindo o avanço gradual e contínuo dos Seus filhos, no rumo da vivência feliz que todos anelamos.
Deus é Pai porque nos aconchega quando a frieza do Mundo nos vergasta a alma. Quando a lágrima e a dor nos visitam, nos conforta.
Enfim, por nos equilibrar em cada momento da existência sobre o Mundo, seja de felicidade ou de tormenta.
Deus é Pai porque nos enseja a capacitação nas aprendizagens mais específicas ou mais gerais.
Para escola, nos oferta o planeta em que nos movemos e como laboratório, a infinitude do Universo.
Deus é Pai porque nos criou para a perfeição, aguardando que galguemos os degraus do progresso, no rumo dos altos céus.
Deus é Pai porque providencia tudo, tendo Seu olhar previdente sobre nós, sempre pronto a nos atender.
                                                                           * * *
Ante nossa ímpar qualidade de filhos de Deus, não menosprezemos a nossa própria possibilidade de nos desenvolver.
Ante esta constatação de filiação Divina, reconheçamos que devemos nos portar como filhos do Grande Senhor, atentos e atenciosos.
Tenhamos em mente que todos os seres humanos somos irmãos e assim, sejamos fraternos e cooperadores uns com os outros.
Tudo isso, para fazer jus a essa condição que nos torna venturosos sobre a Terra, na condição de filhos de Deus.
 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A paternidade de Deus, do 
Espírito José Lopes Neto, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.



PARÁBOLA DOS LAVRADORES MAUS


Em seu livro Parábolas Evangélicas, Rodolfo Calligaris nos traz, com muito conhecimento e facilidade para se expressar a Parábola dos lavradores maus.
Assim ele nos fala:  
“Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe – tapume para vedar terrenos–, cavou um lagar – tanque onde se reduzem certos alimentos a líquido –, edificou uma torre e depois a arrendou a uns lavradores, ausentando-se para longe.
Ao aproximar-se o tempo dos frutos, enviou seus servos aos lavradores, para receberem os frutos que lhe tocavam. Estes, agarrando os servos, mataram um, feriram outro e a outro apedrejaram, recambiando-os sem coisa alguma.
Enviou ainda outros servos, em maior número do que os primeiros e fizeram-lhes o mesmo.
Por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Hão-de ter respeito ao meu filho.
Mas, vendo-o, os lavradores disseram entre si: este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e ficaremos senhores de sua herança, E lançando-lhe as mãos, puseram-no fora da vinha e o mataram.
Quando, pois, vier o Senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?
Responderam-lhe: Destrui-los-á rigorosamente, e arrendará a sua vinha a outros lavradores, que lhe paguem os frutos a seu tempo devidos." (Mat.,21:33-41)
A interpretação desta parábola é extremamente fácil, tão precisos são os caracteres de suas personagens e os fatos a que se reportam.
O proprietário é Deus; a vinha é a Religião do Amor que deverá ser implantada na Humanidade terrena; e os lavradores a quem a vinha foi arrendada são os sacerdotes de todas as épocas, desde que sacrificaram animais para oferecer em holocausto nos altares do judaísmo até os de hoje, que oficiam em suntuosos templos e catedrais. Os frutos são a piedade cristã, o progresso moral, os servos incumbidos de recebê-los são os missionários enviados por Deus à Terra, de tempo em tempo, a exemplo dos profetas da antiguidade, João Hus, Savonarola, Lutero, etc, os quais, por reclamá-los à casta sacerdotal, verberando-lhes a incúria no trato das coisas divinas, foram por ela perseguidos, injuriados e mortos.
O filho do proprietário é Jesus, cujo martírio ignominioso na cruz foi, também, obra exclusiva do sacerdotalismo.
A herança é o reino dos céus, de que o sacerdócio hierárquico pretende ter a posse, constituindo-se seu único dispensador.
Arrogando-se aos poderes inerentes ao herdeiro, os sacerdotes, ao invés de cultivarem a vinha, abandonaram-na; favoreceram o desenvolvimento de plantas daninhas, deixando, assim, o proprietário sem os frutos devidos. De fato, após séculos e séculos de influência absoluta sobre as consciências, que resultado têm a apresentar ao Senhor da vida? A indiferença religiosa, o ateísmo e toda a sorte de males recorrentes dessa estagnação espiritual.
O domínio desses lavradores maus, porém, está a findar-se.
Por toda parte, suas organizações pseudorreligiosas, dogmáticas e obscurantistas, eivadas de formalidades, cerimônias cultuais, ritos e pompas exteriores, estão em franca decadência.
Sim, os dias desses rendeiros relapsos estão contados.
Durante muito tempo, a pretexto de combater heresias e apostasias, eles torturaram, massacraram e queimaram os enviados do Senhor, que lhes vinham cobrar os frutos da vinha. Já, agora a última parte da parábola começa a realizar-se: estão perdendo todo o prestígio que gozavam junto aos governantes e a ascendência que tinham sobre as massas populares, assistindo apavorados à deserção de suas igrejas; estão sendo destruídos rigorosamente, aqui, ali e acolá, sofrendo na própria carne aquilo que fizeram a outrem padecer.
Entrementes, eis que surge o Espiritismo (a falange de novos lavradores), a substituí-los na sublime tarefa de que não souberam dar boa conta.
Profligando todos os sectarismos estreitos e antifraternos e oferecendo à Humanidade um novo lábaro, em que se lê: "fora da caridade não há salvação", o Espiritismo está ganhando, rapidamente, a simpatia e adesão de todas as criaturas de boa vontade, e há realizado, em apenas alguns decênios, um extraordinário revivescimento espiritual, a par de uma obra social verdadeiramente impressionante, numa demonstração inequívoca de que os novos rendeiros saberão, de fato, cumprir os seus deveres para com o Senhor.
Quem tiver "olhos de ver", veja... 

 Rodolfo Calligaris, Parábolas evangélicas, 4ª Ed. FEB, RJ.


SUICÍDIO
DIGA SIM À VIDA!!!

Causas frequentes do suicídio
Quadro geral da situação dos desertores da vida, no plano espiritual
Consequências em futuras reencarnações
Primeiras Impressões dos que "morrem" por suicídio
Textos extraídos das obras espíritas"O Pensamento de Emmanuel", autoria de Martins Peralva, 2ª ed. FEB, e "O Consolador" da autoria espiritual de Emmanuel e psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Difícil seria abranger, no simples capítulo de um livro, problema tão angustioso e sombrio, que se tem agravado, ultimamente, nas comunidades terrestres, elevando as estatísticas mundiais.
Que poderá levar o homem a recorrer ao gesto extremo?
Eis a pergunta, inquietante, que a mente humana formula, em todos os continentes, em face da incidência de suicídios em milhares e milhares de lares do mundo - em lares humildes, em lares de mediana condição, em palácios suntuosos!...
Anotaríamos, em tese, as principais motivações, crendo, no entanto, que outros estudiosos do assunto possam aduzir novas razões, às quais acrescentaríamos, evidentemente, as por nós relacionadas:

a.  - Falta de fé;
b. - Orgulho ferido;
c.  - Esgotamento nervoso;
d. - Loucura;
e.  - Tédio da vida;
f.    - Moléstias consideradas incuráveis;
g. - Indução de terceiros, encarnados ou desencarnados.
Acreditamos, firmemente, que a falta de fé responde pela quase totalidade dos suicídios.
A fé é alimento espiritual que, fortalecendo a alma, põe-na em condições de suportar os embates da existência, de modo a superá-los convenientemente.
A fé é mãe extremosa da prece.

E quem ora com fé tem o entendimento aclarado e o coração fortalecido, eis que, segundo Emmanuel, quando a dor nos "entenebrece os horizontes da alma", subtraindo-nos "a serenidade e a alegria, tudo parece escuridão envolvente e derrota irremediável", induzindo-nos ao desânimo e insuflando-nos o desespero; todavia, SE ACENDEMOS NO CORAÇÃO "LEVE FLAMA DA PRECE, FIOS IMPONDERÁVEIS DE CONFIANÇA" ligam-nos o ser a Deus.
Analisando as demais causas, observamos que todas elas tiveram por germe, aqui e alhures, na Terra ou noutros mundos, nesta ou em encarnações pretéritas, a ausência da fé.
O orgulho ferido é, também, falta de fé, porque a fé conduz à humildade profunda, e esta é inimiga do orgulho.
É o seu melhor, o seu mais poderoso antídoto.
O orgulho ferido pode levar o homem a sérios desastres que se perpetuarão, durante séculos, em seu carma.
O esgotamento nervoso, que poderia ser evitado, no seu começo, se movimentados pudessem ter sido os recursos da "oração, filha da fé", pode conduzir o ser humano, nessa altura já fortemente assediado por forças obsessoras, ao extremo gesto.
A loucura, por sua vez, responde por elevado número de deserções do mundo.
E o chamado "tédio da vida"?
Quantas cartas foram deixadas por suicidas referindo-se ao "cansaço da vida" e implicações correlatas?
Por quê? AUSÊNCIA DE FÉ, evidentemente da fé que reside e brota dos escaninhos mais sagrados e mais profundos da alma eterna.

Sim, há muita fé que existe, apenas, nos lábios.
A fé iluminada pela razão, que é a fé espírita, capaz de encarar o raciocínio "face a face, em todas as épocas da humanidade", suporta e vence, resiste e transpõe os mais sérios obstáculos, inclusive os relacionados com uma existência dolorosa, sob o aspecto moral ou físico, fértil em aflitivos problemas.
Quem tem fé não deserta da vida, pois sabe que os recursos divinos, de socorro à humanidade, são inesgotáveis.
Não esvaziam os mananciais da misericórdia de Deus!
Ante moléstia considerada incurável, procura o enfermo, algumas vezes, no suicídio, a solução do seu problema.
Infeliz engano, pois a ninguém é lícito conhecer até onde chegam os recursos curadores da Espiritualidade Superior, que é a representação da Magnanimidade Divina.
Quantas vezes amigos de Mais Alto intervém, prodigiosamente, quando a Medicina, desalentada, já ensarilhara a armas, por esgotamento dos próprios recursos?!...
Há outro tipo de suicídio, aquele que resulta da indução, sutil ou ostensiva, de terceiros, encarnados ou desencarnados, especial e mais numerosamente dos desencarnados, não sendo demais afirmar, por efeito de observação, que a quase totalidade dos auto-extermínios foi estimulada por entidades perversas, inimigas ferrenhas do passado, que, ligando-se ao campo mental de quantos idealizam, em momento infeliz, o suicídio, corporificam-lhe, na hora adequada, a sinistra idéia.
Julgamos ter analisado, com razoável acervo de exemplos, as causas mais freqüentes do suicídio.
Estudemos, agora, o quadro geral da situação dos trânsfugas da vida, após a morte.
A ilusão do suicida é de que, com a extinção do corpo, cessam problemas e dores, mas a palavra de André Luiz, revestida da melhor essência doutrinária, informa que sai ele do sofrimento, PARA ENTRAR NA TORTURA...
Relatos de antigos suicidas e obras especializadas, de origem mediúnica, falam-nos, inclusive, de vales sinistros, onde se congregam, em tétricas sociedades, os que sucumbiram no auto-extermínio.
Nessas regiões, indescritíveis na linguagem humana, os quadros são terríveis.

Visão constante das cenas do suicídio, seu e de outrem.
Recordação, aflitiva, dos familiares, do lar distante, dolorosamente perdidos na insânia.
Saudade da vida - vida que o próprio suicida não soube valorizar, por lhe haver faltado um mais de confiança na ajuda de Deus, que tem sempre o momento adequado para chegar...
Outras vezes, solidão, trevas, pesadelos horrendos, com a sensação, da parte do infeliz, de que se encontra "num deserto, onde os gritos e gemidos têm ressonâncias tétricas".
Os mais variados efeitos psicológicos e as mais diversas repercussões morais tornam a presença do suicida, no mundo espiritual, um autêntico inferno, onde estagiará não sabemos quanto tempo, tudo dependendo de uma série de fatores que não temos condições para aprofundar, eis que inerentes à própria Lei de Justiça.

Ataques de entidades cruéis.
Acusações e blasfêmias.
Sevícias e sinistras gargalhadas povoam a longa noite dos que não tiveram coragem para enfrentar o tédio, a calúnia, o desamor, a desventura...
Se pudessem os homens levantar uma nesga da Vida Espiritual e olhar, à distância, as cenas de torturante sofrimento a que são submetidos os suicidas, diminuiriam, por certo, as estatísticas, mesmo nos mais conturbados e infelizes continentes.
O Espiritismo, descortinando tais horizontes, dizendo aos homens que a vida é patrimônio de Deus, que lhes não cabe destruir, cumprirá na Terra sua augusta missão de acabar com os suicídios.
E agora, afinal, apreciemos as consequências com vistas às futuras existências.
Se a tortura do Espírito, após o suicídio, é horrível, seu retorno ao mundo terreno, pela reencarnação, far-se-á na base das mais duras penas.
Reencarnações frustradas, isto é, que se interromperão quando maior for o desejo de viver, o "anseio de vida"- vida que ele não teve fé suficiente para valorizar.
No capítulo das enfermidades impiedosas, preferível darmos a palavra a Emmanuel, que, em notável estudo, sintetizou todas as conseqüências:

"Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endócrinas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa.
Segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma."
O suicídio, longe de ser a porta da salvação, é o sombrio pórtico de inimagináveis torturas.
Que nenhum ser humano, em lendo estas considerações doutrinárias, homem ou mulher, consinta a permanência em sua mente, UM INSTANTE SEQUER, da sinistra ideia de exterminar a própria vida, a fim de evitar que, sob o estímulo e a indução de adversários cruéis, venha a cometer a mais grave das infrações às leis divinas.
Este o apelo que o Espiritismo, por seus humildes expositores, faz descer sobre os corações sofredores.

 Quais as primeiras impressões dos que desencarnam por suicídio?

A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia.
Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio, sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias, a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso das rodas pesadas sob as quais se atiraram na ânsia de desertar da vida, a passagem pelas águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e , comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar , minuto a minuto , o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra , verminado e apodrecido.
De todos os desvios da vida humana o suicídio é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto aos homens, sem a luz da misericórdia.

quinta-feira, 19 de julho de 2012


Palestra com
ORSON PETER CARRARA

DIA: 23/07/2011- 2ª FEIRA
 HORÁRIO: 20h00

LOCAL:  NÚCLEO ASSISTENCIAL
         EDUCACIONAL ESPÍRITA     
         "JOANNA DE ÂNGELIS "       
      RUA MARCELO GIORGI, 180 
    SÃO MANUEL – SP
    TEL: (14) 3842-1098
TEMA: LIVRE

ORSON PETER CARRARA
NASCEU NA CIDADE DE MINEIROS DO TIETÊ-SP. EXPOSITOR ESPÍRITA, TEM PERCORRIDO MUITAS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO E DO BRASIL.
ARTICULISTA DA IMPRENSA ESPÍRITA PARA DIVERSOS JORNAIS E REVISTAS DO PAÍS.
AUTOR DOS LIVROS "CAUSA E CASA ESPÍRITA" E " ESPÍRITOS: QUEM SÃO? O QUE FAZEM? ONDE ESTÃO? POR QUE NOS PROCURAM?" E OUTROS
Realização: NAEEJA
DIFERENTES FORMAS DE MANIFESTAÇÕES
Revista Espírita, janeiro de 1858
Os Espíritos atestam sua presença de várias maneiras, conforme sua aptidão, vontade e maior ou menor elevação. Todos os fenômenos de que teremos ocasião de tratar ligam-se, naturalmente, a um ou outro desses modos de comunicação. Para facilitar a compreensão dos fatos julgamos, pois, um dever, abrir a série de nossos artigos com um quadro das diversas formas de manifestações. Podem ser assim resumidas:
1º Ação oculta, quando nada têm de ostensivo. Tais são, por exemplo, as inspirações ou sugestões de pensamentos, os avisos íntimos, a influência sobre os acontecimentos, etc.
2º Ação patente ou manifestação, quando é de qualquer maneira provável.
3º Manifestações físicas ou materiais; são as que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como ruídos, movimentos e deslocamentos de objetos. Essas manifestações não trazem frequentemente nenhuma mensagem; só têm por fim chamar atenção para qualquer coisa e convencer-nos da presença de um poder sobre-humano.
4º Manifestações visuais ou aparições, quando o Espírito se mostra sob uma forma qualquer, sem ter nenhuma das propriedades conhecidas da matéria.
5º Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que tem sentido, mesmo quando não passa de simples movimento ou ruído, que acusa certa liberdade de ação, corresponde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. E as há em todos os graus.
6º As comunicações: são manifestações inteligentes, que têm como objetivo uma troca de ideias entre o homem e os Espíritos.
A natureza dessas comunicações varia segundo a elevação ou a. inferioridade, o saber ou a ignorância do Espírito que se manifesta e conforme a natureza do assunto de que se trata. Podem ser frívolas, grosseiras, sérias ou instrutivas.
As comunicações frívolas procedem de Espíritos levianos, zombeteiros e travessos, mais malandros que maus, e que nenhuma importância ligam ao que dizem.
As comunicações grosseiras traduzem-se por expressões que chocam o decoro. Procedem de Espíritos inferiores ou que ainda não se despojaram de todas as impurezas da matéria.
As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e a maneira por que são feitas. A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna e isenta de trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria e que tem um fim útil, mesmo de interesse particular, é por isso mesmo séria.
As comunicações instrutivas são as comunicações sérias, cujo principal objetivo é um ensinamento qualquer, dado pelo Espírito sobre as Ciências, a Moral, a Filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito. Para tirar proveito real destas comunicações, devem elas ser regulares e seguidas com perseverança.
Os Espíritos sérios ligam-se àqueles que querem instruir-se e os ajudam, ao passo que deixam aos Espíritos levianos a tarefa de divertir com suas facécias aqueles que não veem nessas manifestações senão um passatempo. Só pela regularidade e pela frequência das comunicações é que se pode apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos com os quais nos entretemos, bem como o grau de confiança que merecem. Se é necessário ter experiência para julgar os homens, mais ainda o é para julgar os Espíritos.

KARDEC E NAPOLEÃO


Logo após o Brumário (9 de Novembro de 1799), quando Napoleão se fizera o primeiro Cônsul da República Francesa, reuniu-se, na noite de 31 de Dezembro de 1799, no coração da latinidade, nas esferas Superiores, grande assembléia, de espíritos sábios e benevolentes, para marcarem a entrada significativa do novo século.Antigas personalidades de Roma Imperial, pontífices e guerreiros das Gálias, figuras notáveis da Espanha, ali se congregavam à espera do expressivo acontecimento.Legiões dos Césares, com os seus estandartes, falanges de batalhadores do mundo gaulês e grupos de pioneiros da evolução hispânica, associados a múltiplos representantes das Américas, guardavam linhas simbólicas de posição de destaque.Mas não somente os latinos se faziam representados no grande conclave. Gregos ilustres, lembrando as confabulações da Acrópole gloriosa, israelitas famosos, recordando o Templo de Jerusalém, deputações eslavas e germânicas, grandes vultos da Inglaterra, sábios chineses, filósofos hindus, teólogos budistas, sacrificadores das divindades olímpicas, renomados sacerdotes da Igreja Romana e continuadores de Maomet ali se mostravam, como em vasta convocação de forças da ciência e da cultura da Humanidade. No concerto das brilhantes delegações que aí formavam, com toda a sua fulguração representativa, surgiam Espíritos de velhos batalhadores do progresso que voltariam à liça carnal ou que a seguiriam, de perto, para o combate à ignorância e a miséria, na laboriosa preparação da nova era da fraternidade e da luz.No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a refulgência de suas almas,achavam-se Sócrates, Platão Aristóteles, Apolônio de Tiana, Orígenes, Hipócrates,Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de Aquino, S.Luis de França, Vicente de Paulo,Joana D’Arc, Tereza d’Avila, Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Mílton, Cristóvão Colombo, Gutenberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighieri para mencionar apenas alguns heróis e paladinos da renovação terrestre; e, em planos menos brilhantes,encontravam-se, no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luís XVI, Maria Antonieta, Robespierre,Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camile Desmoulins, e grandes vultos como Voltaire e Rousseau.Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes, invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a custodia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejo de sombras, que pareciam estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiações do palácio festivo.
 
Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela Organização Celeste, remontavam à vida espiritual, para a reafirmação de compromissos.À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico.Recebido por diversas figuras da Roma antiga, que se apressavam em ofercer-lhe apoio e auxilio, o vencedor de Rivoli ocupou radiosa poltrona que, de antemão, lhe fora preparada.Entre aqueles que o seguiram, na singular excursão, encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no Planeta, como Beethoven, Ampère, Fúlton, Faraday, Goethe,João Dálton, Pestalozzi, Pio VII, além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo.Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne terrestre, quase todos os recém-vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e emoção.O Primeiro-Cônsul da França, porém, trazia os olhos enxutos, não obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias legiões, limitava-se a responder com acenos discretos, quando os clarins ressoaram, de modo diverso, como se pusessem a voar para os cimos, no rumo do imenso infinito... Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça, projetou-se do Céu,ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras estrelas resplendentes.Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se transformavam sem seres humanos, nimbados de claridade celestial.Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações... Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas.A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muitos dos sábios e guerreiros,artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito.Foi então que o corso se pôs em lágrimas e, levantando-se, avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro, postando-se genuflexo, diante dele.O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo,quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para o Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo:

 - Irmão e amigo ouve a verdade, que te fala em meu espírito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento... César ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da luz!Renova, perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!...Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias,generais e soldados que te acompanham nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda,remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia aqui te surpreendem com simpatia e expectação... Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendente dos deuses para dominar a Terra e aniquilar os inimigos... Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que te não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim deque lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar.Colocado pela Sabedoria Celeste na condição de timoneiro da ordem, no mar de sangue da Revolução, não olvides o mandato para o qual fostes escolhido.Não acredites que as vitórias das quais fostes investido para o Consulado devam ser atribuídas exclusivamente ao teu gênio militar e político. A Vontade do Senhor expressa-se nas circunstâncias da vida. Unge-te de coragem para governar sem ambição e reger sem ódio. Recorre à oração e à humildade para que te não arrojes aos precipícios da tirania e da violência!...Indicado para consolidar a paz e a segurança, necessárias ao êxito do abnegado apóstolo que descortinará a era nova, serás visitado pelas monstruosas tentações do poder. Não te fascines pela vaidade que buscará coroar-te a fronte... Lembra-te de que o sofrimento do povo francês, perseguido pelos flagelos da guerra civil, é o preço da liberdade humana que deves defender, até o sacrifício. Não te macules com a escravidão dos povos fracos e oprimidos e nem enlameies os teus compromissos com o exclusivismo e com a vingança!...Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor!Se honrares as tuas promessas, terminará a missão com o reconhecimento da posteridade eescalarás horizontes mais altos da vida, mas, se as tuas responsabilidades foremmenosprezadas, sombrias aflições amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em extenso deserto...Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra.

Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceramas melhores aspirações da alma no inferno sem perdão!...Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!...Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias cortes resplandecentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembléia se dissolvia... O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito.*Em 3 de outubro de 1804, o mensageiro da renovação renascia num abençoado lar de Lião,mas o Primeiro-Cônsul da República Francesa, assim que se viu desembaraçado da influência benéfica e protetora do Espírito de Allan Kardec e de seus cooperadores, que retomavam, pouco a pouco, a integração com a carne, confiantes e otimistas, engalanou-se com a púrpura do mando e, embriagado de poder, proclamou-se Imperador, em 18 de maio de 1804, ordenando a Pio VII viesse coroá-lo em Paris.Napoleão, contudo, convertendo celestes concessões em aventuras sanguinolentas, foi apressadamente situado, por determinação do Alto, na solidão curativa de Santa Helena,onde esperou a morte, enquanto Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo,deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro.

DEPOIMENTO E GRATIDÃO


“Enquanto caminhava pelas ruas, rodeavam-me pensamentos diversos. Em pouco espaço de tempo, muitas coisas vieram em minha lembrança. Quando atravessava distraído a avenida, pude apenas me surpreender com o veículo que veio de repente . Não vi mais nada.
Algum tempo se passou, não sei dizer quanto, então, ainda sentindo as dores do meu corpo, despertei em lugar estranho. Parecia um grande hospital, onde muitos iam e vinham, mas não atentavam para mim. Uma senhora já grisalha aproximou-se e me dirigiu algumas palavras de conforto e pediu-me para que tivesse confiança. Não entendi direito, mas mantive-me deitado e adormeci.
Alguns dias transcorreram, até que pude compreender o que tinha ocorrido comigo. Lembrei-me da luz forte em minha direção e então soube verdadeiramente o que havia acontecido. Não posso dizer que aceitei com resignação, pois muito chorei e lamentei. Lembrei-me de todos meus familiares e quis reve-los. Mas orientaram-me que no momento certo eu poderia faze-lo. Estou bem recuperado dos traumas e ainda reluto em compreender o porquê de certas coisas. Aos poucos vou sendo esclarecido.
Quero agradecer a lembrança dos que me querem bem. Seus pensamentos são sentidos por minha alma. Sejam felizes, pois estarei com vocês quando me for permitido. Peço que possam ser abençoados em suas lutas diárias com a certeza de que nada termina com a morte. Apenas adentramos em um mundo de novos conhecimentos e reflexão. Nossa intimidade aos poucos vai se revelando e podemos saber sobre nossos anseios e necessidades. Deixo a todos meu abraço de gratidão e despeço-me feliz por poder falar-lhes novamente. Até breve, em uma nova oportunidade ofertada pelo Pai.” – Um Espírito agradecido


                                    Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos familiares
Espírito: Um Espírito agradecido
GEBEM

A QUEM MUITO FOI DADO

Quando Jesus diz “a quem muito foi dado, muito será pedido”, normalmente as pessoas, mesmo os que seguem a fé cristã, interpretam no sentido material, entendendo que Ele referia-se só aos que têm os benefícios da matéria, os que têm uma situação confortável nestas suas vidas presentes. Por esta razão, numa visão distorcida, levam ao pé da letra também outras lições evangélicas, como por exemplo as bem-aventuranças, principalmente aquelas que dizem serem bem aventurados os pobres, os que choram e os que sofrem pois terão o Reino dos Céus, entendendo que, para se ter as recompensas espirituais, é necessário sofrer e viver na pobreza.
Este entendimento superficial e equivocado, que a maioria das pessoas têm com relação aos ensinamentos divinos é em função da imaturidade espiritual dos que vivem neste mundo, tendendo ainda mais aos apelos da matéria do que aos espirituais. Ainda não compreendem que a verdadeira vida, portanto a mais importante, é a vida espiritual e que a vida material é mais uma das inúmeras experiências do Espírito objetivando o seu aperfeiçoamento.
As palavras de Jesus, reproduzidas por Lucas no Capítulo XII: 47-48, devem ser entendidas no sentido do conhecimento das leis morais, já que alerta de que serão mais culpados diante da Lei aqueles que conhecem os ensinamentos divinos, mas não os praticam, do que os que ainda não tiveram a oportunidade de conhecê-los. Desta forma, no mundo ocidental onde impera o cristianismo, não deveria haver tanta miséria, violência, corrupção, afinal, a maioria professa a fé cristã, não podendo pois pretextar ignorância. Infelizmente, porém, mesmo entre os cristãos, poucos lêem e estudam os ensinamentos contidos no Evangelho e, mesmo entre os que assim fazem, pouquíssimos entendem verdadeiramente as suas lições.
A Doutrina Espírita vem exatamente trazer as ferramentas necessárias para o melhor entendimento das mensagens evangélicas, pois comprovando a existência da vida espiritual e a reencarnação; revelando a lei de causa e efeito, que aliada ao livre arbítrio mostra ao homem as consequências e a responsabilidade de seus atos, reafirma os ensinamentos que Jesus trouxe à humanidade há cerca de 2 mil anos, decifrando os que ali estão de forma velada, em função da impossibilidade do homem daquela época compreendê-los.
As religiões cristãs, por terem se desviado do verdadeiro objetivo da mensagem de Jesus, têm grande responsabilidade pela atual situação do planeta. Sem considerar os abusos históricos cometidos em nome de Deus, dos quais seus atuais líderes se penitenciam, vê-se que ainda hoje não cumprem o objetivo de religar o homem ao Criador, pois estão ainda presas aos rituais e à superficialidade dos ensinamentos, oportunos na época de pouco desenvolvimento intelectual da humanidade, mas inaceitável no mundo de hoje.
No entanto, verificando-se o que se passa no movimento espírita, com tantas fantasias e inserções que podem levar a Doutrina a tornar-se mais uma seita travestida de religião, não se pode ter a ilusão que a Terceira Revelação, personificada no Espiritismo como doutrina organizada, terá condições de libertar a humanidade da cegueira em que ainda vive. A incompreensão das verdades evangélicas por grande parte dos seus seguidores, não tem produzido os efeitos necessários no sentido da mudança comportamental necessária, chegando mesmo alguns a propor a desvinculação da Doutrina Espírita dos ensinamentos cristãos.
É evidente que as revelações trazidas pela equipe dos Espíritos Superiores vieram para ficar definitivamente com a humanidade e irão auxiliá-la em sua transformação, pois, uma vez estes conceitos estejam incorporados pelos outros pensamentos religiosos, surtirão os efeitos desejados preparando, assim, a humanidade para os novos ensinos que advirão que, então, libertarão definitivamente o nosso mundo da ignorância, levando-o a um nível mais elevado onde não haverá rótulos mas, um só rebanho e um só pastor, como já nos disse o Mestre.
Os fariseus, que se intitulavam conhecedores da Lei, perguntaram a Jesus se eles seriam considerados cegos, numa tentativa de terem suas culpas diminuídas, receberam a dura resposta, características do Mestre ao deparar com a hipocrisia: “Se vós fosseis cegos, não teríeis culpa; mas como agora mesmo dizeis: Nós vemos, fica subsistindo o vosso pecado”.
Os espíritas, que têm em mãos os ensinos dos Espíritos Superiores, não poderão pretextar cegueira, uma vez que esta Doutrina esclarecedora chega às suas mãos metodicamente, pacientemente e inteligentemente trazida por um Espírito missionário que alerta: “Aos espíritas muito será pedido, porque muito receberam”.
Diz mais o mestre lionês, dirigindo-se ao seguidores da Doutrina dos Espíritos, referindo ao ensinamento maior: “Aquele, pois, que não o põe em prática para se melhorar, que o admira apenas como interessante e curioso, sem que seu coração seja tocado, que não se faz menos fútil, menos orgulhoso, menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para o seu próximo, é tanto mais culpado, quanto teve maior facilidade para conhecer a verdade”.
É necessário, pois, que aqueles que se dizem espíritas, que conhecem os ensinamentos contidos na Codificação, possam entendê-los definitivamente e, principalmente, colocá-los em prática, caso contrário serão tratados como fariseus dos novos tempos por terem o conhecimento da Lei e não a praticam. Acautelemo-nos, pois!

Delmo Martins Ramos
Texto publicado no site em 25/11/2000