quinta-feira, 30 de junho de 2011

A imensa alegria de servir


Toda natureza é um desejo de serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, serve o sulco.
Onde houver uma árvore para plantar,planta-a tu.
Onde houver um erro para corrigir,corrige-o tu.
Onde houver uma tarefa que todos recusem,aceita-a tu.

Sê quem tira:
a pedra do caminho,
o ódio dos corações
e as dificuldades dos problemas.

Há a alegria de ser sincero e de ser justo.
Há, porém, mais do que isso,
a imensa alegria de servir.

Como seria triste o mundo
se tudo já estivesse feito,
se não houvesse uma roseira para plantar,
uma iniciativa para lutar!

Não te seduzam as obras fáceis.
É belo fazer tudo que os outros se recusam a executar.
Não cometas, porém, o erro
de pensar que só tem merecimento executar as grandes obras.
Há pequenos préstimos que são bons serviços:
enfeitar uma mesa.
Arrumar uns livros.
Pentear uma criança.

Aquele é quem critica,
este é quem destrói;
sê tu quem serve.

Servir não é próprio dos seres inferiores:
Deus, que nos dá fruto e luz,serve.
Poderia chamar-se: O Servidor.
E tem os Seus olhos fixos nas nossas mãos
e pergunta-nos todos os dias:
Serviste hoje?
*   *   *
Gabriela Mistral, poetisa chilena, em seu belíssimo poema nos emociona com uma proposta de vida maravilhosa.
O Poeta dos poetas, certa vez também afirmou que quem desejasse ser o primeiro, fosse o servo de todos.
Servir é a receita infalível da felicidade presente e futura.
Presente, pois quem serve, quem se doa, quem ajuda, já recebe no coração a paz que tal ato propicia. Uma paz sem igual: a paz da consciência tranquila.
Futura, pois quem serve semeia concórdia, fraternidade – merecendo colher o mesmo nos passos seguintes da existência imortal do Espírito.
Todo dia nos apresenta diversas oportunidades de servir. Que possamos estar atentos a elas, e não desperdiçar nenhuma chance, nenhuma dessas experiências enriquecedoras.
Parafraseando a poetisa, perguntamos: Você já serviu hoje?

Retirado do site Momento Espírita com base no poema A imensa alegria de servir, de Gabriela Mistral.
Em 27.06.2011.
Um mundo de atraso
Texto publicado em 08/10/2009. Estamos em 30/06/2011. Leia e compare se houve mudanças significativas. Reflita.
Avizinha-se o ano dois mil. Em todos os tempos houve uma grande expectativa em torno desta época. Os antigos diziam que tudo aconteceria ao mundo antes desse tempo. As previsões apocalípticas, ou melhor, as interpretações dadas aos escritos do profeta, eram todas centradas em torno desta famigerada data. O homem avançou, as ciências ultrapassam barreiras jamais imaginadas, o ano dois mil chega e nada acontece. Pelo menos no sentido que muitos esperavam.
Fazendo uma reflexão sob o ponto de vista evolutivo do planeta, pode-se sentir que convive-se com algo de muito grave e estranho. O mundo clama por medidas saneadoras urgentes. O homem perdeu sua compostura moral. Nada o faz recuar diante do lucro, móvel de todas as suas ambições. O que acontece hoje no planeta ultrapassa em muito a capacidade de compreensão dos que não vêem a vida além da matéria. Como compreender tal coisa? O mundo piorou? Os homens pioraram? Mas não se propala que estamos entrando na famosa Nova Era e que o mundo nunca esteve tão bem? São indagações inquietantes que povoam as mentes nesta época de confusão, sofrimento e dor.
O que pode justificar, por exemplo, o que acontece com os meninos infratores neste país? Todos nós, participantes ativos desta sociedade, sabemos disso. Mas quando lemos uma matéria como a que saiu em revista de circulação nacional nesta semana, sobre a situação dos meninos e da instituição que foi criada para ampará-los, a sensação de fracasso é inevitável. "Aquilo é o inferno", foi a declaração do presidente do Sindicato dos Monitores da Febem. Declarações que calam fundo em nossas consciências de cristãos, que acreditamos ser irmãos de fato. Mas onde a irmandade nisso? Como podemos asserenar-nos encarando coisas dessa natureza com a normalidade de Pilatos? São crianças, não podemos esquecer. Por mais que cometam crimes, grandes ou pequenos, são criaturas ainda em formação, que por razões que se conhece de sobra, adentram numa dura realidade, deixando de lado seus sonhos, fantasias e necessidades.
O relato do monitor é pungente. Sofre também por saber-se responsável por aqueles indivíduos, e por saber que nada pode fazer por eles. Pelo menos dentro da posição em que se encontra. São encarados como marginais e o medo, a desconfiança e o poder são as marcas da dura convivência entre eles. De fato, é incompreensível. A instituição tem por objetivo promover o bem estar do menor. Promove invariavelmente sua formação delinquente. Os que estão ali sabem que quando se livrarem daqueles portões poderão retornar e eles ou a outros piores, pois irão para as ruas cometer delitos ainda maiores. Lá, não lhes foi dada nenhuma chance de modificar conceitos, ou alguma forma de trabalhar seus problemas pessoais. Foi-lhe ensinada a lei do mais forte. E o mais forte é quem comete mais crimes, quem faz a cara mais feia, quem odeia mais o monitor.
Dirão alguns dos que se ocupam em ler estes escritos que isso é apenas uma face dos problemas e que a realidade não pode ser tão feia assim. A realidade, na verdade, é bem pior. A sociedade brasileira sabe que o governo até hoje não encontrou solução para o menor delinquente. E não encontrará enquanto quiser atacar o problema em seu efeito, sem considerar a causa. Cria programas, instituições, conselhos disso, comissão daquilo, discute inutilidades e nada faz. A questão é: porque o menor vai paras as ruas? Sabe-se por que. Enquanto não houver uma justa distribuição de rendas e uma atenção adequada à educação, de nada adiantam medidas paliativas nessa direção. Os meninos que estão trancafiados naquele Carandiru mirim não são os ricos, mas os pobres, os com formação moral e intelectual deficientes, os de pais que trabalham, mas que nada possuem por possuírem um arremedo de salário, os de pais que vivem da comiseração pública, os que não têm pais, os que têm pais mas moram em outros estados e por aí vai. São crianças sem perspectivas de vida digna que vão para as ruas e defrontam-se com essa desigualdade aviltante que existe neste país de 30 milhões de miseráveis.
Apelar para quem? Nosso sistema judiciário, legislativo e executivo parece podre. Nossos meninos infratores parecem anjinhos perto dos delitos cometidos por esses, que afinal são os nossos representantes. Hoje, não temos segurança em nada, no aspecto da cidadania. Estamos envoltos em um mar de denúncias jamais visto. Não se sabe mais qual foi a última, tantas são as imoralidades registradas. Os focos de destrambelho se multiplicam e aqui ficamos atônitos, com mais um, dois, três, dez relatos de situações ilícitas envolvendo pessoas consideradas idôneas, do ponto de vista social e político. Podemos ter esperanças de que daqui a um pouco esse panorama se modificará? Se temos conhecimento que o mundo só será melhor quando os homens forem melhores, como isso se dará? Teremos que aguardar ainda por quanto tempo até que o homem se decida por uma conduta d igna?
Sabe-se que de alguma forma o mundo entrará em fase de melhoria, em tempos que não se pode precisar. A impressão que se tem é que haverá uma grande tempestade, arrastando do mundo os miasmas insalubres, para depois descer sobre a Terra as chuvas saneadoras que a farão produzir mais e melhor. A metáfora bem serve para pensarmos de que forma isso se dará. Decerto não será esperando que o homem acorde agora para o fato de que ele é um ser universal e que existem leis que o regem. Leis imutáveis que quando infringidas criam inevitavelmente situações de graves compromissos, tal qual as leis civis tão habilmente criadas por eles. A humanidade encontra-se adormecida para esse fato. É difícil para um mundo, onde os valores são conferidos pelo tanto de cifras acumuladas, ou de títulos adquiridos, pensar de forma diferente em pouco tempo. Trabalhar pelo bem com um é apenas retórica. Os sete países mais ricos lutam para continuar mais ricos sempre e parecem fazer um esforço para que outros não façam parte desse seleto grupo. Coisas do materialismo.
O que falta para que a humanidade entre na compreensão das coisas essenciais? Simples. Falta mudar seu ponto de vista sobre a vida. Enquanto achar que a vida se resume entre o nascer e o morrer e que mais vale juntar tesouros na terra do que no reino do Espírito, estará sempre trilhando caminhos que o levarão cada vez mais para a destruição de si mesmo. A sociedade atual dá mostras cabais de sua decadência, por conta desse pensamento. Se não existe nada além do presente, porque o homem lutaria para ter uma vida melhor em termos morais? Nada mais coerente que lutar para ter bens e se locupletar deles, enquanto vivo. E aí se justificam as insanidades que realiza para adquirir os desejados valores transitórios, ou seja, dinheiro, fama e poder. O sentido niilista da vida aniquila no homem o que ele tem de mais importante, limita sua visão de mundo e destrói su as potencialidades de crescimento.
Se, ao contrário, raciocinar com a visão imortalista poderá mudar radicalmente seus interesses e voltar-se para uma prática superior de vida, centrando sua atenção no crescimento individual e coletivo. Sabedor da transitoriedade de tudo, aproveitará a oportunidade da vida para angariar para si os valores imperecíveis do Espírito, dando apenas um valor relativo aos bens perecíveis da matéria. Saberá, por exemplo, que se estiver de posse de uma tarefa, qualquer que seja, terá contas a prestar no tribunal de sua consciência, e que Deus que lhe deu tudo, poderá tudo lhe retirar também, se mau uso fizer de suas faculdades e compromissos assumidos com a vida. Os homens públicos tratariam das coisas públicas com o devido respeito, pois saberiam que estão em uma missão de muita gravidade, afinal muitas vidas dependem de suas ações no campo das realizações políticas e sociais. Tratariam de formular leis mais justas e realizar esforços no sentido de promover o bem comum. A educação cuidadosa daria à criança a noção de sua condição de cidadão e mais tarde a consciência ao homem de sua universalidade.
Este é o panorama do mundo de regeneração que se aproxima. A humanidade há que entrar nesse entendimento de uma forma ou de outra. A doutrina da fraternidade deverá permear todas as crenças e Jesus, iluminado Espírito que conduz todo esse processo, poderá finalmente pensar que valeu seu esforço quando aqui chegou há dois milênios para deixar uma mensagem de humildade e retidão para uma humanidade entregue à escuridão da ignorância. Com a visão imortalista a explicação para os problemas será de mais fácil aceitação, pois o homem saberá que, se passa por situações de dificuldades certamente é por estar sob o jugo de uma lei, agora para ele não mais desconhecida. Leis universais de equilíbrio que o fazem compreender o mecanismo dinâmico da vida e suas consequências.
Resta saber quando entraremos nessa ventura. O tempo, ninguém o sabe, disse Jesus. Mas pode-se antever, pela situação de descontrole atual, que ele não tarda. Bom que se faça uma reflexão no sentido de nos situarmos diante desse contexto. Estaremos contribuindo para a regeneração do planeta ou para a sua perdição? Os que estiverem dançando conforme a música do mundo não terão vez na nova casa. Quando tiver acabado sua jornada terrena, não retornarão tão cedo para este planeta. Habitarão mundos condizentes com sua atitude mental de atraso e concupiscência.

Autor: Vanda Simões
E-mail: vanda@elo.com.br
Albert Schweitzer
Conheça quem  foi “Albert Schweitzer”, e  seu  trabalho.


Albert Schweitzer
Nascimento            14 de janeiro de 1875
Kaysersberg
Morte 4 de setembro de 1965 (90 anos)
Lambaréné
Nacionalidade      Alemão (1875-1919),  francês (1919-1965)
Campo(s)    Teologia, filosofia, música, medicina
Prêmio(s)      Prêmio Goethe (1928),  Nobel da Paz (1952)



Albert Schweitzer (Kaysersberg, 14 de janeiro de 1875 – Lambaréné, 4 de setembro de 1965) foi um teólogo, músico, filósofo e médico alemão, nascido na Alsácia, então parte do Império Alemão (atualmente, uma região administrativa francesa)
Formou-se em teologia e filosofia na Universidade de Strasburgo, onde, em 1901, o nomearam docente. Tornou-se também um dos melhores intérpretes de Bach e uma autoridade na construção de órgãos.
Aos trinta anos, gozava de uma posição invejável: trabalhava numa das mais notáveis universidades europeias; tinha uma grande reputação como músico e prestígio como pastor de sua Igreja. Porém, isto não era suficiente para uma alma sempre pronta ao serviço. Dirigiu sua atenção para os africanos das colônias francesas que, numa total orfandade de cuidados e assistência médica, debatiam-se na dura vida da selva.
Em 1905, iniciou o curso de medicina, e seis anos mais tarde, já formado, casou-se e decidiu partir para Lambaréné, no Gabão, onde uma missão necessitava de médicos. Ao deparar-se com a falta de recursos iniciais, improvisou um consultório num antigo galinheiro e atendeu seus pacientes enfrentando obstáculos como o clima hostil, a falta de higiene, o idioma que não entendia, a carência de remédios e instrumental insuficiente. Tratava de mais de 40 doentes por dia e paralelamente ao serviço médico, ensinava o Evangelho com uma linguagem apropriada, dando exemplos tirados da natureza sobre a necessidade de agirem em beneficio do próximo.
Com o início da I Grande Guerra, os Schweitzer foram levados para a França, como prisioneiros de guerra. Passaram praticamente todo o período da guerra confinados num campo de concentração. Nesse período, Albert escreve sobre a decadência das civilizações.
Com o final da guerra, retoma seus trabalhos e, ante a visão de um mundo desmoronado, declara: “Começaremos novamente. Devemos dirigir nosso olhar para a humanidade”.
Realiza uma série de conferências, com o único intuito de colher fundos para reconstruir sua obra na África. Torna-se muito conhecido em todos os círculos intelectuais do continente, porém, a fama não o afasta dos seus projetos e sonhos.
Após sete anos de permanência na Europa, parte novamente para Lambarené. Dessa vez acompanhado de médicos e enfermeiras dispostos a ajudá-lo. O hospital é levantado numa área mais propícia, e com o auxílio de uma equipe de profissionais, Schweitzer pode dedicar algumas horas de seu dia a escrever livros, cuja renda contribuía para manter os pavilhões hospitalares.
Extasiou o mundo com sua vida e sua obra, e em 1952, recebe o Prêmio Nobel da Paz, como humilde homenagem a um “Grande Homem”.
Morreu em 4 de setembro de 1965, em Lambaréné, no Gabão
* * * * * * * * * * * * *  * *

Cientistas russos preveem encontrar alienígenas até 2031
DA REUTERS, EM MOSCOU
Cientistas russos esperam que a humanidade encontre civilizações alienígenas dentro das próximas duas décadas, disse hoje um importante astrônomo do país.
"A criação da vida é tão inevitável quanto a formação dos átomos. A vida existe em outros planetas e vamos encontrá-la em até 20 anos", afirmou Andrei Finkelstein, diretor do Instituto de Astronomia Aplicada da Academia Russa de Ciências, citado pela agência Interfax.
Em discurso em um fórum internacional dedicado à busca de vida extraterrestre, Finkelstein declarou que 10% dos planetas conhecidos que orbitam em torno de sóis na galáxia se assemelham à Terra.
Se for possível encontrar água neles, também se poderá encontrar vida, completou o astrônomo, ressaltando que os alienígenas tenderiam a se parecer com os humanos, com dois braços, duas pernas e uma cabeça. "Eles poderiam ter pele de cores diferentes, mas até nós somos assim."
O instituto comandado por Finkelstein mantém um programa lançado na década de 1960, no auge da corrida espacial durante a Guerra Fria, para monitorar e difundir sinais de rádio no espaço.
A prática do aborto

"Hoje vim aqui para cuidar de um assunto que me foi incumbido pelos mentores deste trabalho. Estou em tratamento, recuperando-me em uma cidade transitória próxima deste orbe e tive uma experiência de vida que não desejaria para o meu pior inimigo.
Fui uma mulher abastada em minha última existência terrena. Trabalhava meus dons intelectuais de forma digna até parte de minha vida, quando uma oportunidade me acenou para uma situação de mais posses. Só que para isso eu teria que burlar as leis de Deus.
Desempenhava a profissão de enfermeira prática em uma conceituada clínica, numa grande cidade brasileira. Tinha o respeito dos meus colegas, pois naquela época não se dispunha de muitas escolas de enfermagem no país e as profissionais eram respeitadas pela boa prática de sua profissão, adquiridas muito mais pelo dom de que algumas eram aquinhoadas desde a mocidade. Assim foi comigo, que desde cedo manifestei afinidade pela prática do cuidado aos enfermos.
Com mais ou menos 10 anos de vida dedicados à prática do bem, no desempenho de minha profissão com responsabilidade e amor, me deparei com um convite para trabalhar em um serviço particular onde se praticaria o aborto. A princípio aquilo me pareceu estranho, mas logo a oferta de melhores condições de vida material em curto espaço de tempo me fez esquecer os ensinos morais que me foram dados por minha mãe, na sua incansável tarefa de falar do catecismo católico. Lembrei-me de que falara muitas vezes que evitar a vinda de um ser era terrível crime. Entretanto, minha consciência embotou-se deliberadamente pelo amor ao vil metal e logo eu estava morando em grande casa, vivendo uma vida de abastança, proporcionada por ganhos materiais que vinham da prática criminosa.
O dono do estabelecimento deu a mim toda a gerência do negócio e, além de administrar a casa, eu era o principal instrumento da estranha prática. Por mais de quinze anos pratiquei o aborto em milhares de mulheres. Ricas e pobres, jovens e maduras. Todas com a intenção de interromper o santo ato do nascimento. Algumas inconscientes do que faziam, pois eram trazidas por suas mães, senhoras da sociedade, querendo encobrir a vergonha de ver suas filhas gerando filhos de pais desconhecidos e indesejáveis socialmente. A maioria, entretanto, embora casadas, ao cometer o adultério geravam filhos do erro, não querendo com isso manchar seu próprio nome. Achavam que praticando o aborto livrar-se-iam do problema. E assim foi por longos anos.
Um dia, ainda jovem, doença fatal acometeu-me, levando-me ao leito de morte em menos de 5 anos. Durante o tempo em que permaneci doente recebi muita solidariedade dos meus cúmplices, pois nessa vida de marginal eu aquilatara muitos "amigos". Claro, amigos que "amavam-me" porque eu sabia de seus segredos. Em meu desespero por ver próxima a morte, refleti enormemente sobre meus atos. Um dia, gentil senhora, amiga de minha mãe, visitou-me trazendo em mãos um exemplar do Novo Testamento. Ali, aos 47 anos de idade, entrei em contato com o conhecimento da verdade pela primeira vez. Chorei amargamente nos meus últimos dias de vida, pois só vim a despertar para os valores da alma nos últimos 6 meses de minha existência terrena.
Ao deixar o corpo já tinha consciência dos meus débitos e de quanto sofreria no mundo espiritual. E assim permaneci por longos anos, com extremo remorso em meu peito, envolvida em pesadas nuvens de vibrações deletérias a adornar-me a alma. Por muito tempo permaneci assim. Punia-me por conta de minha grande vergonha. Não compreendia que a minha atitude mental levava-me a ser prisioneira de mim mesma. Orava, mas penitenciando-me, querendo permanecer naquela situação achando que ficaria ali eternamente, a purgar para sempre meu pecado.
Um dia, ao elevar meu pensamento aos céus, vi tênue luz a aproximar-se de mim. Era a senhora que me presenteara com o Evangelho de Jesus. Chorei copiosamente e adormeci ali mesmo para acordar mais tarde em leito limpo e ambiente harmonioso, com ela a velar-me o sono. Chamava-se Dalva. Instruía-me sobre os dons da vida e sobre todas as vidas que havia ceifado irresponsavelmente. Falo a todos desta casa da grande responsabilidade que assumimos ao entrar na vida. Não só o aborto é grave crime, mas todos os outros que ferem as leis divinas.
Sofrem os aborteiros como eu, da mesma forma que sofrem os suicidas, os assassinos, os adúlteros, os ladrões. Enfim, os que de uma forma ou de outra fazem deliberadamente o mal para locupletar-se com os bens materiais que ele proporciona. Em tudo está o egoísmo e orgulho da criatura que cava o próprio destino, estimulado pelas tortas linhas de conduta materialista, ensinando que nada mais resta além da morte. Triste engano que leva pessoas como eu a caminhos tortuosos de sofrimentos no futuro". - Um Espírito endividado.

Espírito: Um Espírito endividado
SEEAK
São Luís, MA

quinta-feira, 16 de junho de 2011


Por que praticar JIU JITSU


Mais do que um esporte, uma luta, o Jiu-Jitsu trás consigo uma filosofia voltada ao equilíbrio do corpo e da alma e, como toda filosofia nos orienta à prática do cotidiano.

O objetivo do Jiu-Jitsu é o de desenvolver reflexos físicos, emocionais e espirituais, detectando medos e limitações, em busca de caminhos positivos.

O confronto pessoal exige o encontro do equilíbrio, sendo um vencedor de si mesmo primeiramente, vencendo seus limites.

Quanto maior a harmonia e a sintonia de você com você mesmo, maior a autoconfiança, o autocontrole, a autoestima, a fé de que tudo dará certo.

A disciplina que o jiu-jitsu exige faz parte da filosofia de vida que deve estar sempre voltada para a evolução.

O autocontrole e autoconfiança são estimuladas através da implicação dos exercícios físicos e mentais.

A melhor maneira de superar seus limites é estando do seu lado com a mente positiva voltada para  o seu potencial. Somente estando do seu lado com o pensamento positivo é que você conseguirá ultrapassar a suas dificuldades.

Tiago Ragozo

Lição inesquecível

Na atualidade, é bastante comum os casais se queixarem um do outro. A esposa critica o marido por suas manias, por lhe cercear a liberdade e por outras tantas coisas.
O marido reclama dos gastos da esposa, do tempo que demora para se arrumar toda vez que decidem sair, e daí por diante.
É natural que numa roda de amigas, quando o assunto é marido se comentem os defeitos deles e como elas poderiam ser mais felizes sem eles.
Assim foi numa tarde, na academia, onde uma senhora, que aparentava um pouco mais de quarenta anos, se encontrava. Alguém comentou que invejava a sua felicidade.
Ela era uma mulher que transpirava alegria. Dedicava-se a obras de caridade, estudava música. Mas, em tudo que fazia, havia uma tonalidade de alegria contagiante.
Qual era o segredo, afinal? – Perguntou uma das amigas.
Devo tudo ao meu marido. - Respondeu rápido.
Como assim? Tornou a perguntar a outra. Ele acompanha você a todo lugar, incentiva  você, o que ele faz?
E uma pontinha de inveja adornava as perguntas agora.
Como podia aquela mulher ser tão feliz com seu marido?
Mas a outra tornou a responder: Bem, meu marido morreu.
Na roda de amigas, houve um grande silêncio e, pela mente de todas elas, passou a ideia: Claro que ela é feliz. Ele devia ser um carrasco. Ele morreu e ela se libertou.
No entanto, continuando a explicar, a viúva disse:
Enquanto vivemos juntos e foi pouco mais de vinte anos, esse homem me ensinou a amar.
Quando nos casamos, eu era uma jovem tola, cheia de sonhos, vivendo a irrealidade. Ele era um homem prático, mas extremamente sensível.
Amante da poesia, ensinou-me a amar os versos, a descobrir a beleza nas rimas.
Nas horas de folga, tornava-se jardineiro. Ensinou-me a amar a terra, as flores, a semear e esperar o crescimento e a floração.
Gostava de boa música. Com ele aprendi a ir ao teatro para assistir a concertos de música clássica e shows de música popular. Ele me instruiu nos primeiros caminhos dessa bela arte.
Esse homem me ensinou a amar a vida e nela descobrir valores. Deu-me a conhecer o verdadeiro valor de uma amizade, a não desprezar nenhuma manifestação de carinho, por menor que pudesse ser.
Ensinou-me a amar a natureza, bendizendo o sol e a chuva, em suas alternâncias. A não reclamar do frio, nem do calor excessivo. Ele me ensinou a ver em tudo a Providência de Deus a nos abençoar.
Por isso, quando ele se foi, quando pensei entregar-me à tristeza, recordei-me dos anos vividos e das lições repassadas.
Em memória dele, não posso deixar de ser feliz e transmitir felicidade a todos.
*   *   *
A vida é o hálito do Pai Criador em Sua soberana manifestação de amor.
Examinemos nossa vida e das experiências de todos os dias retiremos o melhor proveito.
Nossa vida se constitui de bênçãos e sofrimentos.
Exatamente como no jardim existem duas formas de encontrar as rosas: pelo aroma ou pelos espinhos, nossa vida depende da forma que encaramos o que nos rodeia, o que nos chega, o que nos acontece.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais extraídos do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

sexta-feira, 10 de junho de 2011


ORSON PETER CARRARA

DIA: 18/07/2011- 2ª FEIRA
HORÁRIO: 20h00

LOCAL: NÚCLEO ASSISTENCIAL EDUCACIONAL ESPÍRITA
"JOANNA DE ÂNGELIS“



TEMA: TENSÃO EMOCIONAL

RUA MARCELO GIORGI, 180
SÃO MANUEL – SP
TEL: (14) 3842-1098



ORSON PETER CARRARA:

NASCEU NA CIDADE DE MINEIROS DO TIETÊ-SP. EXPOSITOR ESPÍRITA, TEM PERCORRIDO MUITAS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO E DO BRASIL. ARTICULISTA DA IMPRENSA ESPÍRITA PARA DIVERSOS JORNAIS E REVISTAS DO PAÍS.AUTOR DOS LIVROS "CAUSA E CASA ESPÍRITA" E " ESPÍRITOS: QUEM SÃO? O QUE FAZEM? ONDE ESTÃO? POR QUE NOS PROCURAM?" E OUTROS

Realização: NAEEJA

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Entendi melhor a morte", diz Cissa Guimarães sobre a terapia do luto; conheça o tratamento:

Cissa Guimarães, atriz que optou pela terapia do luto após perder o filho no ano passado

"A terapia do luto foi fundamental para que eu conseguisse sobreviver à maior dor de um ser humano", diz a atriz Cissa Guimarães, em entrevista exclusiva ao UOL Comportamento, se referindo ao filho Rafael Mascarenhas, que morreu atropelado aos 18 anos, em julho de 2010. "Consegui isso com a ajuda terapêutica de Adriana Thomaz. Com ela, entendi melhor a morte, como fazer a conexão com o amor do meu filho e como reaprender a viver."

A terapeuta Adriana Thomaz define a terapia do luto como o cuidado oferecido a uma pessoa que sofreu uma perda significativa. "O luto é uma fase de transição. Essa terapia, portanto, é uma abordagem comportamental, breve e focal, centrada na pessoa e que dá novo significado à sua vida”, explica ela , que é médica, trabalha na área há mais de dez anos e é a profissional que cuida de Cissa.

 
Quando iniciada logo após à morte, a terapia do luto é, também, um tipo de aconselhamento para as tarefas básicas, como tomar a decisão de ir ou não ao velório, de ver ou não o corpo, levar as crianças ao enterro (e o que dizer a elas), se será positivo participar de rituais religiosos, voltar ou não para casa e o que fazer com os pertences do ente querido...
"A terapia facilita o reconhecimento dessas tarefas, que não podem ser evitadas ou apressadas, permitindo que o enlutado se organize para elaborar a perda, assim como estabeleça sua rede de apoio e busque sua espiritualidade -religiosa ou não”. Além desse acompanhamento inicial, consultas auxiliam a enxergar a realidade e encarar a vida.

Adriana passou a atender Cissa Guimarães cerca de três dias após a morte de Rafael. "Em primeiro lugar, tive que detectar os instrumentos que eram mais importantes para ela, que a faziam continuar a ter vontade de viver. Percebi que o trabalho como atriz era vital, assim como o carinho do público", conta a especialista. "Cada caso é um caso, mas, no geral, a abordagem é procurar o que dá sentido àquela vida e tentar reerguer a pessoa", explica.
Cissa Guimarães acha que esse tipo de acompanhamento é de extrema importância para quem passa por perdas graves. "Nosso mundo ocidental lida muito mal com a morte. Precisamos aprender a aceitá-la e transmutar esta dor
em força. E é exatamente isso que a terapia do luto nos ensina."
O empresário carioca Fernando Malheiros, de 71 anos, conta que sua mulher, Vera, faleceu em 25 de julho de 2009, depois de 43 anos de casamento. “Eu iniciei o tratamento depois de um ano da perda da minha mulher e posso afirmar que, em três meses de terapia, me tornei outra pessoa. Acho que todos que passam por um trauma como esse deveriam procurar uma ajuda do tipo. Esse tratamento deveria se chamar terapia de vida, já que nos fortalecemos e retomamos nossas rédeas. Na realidade faz com que você perca a culpa de ter ficado vivo enquanto o outro morreu."
Sem medo
Segundo Adriana, uma das vantagens da terapia do luto é que o paciente tem um espaço seguro para expressar sua tristeza, sua revolta ou qualquer tipo de sentimento e pensamento sobre a morte, sem receios. O paciente pode chorar, se abrir, deixar de lado o medo de desestruturar os familiares, magoar entes queridos, assustar os filhos e não se preocupa se deve ou não demonstrar suas fraquezas.
"A terapia reassegura ao enlutado que ele não está ficando louco por estar experimentando sentimentos novos, desconhecidos e até contraditórios", resume Adriana, que exemplifica: "Uma viúva que perde o marido, que apresentava demência há anos, fica confusa por se sentir aliviada com sua morte, apesar de profundamente triste". E ela conclui que, no processo, há a preocupação em explicar que cada um tem sua maneira de expressar o luto e não existe certo e errado.

O tratamento
Um paciente da terapia do luto precisa de acompanhamento que varia, geralmente, de três a seis meses. No início do tratamento, o indicado é visitar o profissional duas vezes por semana. Conforme o progresso do paciente, as sessões se tornam semanais e, posteriormente, quinzenais -até que o paciente receba alta. De acordo com a terapeuta Adriana Thomaz, ainda existem poucos especialistas em luto no Brasil (e a maioria atua na capital paulista). Quem sofreu uma perda pode recorrer a outros especialistas. Adriana orienta, porém, que é importante esclarecer o objetivo do tratamento ao médico ou psicólogo e perguntar se ele está apto para fazer esse tipo de acompanhamento.

Fonte UOL
FEIJOADA BENEFICENTE 


Foi realizada no domingo, 05 de junho, na sede do NAEEJA (Núcleo Assistencial Educacional Espírita "Joanna de Ângelis"  a 1ª feijoada beneficente da Instituição. Em clima de muita paz e descontração a mesma pode ser saboreada pelos presentes que ao deixarem a sede teceram comentários dos mais elogiosos às cozinheiras e à organização.
Estamos gratos a todos que participaram, patrocinaram, e trabalharam no evento, sendo que incentivados pelo sucesso agendaremos para o próximo ano a segunda feijoada beneficente do NAEEJA.
DOAÇÃO

O NAEEJA (Núcleo Assistencial Educacional Espírita" Joanna de Ângelis" apresenta a ABAS (Associação Banespiana de Assistência Social), efusivos agradecimentos pela  doação de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), que será utilizado em  manutenções de nossa Instituição.
Manifestamos votos de absoluto sucesso em todos os caminhos de suas vidas e, rogamos a Deus, Pai Todo Poderoso, que mantenha iluminado o espírito empreendedor e comunitário do qual são possuidores.
A família do Núcleo Assistencial e Educacional Espírita “Joanna de Ângelis”, agradece por mais este gesto de fraternidade.

Da direita para a esquerda Láecio Martins Corulli, Presidente da Legião Mirim e funcionário aposentado do BANESPA e Noro Ragozo Presidente do NAEEJA

Livro espírita não deve ser recolhido, decide juiz

 Os exemplares do livro “Obras Póstumas de Allan Kardec”, editado pelo Instituto de Difusão Espírita, não devem ser recolhidos. O juiz federal Marcelo Freiberger Zandavali, substituto da 3ª Vara Federal de Bauru, negou pedido de liminar feito em Ação Popular.

Pedro Valentim Benedito entrou com a ação, com pedido de antecipação de tutela, sob o argumento de a obra ser lesiva ao patrimônio histórico e cultural e por veicular conteúdo racista. Ele baseou o pedido, dentre outros documentos, na Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, tratado internacional cujo cumprimento, em território nacional, foi objeto do Decreto nº 65.810/69.
O juiz Marcelo Zandavali destacou trecho da convenção sobre discriminação racial. “Entende-se discriminação racial qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”.
De acordo com o juiz, o Instituto não teve a intenção específica de anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos negros. Ao contrário, em “nota explicativa”, ao final do livro, expressa o “mais absoluto respeito à diversidade humana, sem preconceito de nenhuma espécie”. Ele ressaltou, ainda, que a obra traz a opinião de uma pessoa que viveu no século XIX, época em que era comum este tipo de pensamento com relação aos negros, tanto que em boa parte dos países ainda havia a escravidão.
Assim, de acordo com ele, “fica clara como água da rocha a intenção dos editores de divulgar, sem mutilações, o pensamento kardecista, sem, para tanto, elevar a distinção baseada na cor da pele em ideologia discriminatória”. Com informações do Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal de primeiro grau em São Paulo.
Ação Popular nº 0003015-78.2011.403.6108
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KARDEC, RACISMO E ESPIRITISMO - UMA REFLEXÃO Autor: Jorge Hessen. 
Não fales e nem escrevas
Algo que fira ou degrade;
Racismo é uma chaga aberta
No corpo da Humanidade
(Cornélio Pires) (1)
O racismo (2) é um tema pouco abordado nas hostes doutrinárias. A bibliografia é escassa. Os escritores e estudiosos espíritas brasileiros ainda não se debruçaram com maior profundidade sobre o assunto. Para alguns, as poucas análises sobre a questão do segregacionismo e da escravidão do negro, no Espiritismo deixam transparecer as influências da teoria arianista (3), da visão positivista e idealista da história, desconsiderando os fatos nos seus relativismos e contradições.
Para a investigação kardequiana, a respeito do negro, torna necessário ser considerado o contexto histórico em que foi discutida a temática. Incidiria em erro, sob o ponto de vista histórico, considerar Allan Kardec contaminado de preconceitos ou de índole racista. Essa palavra detém uma carga semântica muito forte, inadequada para definir os ideais do mestre lionês. Não há nenhum indício de que ele tenha discriminado algum indivíduo ou grupo de origem negra ou quaisquer indivíduos, sejam no movimento espírita ou fora dele. A jornalista Dora Incontri, com mestrado e doutorado em Educação, pela USP, em seu livro Para entender Kardec, nos trás um fato interessante que muito bem nos dará uma idéia de quem era o senhor Rivail. Vejamos: "É bom lembrar que, na Sociedade de Estudos Espíritas de Paris, havia um Camille Flammarion, astrônomo, e um calceteiro (operário braçal que fazia as calçadas de Paris, de quem Kardec noticia a morte) e ambos eram membros da Sociedade".(4)
Os contraditores de Kardec se valem de textos insertos na Revista Espírita e principalmente
em Obras Póstumas, 1ª parte, capítulo da "Teoria da Beleza". A rigor não consideramos essa teoria um ponto doutrinário e muito menos consta das Obras Básicas. Trata-se de uma pesquisa de Kardec que não chegou a publicá-la. Veio a público após o seu desencarne, quando algumas anotações deixadas foram reunidas no livro citado, donde se infere que aquele pensamento ainda não estava perfeitamente consolidado.
Por justeza de razões importa lembrar que Kardec não compilou o Espiritismo em seu próprio nome. Ele atribuía a Doutrina como sendo dos Espíritos. Destarte, urge se faça distinção entre o que revelaram os Benfeitores Espirituais sob o princípio do consenso universal dos Espíritos e o que escreveu e pensava particularmente Kardec, inclusive na Revista Espírita.No bojo da literatura basilar da Terceira Revelação, o Codificador ressalta que, "na reencarnação desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade."(5) Ante os ditames da pluralidade das existências, ainda segundo Kardec "enfraquecem-se os preconceitos de raça, os povos entram a considerar-se membros de uma grande família."(6)
Como se observa, idéias essas que descaracterizam radicalmente um Kardec preconceituoso. (grifei) Entretanto, apesar da atitude (para alguns preconceituosas) atribuída a Kardec em relação ao negro, fruto do contexto em que viveu (repetimos) sobre discriminação e preconceito a determinada etnia, sua obra sai indene de todas as críticas no sentido ético. Até porque para abordagem do tema é imprescindível contextualizá-lo de acordo com teorias de superioridade racial muito em voga na época. A frenologia, por exemplo, advogava uma relação entre a inteligência e a força dos instintos em um indivíduo com suas proporções cranianas. Uma espécie de "desdobramento" pseudocientífico da fisiognomonia.
Num artigo na Revista Espírita de abril de 1862, "Frenologia espiritualista e espírita - Perfectibilidade da raça negra", Kardec faz uma espécie de releitura dessa "ciência" com um enfoque espiritualista, demonstrando que o "atraso" dos negros não se deveria a causas biológicas, mas por seus espíritos encarnados ainda serem relativamente jovens. (7) Indagamos: existem povos mais adiantados que outros? É possível desconhecer a discrepância entre silvícolas e citadinos? Se não é a diferença da evolução espiritual, o que os torna desiguais, então? É evidente que podemos adequar as terminologias para culturas "complexas ou simples" no lugar de "avançados ou atrasados”, o que na essência não altera a situação de ambos. Sabemos também [isso é incontestável] que a antropologia e a sociologia surgem eurocêntricas. E a antropologia foi uma espécie de sociologia criada para estudar os povos primitivos. (8) Contudo, a Doutrina Espírita tem mais amplitude do que toda essa questão.
Para nós "não há muitas espécies de homens, há tão somente cujos espíritos estão mais ou menos atrasado, porém, todos suscetíveis de progredir pela reencarnação. Não é este princípio mais conforme à justiça de Deus?"(9)·No livro Renúncia, monumental obra da literatura mediúnica, identificamos trecho que nos chamou a atenção para reflexão sobre o assunto. Robbie, filho de escravos e irmão adotivo de Alcione, ao desencarnar disse-lhe "desde que mandei os gendarmes (10) libertar o cocheiro, por entender que me cabia a culpa (...) sinto que não tenho mais a pele negra, que tenho a mão e a perna curadas (...) veja Alcione (...) e esta lhe explica: São estas as provas redentoras, meu querido Robbie! Deus te restitui a saúde da alma, por te considerar novamente digno." (11)(grifei) Dá para imaginar o Espírito Alcíone racista...?E por que teriam os negros sofridos tanto com a escravidão? Segundo Humberto de Campos os escravos seriam "os antigos batalhadores das cruzadas, senhores feudais da Idade Média, padres e inquisidores, espíritos rebeldes e revoltados, perdidos nos caminhos cheios da treva das suas consciências polutas”. (12)
A concepção de que o homem possa encarnar na condição de branco, negro, mulato ou índio, estabelece uma ruptura com o preconceito e a discriminação raciais. Não esqueçamos, porém, que na Grã-Bretanha, ainda hoje, muitos adeptos do Neo-espiritualismo rejeitam a tese da reencarnação, por não admitirem a possibilidade de terem tido encarnações em posições inferiores quanto à raça e à condição social. Com essa visão, um Espírito, reencarnado num corpo de origem negra, estará sujeito à discriminação e isso lhe será uma condição, uma contingência evolutiva a ser superada. Para uns pode ser uma expiação, para outros uma missão. Com os princípios espíritas se "apaga naturalmente toda a distinção estabelecida entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor". (13) Como se observa, uma doutrina libertária, como o Espiritismo, não compactua, sob quaisquer pretextos, com nenhuma ideologia que vise a discriminação étnica entre os grupos sociais.
A verdade é que nos grandes debates de cunho sociológico, antropológico, filosófico, psicológico, etc, o Espiritismo provocará a maior revolução histórica no pensamento humano, conforme está inscrito nas questões 798 e 799 de O Livro dos Espíritos, sobretudo, quando ocupar o lugar que lhe é devido na cultura e conhecimento humanos, pois seus preceitos morais advertirão aos homens a urgente solidariedade que os há de unir como irmãos, apontando, por sua vez, que o progresso intelecto-moral na vida de todos os Espíritos é lei universal, tomando, por modelo, Jesus, que ante os olhos do homem, é o maior arquétipo da perfeição que um Espírito pode alcançar(14).
    Jorge Hessen
Site:http://jorgehessen.net/

FONTES:1- Xavier, Francisco Cândido. Caminhos da Vida, Ditada pelo Espírito Cornélio Pires, São Paulo: Ed. CEU, 1996.2- O racismo, segundo a acepção do "Novo Dicionário Aurélio" é "a doutrina que sustenta a superioridade de certas raças". O Conde de Gobineau foi o principal teórico das teorias racistas. Sua obra, "Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas" (1855), lançou as bases da teoria arianista, que considera a raça branca como a única pura e superior às demais, tomada como fundamento filosófico pelos nazistas, adeptos do pan-germanismo. 3- Entre os teóricos do racismo alemão, dizia-se dos europeus de raça supostamente pura, descendentes dos árias. 4- Incontri, Dora. Para Entender Kardec, Grandes Questões, São Paulo: Publicações Lachâtre, 20015- Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2002, pág. 31.6- Idem págs. 415-4167- Kardec, Allan. Revista Espírita de abril de 1862.8- Primitivo era todo aquele povo que não havia chegado ao grau de cultura e tecnologia do europeu. Sem dúvida que era uma visão do europeu da época, que considerava os negros e os latinos selvagens. 9- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, texto escrito por Allan Kardec, e Constitui o Capítulo V item 6º, Rio de Janeiro: Editora FEB, 200110- Soldado da força incumbida de velar pela segurança e ordem pública, na França. 11- Xavier, Francisco Cândido. Renúncia, 7 ª ed. Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1973, pg 412.12- Xavier, Francisco Cândido. Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho, Ditado pelo Espírito Humberto de Campos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1980.13- Kardec, Allan. (Revista Espírita de abril de 1861 297-298). 14- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2003, parte 3ª, q. 798 e 799, cap. VIII item VI - Influência do Espiritismo no Progresso.
Conheça melhor: Therezinha Oliveira


Com mais de 50 anos de atividades ininterruptas na seara espírita, Therezinha Oliveira já presidiu o Centro Espírita Allan Kardec e a USE de Campinas.
Oradora brilhante, proferiu mais de duas mil palestras em todo Brasil e até nos EUA.
É autora de diversas obras (uma em co-autoria) da Coleção Estudos e Cursos, adotada com sucesso em diversas Casas Espíritas, espalhadas pelo país, e por aqueles que desejam sistematizar o estudo da Doutrina.
Sua produção também se estendeu a outras obras, destacando-se Espiritismo - a Doutrina e o Movimento, Na Luz do Evangelho e Parábolas que Jesus Contou e Valem para Sempre.
Por sua experiência, conhecimento, ativa dedicação e fidelidade aos postulados espíritas, Therezinha Oliveira continua a contribuir de forma inestimável para a causa espírita.

Algumas obras:
Ante os que Partiram
Chegando à Casa Espírita
Deixem - me Viver
Fluidos e Passes (Coleção: Estudos e Cursos - Vol.4)
Iniciação ao Espiritismo (Coleção: Estudos e Cursos - Vol.1)
Mediunidade (Coleção: Estudos e Cursos - Vol.2)
Na Luz do Evangelho
Oratória a Serviço do Espiritismo (Coleção: Estudos e Cursos - Vol.5)
Parábolas que Jesus Contou e Valem Para Sempre
Reuniões Mediúnicas (Coleção: Estudos e Cursos - Vol.3)
Suicídio? - Um Doloroso Engano.
Os mais recentes lançamentos:
Jesus o Cristo
Na Luz da Inspiração (em CD, com a voz da autora)
Na Luz da Mediunidade - Os Mortos vivem e se comunicam
Na Luz da Reencarnação - A vida é sempre vida

 Fonte: Centro Ispírita Allan Kardec de Campinas