quinta-feira, 27 de setembro de 2012


NOTÍCIAS PARA FAMILIARES

 “Venho até aqui para atender solicitação dos meus queridos familiares, que querem saber de mim, como estou e como passo meu tempo por aqui. A minha vida, por assim dizer, é boa e me permite momentos de alegrias que só poderão ser melhores quando estivermos juntos novamente. Também nós, que somos mais simples, podemos ser felizes e encontrar paz no mundo espiritual, nada comparado ao que se experimenta nas faixas mais elevadas, mas certamente melhor que qualquer alegria do mundo material, como já é do conhecimento de todos. Tenho estado ocupado com o preparo para o meu retorno, que deverá acontecer daqui a algum tempo. As necessidade íntimas me chamam ao enfrentamento de minhas imperfeições e não há melhor recurso que encarnar e viver os limites da matéria.
Recebi Celso em meus braços, que se recupera bem e que precisa agora de ajustar-se à distância da família, dos gostos terrenos, enfrentando as tribulações comuns aos que aqui chegam despreparados, mas com todo o amparo possível. A partida acidental é traumática, mas quando trata-se de resgate é melhor assimilada ou vivida, pois o Espírito sabe que deveria experimentar tal situação e que se livra de necessidade dolorosa. Também eu vivi a mesma dor, mas que posso dizer senão que diante de toda a minha história, se apresentou como uma agulha de injeção que me curou de um mal severo, e que repetiria a dose todos as vezes que precisasse. É certo que durante a experiência nossa manifestação não é tão abnegada, mas hoje é isto que sinto pelo alívio que recebi. Afastou-se de mim uma marca grave do passado e a sensação que agora fica é de gratidão exultante a Deus que me concedeu esta graça.
Minha família, o que posso dizer a vocês senão da saudade e do desejo de abraçá-los e de esclarecer-lhes todas as dúvidas? Não que eu seja melhor que qualquer um, mas por causa da minha condição posso ver as suas dificuldades de um outro modo e se pudesse indicaria a cada qual o caminho que deve seguir, mas Deus é um Pai infinitamente melhor que eu, e vocês são abençoados por Ele, que colocou em suas mãos, santas diretrizes para a vida. Vocês podem ler e ter contato com o Espiritismo e isso é uma graça, pois poucas pessoas têm este privilégio. Quando sofrerem ou vacilarem entreguem-se aos ensinos e em pouco tempo verão os bons resultados que ele trará a todos. Afastem-se sempre das influências do mundo que sugerem vaidades e tolices.
Meu tempo já se esgotou. Se pudesse falaria um dia todo com vocês e estaria junto com todo o amor que pudesse dar. Deixo o meu carinho especial à minha esposa, pedindo que tenha paciência e força nestes dias que são de fragilidade. Rogarei ao Pai sempre por você e Ele com certeza a amparará. Aos meus filhos e netos também ofereço meu carinho, rogando que não se apartem do caminho do Bem, pois esta possibilidade é a única coisa capaz de me atormentar. Fiquem todos com Deus!”. - João Canizza Segundo

 
              Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos familiares
Espírito: João Canizza Segundo
GEBEM
MÉDICOS DA ESPIRITUALIDADE

 
Evocação do Espírito de um médico.

- Aqui estou para ajudá-los no que estiver ao meu alcance.

 Como te chamas?

-       Podes chamar-me  Belarmino Dantas, ou simplesmente irmão Dantas.

 Onde viveste na sua última passagem pela vida terrena?

-       Na região nordeste do Brasil, no interior de um Estado onde a religião foi sempre cultuada com devoção.

Como foi sua vida profissional?

-       A de alguém que serve os necessitados por amor. Sempre deixei-me levar por um sentimento de compaixão pelo povo carente. Formei-me no sul do país e ao voltar, entreguei-me à assistência. A princípio, pensei que exerceria a profissão e teria chance de ganhar meu próprio pão, mas a realidade se fez diferente. Terminei minha existência ajudando quem pudesse, sem nada cobrar.

Mas como conseguias sobreviver?

-       Alguns dos meus pacientes pagavam consultas e tinha pequena renda, que me vinha de propriedade que me havia dado meu pai.

Pedimos que nos trouxessem alguém para falar-nos de curas. Por que foi o escolhido?
-       Faço parte da equipe que cuida desse setor de atividades no grupo Bezerra de Menezes.

Que tipo de papel desempenha?
-       Cuidamos de determinadas enfermidades das pessoas, de modo que aqueles que vêm à casa com fé, sejam aliviados ou curados conforme a vontade de Deus.

Como funciona a vontade do Pai? Ele não ajuda todas as pessoas que procuram-no?
-       Esta é uma visão equivocada de como o Criador cuida de seus filhos. Enquanto limitais a vida entre os fenômenos de nascer e morrer, para Deus as vidas se sucedem conduzindo o Espírito na senda do progresso. Muitas vezes a vontade do Altíssimo, expressa em Suas Leis, não nos permite por fim a dores e sofrimentos pungentes. Casos existem em que a doença é a cura definitiva do Espírito, que necessita purificar-se. Agimos sob a permissão do Alto.

Quantos são os que dirigem os trabalhos de curas na instituição?
-       A equipe é dirigida por três abnegados cirurgiões e grande números de auxiliares. Dois deles cuidam com freqüência das sessões e um outro comparece mais esporadicamente.

 Poderá dizer-nos quem são?
-       Não tenho permissão para citar nomes, além de acharmos improdutivo tal procedimento. Mas um deles foi médico nesse país, um outro em importante e antigo país da Europa e o terceiro, na sua vida última, encarnou-se como um curador no interior do Brasil.

 Mas é possível que um curador seja um médico de outra vida?
-       Sim, é perfeitamente possível e com freqüência Deus o permite para que o orgulho acadêmico possa ser diluído.

Podemos evocá-lo novamente para nos falar mais sobre as sessões de curas?
-       Sim, permitindo-me Deus, aqui estarei.

Queremos agradecê-lo pela bondade em atender-nos.
- Não me agradeça, mas sim ao Pai, por permitir a nossa manifestação em nome da caridade.
                Mensagem mediúnica
Classificação: Evocação
Espírito: Belarmino Dantas
GEBEM
AS CONTRADIÇÕES DOS ENSINOS

A Doutrina Espírita chegou ao mundo há cerca de 150 anos, cumprindo assim a promessa de Jesus de que enviaria aos homens outro Consolador, que iria relembrar os Seus ensinamentos e acrescentar novos conhecimentos. Uma pessoa madura que resolva examinar os ensinamentos do Espírito de Verdade, constante na obra da Codificação, facilmente verificará a clareza dos ensinos, a coerência com outros conhecimentos, a harmonia com os Evangelhos, enfim perceberá que o Espiritismo é uma questão de bom senso.
É também verdadeiro pensarmos que, se estes novos ensinamentos chegaram a nós nesta fase em que se encontra a humanidade, é porque esta mesma humanidade está em condições de absorvê-la. A Providência Divina, não iria trazer ao mundo revelações que não tivessem condições de serem assimiladas. Mas, então por que o pleomorfismo de ideias, de interpretações em torno dos ensinamentos espíritas? Por que, apesar da enorme divulgação que teve a proposta espírita, ainda existe uma enorme confusão a respeito do que seja realmente Espiritismo e sua finalidade para a humanidade?
Qualquer pessoa que procure se inteirar um pouco mais a respeito do Movimento Espírita e que visite diferentes casas espíritas, verá que não existe uma concordância de ensinos, tanto no tocante aos conhecimentos, como às práticas e orientações fornecidas. Perceberá também o estado de estagnação, de desorganização que algumas casas se encontram. Por que um grande número casas espíritas têm poucos frequentadores e poucos trabalhadores?
Um observador mais atento, conversando com alguns irmãos espíritas, que são pessoas que se presumem conheçam os ensinamentos de Jesus e de Kardec, facilmente verificará o mundo de fantasias e ilusões que reina em determinadas mentes, no que diz respeito ao assunto Espiritismo. Se frequentar eventos, congressos espíritas, ele começará a entender como é constituído o movimento. Enfim, uma pessoa normal, bem orientada, com capacidade de crítica, com os conhecimentos básicos da Doutrina Espírita, facilmente identificará os desvios, a falta de organização e o distanciamento existente entre o que se faz na casa espírita e o legado de Allan Kardec.
A mensagem de Jesus veio para libertar o homem do reino da ignorância. O Espiritismo veio explicá-la, dar-lhe o sentido da racionalidade, dando-nos condições de compreendermos o que nos foi revelado. Uma grande parcela da humanidade já se encontra apta a entender a proposta espírita, e aqueles que estão de posse dessa mensagem têm a obrigação de transmitir os ensinamentos, bem como de conduzir as práticas, em conformidade com a Codificação.
Não é correto desprezarmos tais revelações e ensinamentos, nem tampouco modificá-los ou interpretá-los a nosso bel-prazer. A única maneira segura de não nos desviarmos do caminho é termos Kardec como base fundamental e Jesus como Mestre. Portanto, estudemos com seriedade as Obras Básicas. Elas são luzes potentes que nos guiam com segurança no mundo da espiritualidade, a base sólida para compreendermos as leis do universo.
Organizemos a nossa casa, para que a mesma seja um local aonde os bons Espíritos encontrem as condições necessárias para realizarem os seu trabalhos. Sejamos verdadeiramente humildes para reconhecer os nossos erros, e tenhamos coragem para quebrar este espírito de passividade e de atraso que impera na maior parte das casas espíritas deste país. Façamos a nossa parte.
Não nos esqueçamos que é através do conhecimento, do estudo, do trabalho e das vivências, que adentraremos no mundo de luz. Como bem disse René Descartes, os estudos devem ter por meta dar ao Espírito uma direção que lhe permita formular juízos sólidos e verdadeiros sobre tudo que se lhe apresenta. Os trabalhadores e dirigentes espíritas têm o compromisso perante a espiritualidade de se capacitarem para o bom desempenho das funções a fim de, adequadamente, ajudar ao próximo, e ser dignos de constar na fileiras de trabalhadores da Seara de Jesus.

Francisco A. M. Medina
AGRADECIMENTO

 
“Queridos irmãos presentes à reunião deste dia, aqui estou a pedido de meu filho. Quero agradecê-los pela gentileza em atender-me nesta casa, quando da ocasião de minha partida da vida terrena. Foram dias difíceis aqueles, pois tive dificuldades em adaptar-me à nova realidade. Mas tive de aceitar aquilo que a Lei de Deus determinou frente a minha condição de existência.
Passei por um período de perturbação. Soube, mais tarde, que não foi dos mais graves, mas não é muito agradável a solidão em zonas de sofrimento. Aos poucos fui recobrando o sentido e a percepção de tudo. Recebia uma sensação de alívio, provocada por bons pensamentos e preces que me foram dirigidas. Até que o irmão Elísias me recolheu, guiando-me para uma das sessões de atendimento desta casa. Foi então que me vi num ambiente de luz, em meio de outros Espíritos. Foi a partir dessa hora que tudo começou a transformar-se, pois estava deixando de ser só.
Juvenal, meu velho companheiro, veio dar-me as boas-vindas. Permitiram que me aproximasse da mesa de atendimento para que meu estado mental fosse melhorado. Beneficiei-me com a aproximação do médium que me recebeu as influências naquele dia. Fui abraçada logo após, por este meu esposo que em minha frente mostrava-se vivo, mais vivo e remoçado do que nunca. Foi como se deixasse  uma zona de guerra, tamanha a impressão de angústia causada pelas regiões purgatoriais. Afastei-me um pouco enquanto manifestaram-se outros Espíritos. Juvenal mostrou-me, num dos lados da mesa, meu filho, que trabalhava silencioso, observando as atividades que se desenvolviam em diversas áreas.
Atualmente tenho tido diversas oportunidades de aprender. São muitos os amigos e companheiros que se interessam em ensinar-me o que necessito. Nunca vi tanto interesse pelas pessoas como aqui. Somos objetos de atenção de tudo e de todos. Entendo agora, as muitas provas de minha vida e vejo com clareza aquilo que necessito corrigir em minha maneira de ser. Por isso, agradeço incessantemente pela ação benfazeja de todos os que me amaram e que ainda lembram-se de mim com carinho.
Continuo viva, como antes. Hoje, sem o fardo que carreguei nos meus dias terrenos, que me fez sofrer aqui, sinto-me mais leve, muito mais, e completamente liberta dos efeitos provocados pela enfermidade que carreguei por muito tempo. Sou agradecida a Deus pela vida, pelas provas e por toda essa alegria de poder estar entre homens e pessoas de bem. Sua irmã, Juraci Galvão.”

Mensagem mediúnica
Classificação: Depoimentos
Espírito: Juraci Galvão
GEBEM
AGRADANDO A SI MESMO

 “Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não se agradou a si mesmo.
                      Paulo aos Romanos, 15:1-3
A máxima “Amar ao próximo como a si mesmo” é uma daquelas frases do Evangelho de Jesus que, de tão conhecida, ficou comum e caiu na banalidade da repetição sem efeito. Todos a pronunciam instintivamente quando instados a falar do amor, de caridade, de doação, quer seja para instruir outros, quer seja legislando em causa própria. Muitos falam por falar, mas sem o fogo da verdade que brota do coração do justo.
É belo falar das máximas de Jesus. Impressiona e toca o coração dos mais sensíveis, quando quem fala tem em suas palavras o peso do exemplo. Entretanto, a prática do dia a dia diz que, para a maioria dos homens, a frase acima não passa de um amontoado de palavras. Isso se deve em parte por falta de vontade das pessoas para o aprendizado, em parte por imaturidade espiritual e muitas vezes pela interpretação equivocada que dão a esse ensino os que se consideram arautos da Boa Nova, arrastando para os abismos da ignorância uma infinidade de almas equivocadas.
O mundo está abarrotado de tolices, como se sabe. A cada dia surge mais e mais seitas e doutrinas humanas que, pegando carona nos ensinos do Cristianismo, ditam normas, fazem adeptos e atraem incautos para suas fileiras. E dentre os enganados não estão apenas os mais simples, mas aqueles que se dizem bem dotados intelectualmente. Esses, muitas vezes sem se aperceberem, dão guarida a doutrinas mundanas, assim chamadas por atenderem unicamente aos interesses da matéria, embora se apresentem muito bem encapadas com rótulo de ciência do comportamento, entremeadas por pensamentos espiritualistas que trabalham a auto-estima do ser.
Nos últimos anos viu-se alastrar no seio das sociedades ocidentais a doutrina do egoísmo, do orgulho, da exaltação da personalidade. Chamada pomposamente de auto-ajuda, neurolinguística, holismo e quejandos, essa falsa filosofia induz o homem a pensar que para amar ao próximo o homem precisa primeiro amar a si mesmo. Nesse esforço passa toda a sua vida preocupado consigo, freqüentando os divãs dos analistas, bancos de igrejas, palestras em centros espíritas, templos budistas, evangélicos ou o que o valha. São pessoas na maioria atormentadas, infelizes, insatisfeitas com a vida que levam e que acreditam encontrar a paz e a felicidade nas explicações sobre seus traumas, suas experiências frustrantes, suas complicadas relações com afetos ou desafetos. Perdem, muitas vezes, a oportunidade de crescer justamente por se voltar unicamente para si, durante toda uma existência.
Esse pensamento, que permeia a maioria das filosofias superficiais existentes atualmente, encontrou terreno fértil entre os imaturos do mundo, e os livros sobre o assunto assumiram os primeiros lugares em vendas nas sociedades ocidentais. Já se sabe, de longas datas, que o homem procura sempre o que é mais fácil. Por preguiça ou ignorância busca sempre os atalhos na esperança de ter menos trabalho, despender menos esforço. Por essa razão, envolve-se com facilidade em coisas dessa natureza, com doutrinas falsas que não exigem muito esforço da criatura e que, pelo contrário, sopram doces palavras de elogios em seus ouvidos, estimulando o tão festejado ego. Acreditam cegamente que o ego é o grande motor de suas realizações. Quanto mais amarem a si mesmos, mais amarão aos outros. É o que pensam e o que ensinam os pseudo-mestres. E nessa ilusão as pessoas vivem, sofrem, fazem sofrer, atormentam-se e escravizam-se cada vez mais em seus problemas, tribulações e dificuldades.
Entretanto, Jesus em todos os seus discursos ensinou que apenas um caminho há para que a criatura encontre sua paz interior, o caminho da felicidade verdadeira: a Caridade. Mas a caridade segundo o que Ele ensina, ou seja, a prática absoluta do amor. Segundo os Espíritos superiores, Jesus entende a caridade como benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas. Perguntamos: o que isso tem a ver com o amar a si mesmo? Nada. Mas tem tudo a ver com o amar ao próximo. Ou seja, primeiro se compreende porque se deve e como se deve amar o próximo, e a partir de então começa-se a vislumbrar uma prática diferente de vida, cultivando os valores verdadeiros do Espírito, conquistados com a prática desse amor ao próximo. Em resumo, o homem ama o próximo porque já tem o amor em si, que é tanto maior quanto mais ele compreende as leis de Deus e os objetivos da vida.
Jesus, sabedor da natureza egoísta do homem em seu atraso espiritual, colocou a medida do amor no outro e não em si mesmo. O amor que se tem pelo outro é que demonstra a qualidade moral do Espírito e não o contrário. A pessoa que não se dispõe a servir, não se dispõe a amar. E se não se dispõe a amar é porque ainda está preocupado apenas consigo mesma, criando problemas existenciais às vezes inexistentes até aquela oportunidade. Interpelado pelos seus amigos sobre quem era o maior dentre eles, o Mestre censurou-os demonstrando que o maior era quem servia mais. E disse: “Eu não vim aqui para ser servido, mas para servir”. Ele se postava como servo e os homens se postam como senhores. Eis a dimensão do abismo entre o que quer Jesus e o que deseja o homem.
Qual razão Jesus teria de nos pedir para atender os nus, amparar os enfermos, visitar os encarcerados, curar as doenças, saciar a fome e a sede dos necessitados, se não fosse para, através da prática do amor ao próximo, construir um edifício de virtudes para o Espírito imortal? Como poderá o homem amar-se primeiro com tanto a fazer pelo outro? Como pode a criatura pretender ser feliz com tanto sofrimento na face do planeta? Só o egoísmo e orgulho do Espírito podem justificar tal pensamento. O amar a si mesmo, portanto, conforme ensina Jesus, longe está do entendimento que é dado pelos homens.
Urge que se tenha um outro entendimento sobre esta máxima. Amar ao próximo é a Lei Maior, através da qual o homem alcançará os degraus da sabedoria e da felicidade plenas. É necessário que se tenha cautela com os arautos da doutrina do egoísmo que se alastrou pelo mundo e se transformou em uma grave enfermidade moral da qual o homem terá de se livrar um dia, mas que, por agora, envolve com facilidade boa parte do planeta. Ela vem com a capa do bem, do altruísmo, da reforma interior, mas não passa de artimanhas utilizadas pelos Espíritos inferiores para manter o mundo no atraso, mantendo o homem em sua condição de imperfeição. Infelizmente essas entidades infelizes encontram uma multidão de pessoas que lhes dão ouvidos e contam com a ajuda de personalidades importantes, no campo religioso ou fora dele, para semear a inutilidade, passando-se por mestres. Na verdade são cegos conduzindo cegos. Cairão no abismo, conforme profetizou Jesus.

Vanda Simões

Texto publicado no em 25/11/2000
 A CHAVE PARA O ENTENDIMENTO

 
“Caros irmãos, podeis ser melhores do que sois. Tendes nas mãos a chave do entendimento da mensagem do Cristo e se souberdes utilizá-la sereis conduzidos no caminho do bem. Deverá haver dentro de vós uma chama que arde e que vos faça buscar esta chave verdadeiramente.
A Doutrina Espírita é para todos vós o caminho e o referencial para vossas vidas. Como a Terceira Revelação, vem trazer esclarecimento e complementar a mensagem de Jesus. Se quereis entender Jesus, compreendei a Doutrina, que é esta mensagem em sua mais ampla expressão. Através da Doutrina Espírita tereis contato com princípios nunca antes tratados com tanta clareza, como a reencarnação, a lei de causa e efeito, a pluralidade das existências e o homem sendo visto como Espírito imortal e perfectível.
Quantos de vós, ainda na ignorância, não conseguis vos desvencilhar de situações de sofrimento e dor? Quantos de vós, desesperados, não encontrais caminho para o vosso alívio? Viveis em um mundo de provas e expiações, no qual predominam o sofrimento e as injustiças, no qual habitam almas ainda pouco esclarecidas que envolvem-se em seus próprios princípios e que pouco ou nada fazem para beneficiar a humanidade.
Existem lugares em que podeis observar o sofrimento dos vossos irmãos através da fome, guerra e a total falta de recursos materiais, contrastando com outro lado, onde existe o progresso, o desenvolvimento tecnológico, facilitando a vida de tantas pessoas, mas que devido  ao atraso moral, tornaram-se escravas desse sistema. Porém, mesmo que possam ver a miséria e sofrimento de tantos, não conseguem ter em seus corações a piedade, capaz de impulsioná-las  no caminho da caridade de que fala o Evangelho, procurando socorrer e aliviar o sofrimento destes que choram.
Que será de vós se não tiverdes a boa e verdadeira instrução? O que estais esperando para vos apegar ao Evangelho com afinco, alimentando a vossa alma que está sedenta e dando a ela o pão da vida e a água que saciará a vossa sede eternamente. Não podereis dizer que sofreis injustamente ou que sois bom demais para terdes em vossas vidas tantas dificuldades. O sofrimento e as dificuldades são para vosso Espírito oportunidades ímpares de crescimento e entendimento da vida, não pelo mal que vos causa, mas pela necessidade gerada por este mal-estar em procurardes respostas para eles e, assim, exercitardes a paciência, a resignação, desenvolvendo a inteligência que Deus vos concedeu para que busqueis a Verdade.
Jesus já vós dissestes: “Conhecereis a Verdade e ela vos libertará”. O que é a Verdade, senão a mensagem de Jesus, que é o Evangelho, a Boa Nova, esta mensagem que vos mostra o caminho que deveis seguir para chegar ao Pai? A Doutrina Espírita vem retirar  o véu dos vossos olhos e colocar esta mensagem de forma clara, para que todos vós tenhais condições de compreendê-la. Todo aquele que tiver vontade firme, cuideis de ajustar o vosso Espírito, buscando Jesus e rogando forças para lutar contra as próprias imperfeições, que são verdadeiros entraves para vosso adiantamento.
A Terra se tornará um mundo de regeneração onde habitarão Espíritos que farão deste lugar um mundo mais justo. Portanto, se quereis ser dignos de nela viver torneis-vos homens de bem e o caminho é a Lei, expressa no Evangelho. Busqueis a Verdade e estejais com Jesus”. – O guia do médium.

 
Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos instrutores
Data: 23.11.01
Espírito: O guia do médium
GEBEM

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

NOTICIAS DE UM AMIGO

 
“Caros amigos. É uma alegria muito grande estar aqui novamente para convosco falar e dar-vos algum parecer sobre a vida no mundo espiritual. Desde de que aqui cheguei minha vida tem sido um ininterrupto processo de crescimento, se é que posso utilizar este termo, mas o que realmente importa é que em momento algum estive ocioso. Nos primeiros instantes fui conduzido ao tratamento para recuperar-me do trauma sofrido no acidente. Depois fui tratado para me adequar a este novo estado e a distância de meus familiares. Como vós sabeis fiquei ainda um tempo me indagando o porque de minha vinda tão prematura.
Gostaria de ter vivido mais tempo junto de meus filhos e da minha esposa e isto me incomodava. Porém, os irmãos que assistem esta Casa puderam me auxiliar, e o fizeram de maneira intensa, no que sou muito grato, pois este auxílio me abriu as portas para novos conhecimentos, para um melhor entendimento e até para a aproximação de meus familiares. Aquilo que poderia demorar muito tempo em função de uma revolta foi para mim uma rápida transformação, porque me submeti à instrução dos mentores e dos auxiliares desta Casa e pude me ajustar rapidamente.
Depois deste princípio confuso e certamente duro, pude vivenciar novas experiências que me surpreenderam profundamente. Foi permitido que eu acompanhasse algumas reuniões intimas deste Grupo e como me acalmava o servir. Logo me coloquei a prestar algum serviço junto às equipes de desobsessão, nada que exigisse algum conhecimento, pois eu não o tenho, mas sim um apoio que colaborasse para a realização das atividades mediúnicas da Casa.
Hoje é constante a minha presença aqui para trabalhar e continuar fazendo o que sempre fiz, auxiliando dentro de meus limites, mas a cada dia me libertando mais das barreiras que impedem uma relação mais grave com o trabalho. O interesse pelo conhecimento desperta-me  e posso estudar com grupos que aqui se reúnem. Neste sentido posso participar de mais esta atividade desta Casa aprendendo, e de alguma forma colaborar com o trabalho de psicografia do médium a quem tenho grande apreço, e para quem desejo uma experiência feliz neste mundo.
Aproveito a ocasião para mandar a minha esposa e a meus filhos o beijo e o abraço carinhoso de sempre, dizer de minha saudade e dos meus olhos sobre eles, porque se já não posso participar diretamente de suas vidas, nada impede de velar por eles e orar ao Pai para que estejam protegidos e amparados. Peço desculpas se pouco me dirijo a eles, mas esta oportunidade que me foi concedida hoje é para dar testemunho de que a humildade e a sujeição àqueles que nos dirigem e a Lei é sem dúvida alguma melhor que a revolta, pois em apenas um ano de minha partida tanto pude experimentar que se pudesse diria ao mundo de minha experiência e pediria a todos que deixassem suas mesquinharias, sua arrogância, sua presunção e que observassem com maior intensidade e boa vontade os ensinamentos de Jesus.
Porque se no mundo espiritual pude encontrar paz e progresso pela humildade no mundo carnal, coletivamente se encontrará maravilhas tamanhas, que ninguém vos poderá dizer. Por isso, não se zanguem comigo meus amados, pois hoje, apesar da separação, sou como antes, trabalhador e responsável e assim como na matéria me ocupava plenamente do trabalho sem os abandonar, assim continuo com a alma ligada a vocês e as mãos no trabalho com Jesus. Que neste dia o espírito do Criador dê a todos os que compõem esta Casa, aos seus e aos meus familiares, aos Grupos que participam deste novo ideal , a vida. Muito obrigado.”- Antônio
 
Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos familiares
Espírito: Antônio
GEBEM

HOMENS PÚBLICOS

EVOCAÇÃO DO ESPÍRITO DE UM ANDARILHO

 
“Aqui me encontro a convite dos instrutores da casa. Obrigado por chamarem à vossa sessão, este que ainda labuta para dar os primeiros passos na senda do progresso.
-       Quem sois vós, irmão?

Resposta: Sou um andarilho, que passou toda a vida distante do convívio familiar ou do contato com as pessoas civilizadas.
-       Poderíeis nos falar um pouco de vossa experiência?

Resposta: Sim. É para mim, motivo de satisfação, pois tenho consciência que o vagar pela Terra me ajudou a ver muitas coisas importantes.
-       Dissestes que não tivestes contato com pessoas civilizadas, mas não as viu durante vossa vida?

Resposta: Sim. Não tive um contato muito feliz, quis dizer. Delas, recebi reproches e olhares de desdém.
-       Isso vos fez sofrer?

Resposta: Não tanto quanto tal ato provoca em muitos que vivem e viveram sem rumo como eu. Sentia no fundo do coração, que a experiência que vivia me seria útil de alguma maneira.
-       Mas os andarilhos em geral são revoltados.

Resposta: Nem todos. Aqueles que expiam seu passado, o fazem com inconsciente conhecimento de causa, o que nos momentos de desprendimento os conforta.
-       Dizeis que vossa vida de andarilho foi em encarnação expiatória?

Resposta: Sim, consegui quitar parte das dívidas que assumi numa encarnação, onde fora personagem rico e influente.
-       Todos os andarilhos expiam faltas do passado?

Resposta: De modo geral, todos os Espíritos encarnados na Terra expiam o passado. Mas alguns pagam débitos mais acentuados. Nem todos os andarilhos, porém, possuem tal peso a aliviar. Alguns vivenciam provas, outros, foram colocados à margem da vida pelos próprios parentes ou pela sociedade que poderiam cuidar devidamente deles. Afinal, eles não são em número tão grande.
-       O que determinou que tivésseis uma vida de tantas privações?

Resposta: Meu descaso para com a comunidade. Fui um homem de grande influência no passado. Mas minha vida foi a de um egoísta. Pensava mais em mim e nos meus interesses, do que naqueles que depositaram em minha pessoa seu voto de confiança, para que eu pudesse ajudá-los. Passei muitos anos nas regiões de sofrimento e trevas, até que após uma eternidade, consegui libertar-me. Depois, com a ajuda de Benfeitores espirituais, cuidei de encontrar solução para tantos descasos.
-       Como foi essa programação reencarnatória?

Resposta: Havia sofrido tanto no mundo invisível aos humanos, que fiquei desejoso de pôr fim aos descalabros provocados em vida. E o quis fazer da maneira mais rápida possível. Disseram-me, que a volta como andarilho poderia fazer-me quitar grande parte das dívidas com o Pai Celestial. E foi assim que nasci em família pobre e desde pequeno vivi no abandono, como se uma mão invisível me guiasse ao destino libertador.
-       Falas com desenvoltura. Não sois muito lúcido, para quem viveu como um andarilho?

Resposta: A lucidez me vem da bagagem adquirida anteriormente. Hoje, estando livre, posso fazer uso desse conhecimento.
-       Mas ele não se manifestou na matéria, durante sua encarnação como um andarilho?

Resposta: Nasci num organismo material, que contribuiu sobremaneira para que minhas faculdades permanecessem latentes. Sentia com freqüência, impulsos de inteligência, mas a matéria agia como um anteparo às minhas manifestações.
-       E como foi vosso regresso à pátria do Espírito?

Resposta: Morri, depois de sofrer o ataque de uma pneumonia. Meu organismo frágil não resistiu à ação funesta do micróbio.
-       Sofrestes muito tempo nas regiões umbralinas?

Resposta: Pela bondade de Deus, não. Despertei quase de imediato e fui recebido por dois anjos guardiães. Após adormecerem-me, eles me conduziram a uma colônia onde passei meus primeiros dias de adaptação.
-       Vossas recordações voltaram de imediato?

Resposta: Não. Tudo se fez gradualmente, até que consegui atingir a maturidade, pelo despertar de tudo o que eu era interiormente, agora burilado pelos sofrimentos pungentes a que fora submetido na minha última existência.
-       Que tendes a dizer da vossa experiência como andarilho?

Resposta: Sou feliz por esta dádiva. Mas pode-se escolher outros caminhos para a evolução. Basta que se guie na vida pelo bom senso, pela razão e retidão de juízo.
-       Mas não tivestes razão e bom senso quando endividastes?

Resposta: Sim, achava que tinha razão, que era dotado de bom senso. Mas de que razão falais? A que bom senso vos refere? O dos homens? Ora, irmãos, não há verdadeiro bom senso e razão sob o desconhecimento das leis de Deus. Pensai na reencarnação, pois ela é uma lei da vida. Pensai na lei de causa e efeito, pois através dela podereis guiar-vos nas boas obras, fazendo ao vosso próximo aquilo que quereis para vós mesmos. Pensai na imortalidade, não só como possibilidade teológica, mas como realidade de vida eterna, a única que verdadeiramente importa. Fui homem de grande importância social, mas deixei de cumprir com minhas obrigações frente ao povo necessitado. Perdi-me e os anos de sofrimento e desespero nas faixas umbralinas, fizeram-me descobrir um tesouro chamado Jesus. E eis que resolvi segui-Lo e, para isso, nada mais importava. Queria me desfazer de tudo o que até então me era importante, para poder ter o direito de estar com Ele no Paraíso. E foi como um andarilho, que me despi das riquezas materiais, dos meus títulos mundanos. Hoje sou feliz, por estar liberto e poder compreender Deus em suas graves conseqüências.
-       Gostaria de dizer algo aos homens públicos?

Resposta: Que cumprissem seu papel de agentes transformadores do mundo onde estão situados. Que suas responsabilidades coletivas sejam cumpridas em espírito e verdade. Que tenham a plena certeza de que são servos do povo, mas que jamais devem servirem-se dele. Deus não joga dados com o Universo, disse um sábio. Digo-vos que Ele a tudo vê e cobra, ceitil por ceitil. Acordai, irmãos da vida política. De vós, muito será cobrado.”

 -       Dr. Juvenal, o antigo político.

-       Luís Silva, o que andava pelo mundo em busca de paz.

 Mensagem mediúnica
Classificação: Evocação
Espírito: Juvenal / Luís Silva
GEBEM
A HORA DA COLHEITA

É chegado o tempo da depuração. É chegado o tempo do restabelecimento da verdade revelada em sua pureza natural. Após dois mil anos da mensagem do Cristo e após cento e cinquenta anos da sua ratificação e sua explicação à luz da Doutrina Espírita, o homem ainda não compreendeu a profundidade dos ensinamentos e as responsabilidades deles decorrentes.
Os ensinamentos de Jesus libertam o homem do reino da ignorância, mas o que se verifica é que somente uma minoria dos homens se esforça em compreendê-los e em aplicá-los à sua vida. Da totalidade de Espíritos que habitam o orbe, permutando posições entre o invisível e o plano encarnado, talvez apenas 25% compreendam a proposta de Jesus e tenham condições de habitar um mundo mais evoluído do que este.
Um observador atento identificará nos dias atuais a profunda pobreza de valores morais existente no ser humano contemporâneo, a instabilidade no tocante às condições físicas do planeta, o erro no direcionamento dos objetivos da vida. Apesar do apreciável desenvolvimento científico, a humanidade cada vez mais continua presa ao materialismo asfixiante, que a escraviza num ciclo vicioso de sofrimento, aonde as vicissitudes tendem a ser mais e mais aguçadas. Este panorama poderia sem sombra de dúvidas ser outro, caso os homens se permitissem focalizar suas lunetas para o objetivo real da vida. A idéia reencarnacionista, se fosse aceita e compreendida, teria o poder revolucionador e moralizador desta humanidade decaída.
Acontece que as forças do sistema existente no orbe terrestre, próprias de um mundo de prova e expiação, por uma questão de sintonia, mantêm prisioneiros os Espíritos afins. São irmãos preguiçosos, de pouca vontade, que se nutrem com prazeres na esfera da matéria, que por seu livre arbítrio optam pelo caminho mais fácil. Como diria Jesus, larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição e muitos são os que entram por ela.
A escola da vida é o laboratório aonde o Espírito desenvolve seus valores, e como toda escola exige trabalho, dedicação para que se obtenha o aprendizado. O nosso orbe terrestre está saturado de alunos repetentes, que insistem em não despertar para um amanhã melhor. Os ensinamentos de Jesus e a Doutrina Espírita, revelações divinas que ampliam os horizontes do homem e o conscientiza da necessidade de mudança, conseguem sensibilizar a poucos. Uma parcela pequena da humanidade se diz espírita, e dentre estes, existe uma complexa heterogeneidade de modos de pensar e agir em nome do Espiritismo.
É necessário que se diga que a doutrina de Jesus e o Espiritismo não permitem variações de interpretações. Nós é que temos que nos adaptar aos novos ensinamentos. Temos que nos esforçar para compreendê-los, pois nada mais são que as leis naturais, ou seja, as leis de Deus. E o homem não pode transgredir as leis naturais. Evoluir é colocar-se em harmonia com estas leis. Os espíritas deveriam ser, portanto, pessoas que têm uma profunda identidade e afinidade com Jesus, que vivam conscientes de suas responsabilidades, colocando em prática os ensinamentos deixados, sendo um bom exemplo a seu semelhante. A constatação da realidade existente, porém, é bem diferente. Sob o nome de Espiritismo existe uma complexa confusão que mais atrapalha do que edifica.
A humanidade, entretanto, segue sua trajetória evolutiva. O planeta Terra vivencia uma época difícil. Existe um clima no ar que aspira por necessidade de mudanças, aonde seja restabelecido um mundo mais justo para aqueles que optaram por seguir segundo as leis divinas. As profecias falam isto e Jesus nos alerta em muitos de seus discursos. O joio e o trigo já cresceram. É chegada a época da colheita. O joio será colhido primeiro, atado em molhos e posto para queimar. Então o trigo será colhido e recolhido ao celeiro.
O mundo de regeneração será nosso próximo estágio evolutivo. Lá não haverá espaço para as tropelias da insensatez humana. Estaremos mais próximos do Novo Céu e da Nova Terra da profecia milenar. Os que não se tornarem dignos da promessa continuarão a esperar e amadurecer nas estufas dos mundos inferiores, purgando os resíduos da animalidade. Essa é a lei inviolável da antropologia espírita.
 

Francisco A. M. Medina
Texto publicado em 03/03/2000

 A CARIDADE E SUA EXPRESSÃO

 
“A caridade precisa ser melhor compreendida entre vós, espíritas. Existem entre os adeptos do Espiritismo aqueles que acreditam estar realizando as boas obras, quando estão matando a fome dos pobres e deserdados dessa Terra. Certamente o Pai Celestial alegra-se com vossos impulsos de amor ao vosso próximo, porém, necessário se faz o entendimento de que a plenitude da caridade, ou seja, sua máxima expressão, acontece na criatura humana de dentro dela para seu exterior. É aceitável que dentre vós convideis os maus e os que estão perdidos para distribuírem dádivas aos que padecem sofrimentos, mas deveis preocupar-vos antes com a situação interior desse a quem quereis ajudar.
Nas vossas casas espíritas, recebeis grande número de irmãos que vos pedem orientação e amparo para a solução dos seus problemas pessoais. Examinai cada casa, avaliando-as à luz dos ensinamentos codificados. Encaminhais os obsediados, os doentes, para vosso serviço de desobsessão e curas, mas preocupai com a instrução evangélica básica, que dará a eles chance de corrigirem condutas e modificarem tendências. Não os encaminheis para as frentes assistenciais. Não se coloca para servir nas fileiras da caridade, aqueles que não receberam o preparo mínimo para ele. Caridade é atitude sublime do Espírito em favor de sim mesmo, mas acima de tudo, voltada para a felicidade do próximo. Só pode fazer a verdadeira caridade o homem que se instrui e se prepara para executá-la com todas as suas consequências morais.
Tendes aprendido desde o nascimento de vossa doutrina que só o conjunto de valores morais adquiridos pelo exercício dos princípios cristãos constitui-se na expressão máxima da caridade. Tendes ainda em vossa alma, elevada gama de tendências e hábitos viciosos. Urge que sejam modificados pelo vosso esforço em educar-vos. Não deixeis para outras encarnações aquilo que podeis concretizar na presente. Não podeis sonhar ainda com vosso futuro, principalmente quando ainda vos encontrais escravos do presente.
Jesus aguarda vosso esforço na prática das máximas que ensinou. Elas resumem a vivência da caridade em sua forma mais pura e sublime.” - Antônio de Larzim
 Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos superiores e instrutores
Antônio de Larzim
GEBEM
A VIDA DE UM LOUCO
 
“Torno a esta casa para relatar parte de minha experiência que servirá para o aprendizado dos que aqui buscam melhorar seu entendimento. Como sabeis pelo trabalho realizado há algum tempo aqui, fui um louco em minha última encarnação. Procurei por todos os meios possíveis compreender as razões de minha existência, quando na carne. Por tempo que não posso precisar, tentei um entendimento melhor das coisas, porém, era como se algo me impedisse de seguir adiante. Não conseguia alcançar o significado dos ensinamentos que freneticamente buscava na tentativa de descobrir o meu eu interior. Por várias vezes visitei profissionais da área psíquica, pois minha família julgava-me diferente por seguir sempre em uma conduta de introspecção e isolamento.
Na adolescência, perdi-me no mundo das drogas, algumas inocentes para os padrões atuais, mas igualmente deletérias para o Espírito imortal. Envolvi-me com toda sorte de experiências principalmente no aspecto sexual, fazendo parte de um grupo onde se praticavam em excesso a libertinagem e o prazer em grupo. Por fim, encontrei criatura doce e compreensiva que me acolheu em seu coração e com ela contraí matrimônio. Cedo, porém, dei mostras de meu desequilíbrio, pois buscava nela as coisas que só poderia encontrar em seres desequilibrados com eu. Tentei o trabalho, mas não hauri formação profissional em área alguma por falta de estudo e grande ociosidade em época onde deveria me ocupar dele.
O meu ganha-pão resumia-se a trabalhos esporádicos onde a qualidade não era a coisa mais importante. Entretanto, havia o amparo dos meus pais e de minha doce esposa que a tudo supria e suportava. Permaneci em convivência conturbada por oito anos, levando minha companheira à beira da loucura pelos meus maus hábitos, minhas esquisitices e principalmente por querer levá-la e praticar atitudes desvairadas no campo da sexualidade. Busquei essa forma de prazer nas ruas, com homens e mulheres, por longo tempo, sem que ninguém em minha família soubesse.
Sem perceber, fui entrando em grau de desequilíbrio tamanho que já não me reconhecia são em nenhum momento. Poderíeis afirmar, então, que minha loucura era obsessional. Não. As companhias espirituais que me visitavam eram em decorrência do estado mental patológico, evidentemente em decorrência de minha doença moral. Eles eram parte coadjuvante, mas não os causadores do meu desequilíbrio.
Um dia, ao chegar em casa, encontro minha esposa morta e eu já não sabia o que se passava de fato. Se era dia ou noite, se havia me alimentado ou não. Enlouqueci de vez e saí perambulando pelas ruas, sem reconhecer sequer os amigos que tentavam desesperadamente me ajudar de alguma forma.
Amigos, assim permaneci por longo tempo. Andava, corria, gritava, dormia. No dia seguinte tudo se repetia. Minha morada eram as marquises dos prédios, as ruas, as estações. E assim passaram-se anos até que a misericórdia de Deus pôs fim ao meu sofrimento. Acordei deste lado da vida, achando ainda estar na carne e com as mesmas disposições mentais. Só depois de certo tempo fui recuperando minha consciência e lucidez, e compreendendo o grave momento em que me encontrava.
Fui auxiliado por amigos espirituais que se dedicam exclusivamente a esse tipo de enfermidade e levado para campo específico de atendimento e trabalho. Aqui também existem as especialidades médicas, tal qual na Terra. O restante de minha experiência ficará para uma nova oportunidade. Que Deus os abençoe”. – Abelardo.
SEEAK
Mensagem mediúnica
Classificação: Depoimentos
Espírito: Abelardo
SEEAK
POR QUE SOFRE O HOMEM

Diante da situação atual da humanidade temos nos perguntado a razão pela qual o homem permanece envolvido em tantos sofrimentos. Poderíamos responder comodamente que isso faz parte da evolução do Espírito e nada do que acontece está fora dos planos divinos de organização do orbe. Seria correto, sem dúvida, se não considerássemos o livre-arbítrio da criatura, chave que explica todos os caminhos e atalhos pelos quais trilha o Espírito. Estudando detidamente o assunto em O Livro dos Espíritos se pode compreender com facilidade porque não se pode tudo atribuir à condição do Espírito e à necessidade que tem de passar pelos mundos de provas e expiações. Se assim fosse, teríamos de admitir a doutrina das fatalidades que anula a vontade do ser e o escraviza a uma divindade injusta e desarrazoada.
É sabido, através dos ensinos dos Espíritos superiores, que a Terra é um planeta atrasado, ocupando o segundo lugar na classificação dos mundos, na frente apenas dos mundos primitivos. Nesse sentido é um planeta ainda novo e abriga Espíritos em igual condição. Allan Kardec comparou a Terra a um hospital e, como tal, chegam a ele os doentes ou necessitados de algum tipo de ajuda. Somos, portanto, seres imperfeitos, inacabados, mais próximos do ponto de partida do que do de chegada, não sendo razoável arrogar-nos como bons, como mestres, mesmo que se tenha alguma condição de instruir outros nos vários campos do conhecimento humano ou divino.
Resulta daí que se deva ter um olhar de condescendência e considerar normal a situação atual do planeta? Cremos que não, afinal já se vão muitos séculos de esforço da Espiritualidade em mostrar um caminho para a humanidade e ela não dá mostras de estar disposta a deixar seus valores transitórios para se ocupar dos eternos. Também não se pode pôr tudo na conta da ignorância, achando que o homem lenta e preguiçosamente um dia encontrará seu caminho, pois hoje os meios de que dispõe para sua instrução estão à sua inteira disposição e os avanços conquistados pela ciência nos últimos 50 anos superam os quase quatro mil anos de estagnação.
Que pensar então? A Doutrina Espírita trouxe para o homem graves revelações. Na verdade, retirou o véu dos mistérios que envolviam as revelações anteriores trazidas por Jesus. Esclareceu a origem do homem e as consequências que pode tirar de suas experiências terrenas, como Espírito imortal que é. Não quer nada mais que endereçar a criatura ao encontro de si mesma, estimulando o autoconhecimento e, a partir daí, ter o surgimento de um novo homem, que gradativamente se molda ao equilíbrio com o Criador, entrando definitivamente no entendimento das leis divinas que regem o Universo. Mas isso leva um tempo.
Analisando as situações, talvez com olhos vesgos ainda, podemos perceber que o que falta ao homem nada mais é que o sentido de vida. Ele na verdade não sabe quem é, de onde vem nem para onde vai, depois que seus olhos se fecharem definitivamente nesta vida. E não procura saber. Vive da mesma forma em que vivia nas comunidades pastoris do início da civilização, pois busca apenas atender suas necessidades materiais. Apesar da maioria da população do planeta ter uma crença em que diz se apoiar espiritualmente, e das pesquisas mostrarem que mais de 70% da população do globo se diz espiritualista, percebe-se que essa convicção não traz ao homem qualquer consequência de ordem moral, não tendo, portanto nenhum efeito sobre as mudanças de postura que deveria ter para que o mundo se configurasse de melhor condição.
E porque assim se dá? O que ainda lhe obscurece a razão é o orgulho que não o deixa ver além do que quer enxergar. Falta-lhe a certeza da imortalidade, certeiro golpe de morte no materialismo. A doutrina do nada nutre as idéias que comandam o mundo e arrasta as almas ignorantes para os atalhos onde se defronta com a miséria moral, com a dor e atrozes sofrimentos. Mas e a lei de causa e efeito? E Deus, estará fora disso, de "braços cruzados" assistindo a humanidade se esfacelar? Ou está aguardando que o homem decida por ele mesmo a hora em que finalmente se dobrará às evidências?
A Doutrina Espírita ensina que, apesar da inexorabilidade da Lei, é evidente que os caminhos do homem são traçados por seu livre-arbítrio. Chegar mais cedo ou mais tarde à perfeição é escolha sua. Avançar ou permanecer no mesmo lugar depende do seu esforço. Deus oferece ao homem os instrumentos, mas o uso que fará deles é de inteira responsabilidade da criatura. Essa é a razão pela qual o planeta se encontra na condição de descontrole moral em que está. Por muitos séculos semeou o grão podre, baseado em seus interesses poucas vezes nobres. Agora se depara com o resultado disso no fim de um ciclo que têm se dado sob os olhares estupefatos de quem se dá ao trabalho de ver além das circunstâncias.
O que moveu o homem em todos esses anos foi o orgulho e o egoísmo, duas terríveis barreiras para a emancipação do Espírito. O que o fará livre disso é a compreensão e observação das leis de Deus, entre nós há 3500 anos. O avanço intelectual do homem o tem deixado anestesiado para as coisas de Deus, e em um meio onde deveria fomentar esse espírito de entendimento, já que o homem necessita do avanço intelectual para ter um alcance do lado moral, falar dos ensinos de Jesus é dar um atestado de ignorância. Mesmo entre os intelectuais espíritas, há um preconceito velado pelos que se detém em examinar os ensinamentos da Lei para tirar disso as reais consequências de instrução para o Espírito. São chamados pejorativamente de evangélicos, como se essa condição configurasse um atraso. Mais uma vez o orgulho a permear as ações e pensamentos.
Perguntamos: De onde o homem tirará outra mensagem que possa conduzi-lo ao equilíbrio? Dos livros de auto ajuda? Dos tratados das ciências do mundo? Dos livros de neurolinguística? Dos ambientes infestados de orgulho e vaidade das academias? Das psicografias de Espíritos das colônias transitórias? Dos escritos de médiuns orgulhosos e vaidosos? Não! Pois, como disse o Espírito de Verdade a Allan Kardec, "a verdade não pode ser interpretada pela mentira". A mensagem está entre nós há tempos. Só precisamos compreendê-la e tomá-la definitivamente como modelo de conduta.
Portanto, sigamos neste grande hospital procurando o remédio certo. O médico, apenas um: Jesus Cristo, o mestre. Mas não desanimemos, pois mesmo num hospital há diversidade de pacientes. Há os doentes muito graves, os de condição menos graves, os com doenças comuns, os em fase de convalescença e os de alta. Embora estes últimos sejam poucos ainda, vivamos de forma a que possamos um dia aqui chegar na condição de dedicados enfermeiros ajudando o médico na recuperação de doentes da alma. Mas ainda resta uma grande estrada a percorrer.

Texto publicado em 05/05/2000

Autor: Vanda Simões