quinta-feira, 26 de abril de 2012


PERFIL DO EDUCADOR HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL
(Allan Kardec)

Em sua obra “A Educação segundo o Espiritismo”, a pedagoga espírita Dora Incontri apresenta a seguinte definição: “Educação é toda influência exercida por um Espírito sobre o outro, no sentido de despertar um processo de evolução. Essa influência leva o educando a promover autonomamente o seu aprendizado moral e intelectual. Trata-se de um processo sem qualquer forma de coação, pois o educador apela para a vontade do educando e conquista-lhe a adesão voluntária para uma ação de aperfeiçoamento. Educar é pois elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser”.
Dora Incontri ressaltou, no documentário “Allan Kardec – o educador”, a histórica conexão entre quatro grandes nomes que simbolizam o auge da sensibilidade e da profundidade dos conhecimentos da ciência essencial à humanidade que é a Educação. São eles: Jan Amos Comenius (séc. XVII), Jean-Jacques Rousseau (séc. XVIII), Johann Heinrich Pestalozzi (séc. XVIII e XIX) e Hippolyte Léon Denizard Rivail (séc. XIX); todos enraizados na filosofia socrático – platônica.
“Podemos, facilmente, perdoar uma criança que tenha medo da escuridão; porém, a real tragédia da vida é quando os homens tem medo da Luz”.(Platão)
A filosofia educacional de Comenius (1592-1670) ficou evidente no “Ideário do Educador”; mensagem transmitida psicograficamente por ele, em maio de 1999, publicada por Dora Incontri no livro “A Educação segundo o Espiritismo”.  
1 - Pensar no bem, falar no bem e exemplificar o bem.
2 - Ser comedido nas palavras, correto na ação e ponderado nas emoções.
3 - Cultivar a alegria, evitar a leviandade e mostrar-se sempre sincero.
4 - Amar sem apego, ser doce com seriedade e firme sem dureza de coração.
5 - Procurar a sabedoria com humildade, prezar a inteligência com clareza e ensinar com simplicidade.
6 - Fazer-se entendido por todos, amado pelos bons e respeitado pelos rebeldes.
7 - Servir à sociedade, transcender as convenções e buscar o Reino de Deus.
8 - Ser puro de coração, elevado no pensamento e nobre no proceder.
9 - Servir aos homens como quem serve a Deus, amar todas as crianças como suas e conviver amistosamente com a juventude.
10- Lutar pela Educação universal, empenhar-se pela Educação integral e praticar a Educação pelo amor.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1728)
“A meditação em locais retirados, o estudo da natureza e a contemplação do universo, forçam um solitário a procurar a finalidade de tudo o que vê e a causa de tudo o que sente” (Rousseau).
Sob a ótica educacional, a base pedagógica de Rousseau era o estímulo ao desenvolvimento adequado da criança, para que sua bondade natural pudesse ser protegida da influência negativa da sociedade, por ele considerada corruptora. Afirmava que a família era a única instituição que ainda podia ser considerada natural, e que poderíamos evitar a maioria dos males que causamos a nós mesmos, pela aplicação de uma forma simples de viver, seguindo o modelo da Natureza.

Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827)
Algumas frases tocantes dele, acerca de educação:
“A intuição é o fundamento da instrução”.
“A época de ensinar não é a de julgar e criticar”.
“A individualidade do aluno deve ser sagrada para o educador”.


Com a missão de educar, na acepção da palavra, sob as óticas intelectual, moral e espiritual, reencarnou-se na cidade de Lyon, França, no dia 03/10/1804, Hippolyte Léon Denizard Rivail. Rivail, o célebre educador das crianças e adolecentes franceses; posteriormente Allan Kardec, o magnânimo organizador do Espiritismo, que atrelou às sábias informações oriundas dos Superiores Espirituais, sua profunda visão pedagógica, conferindo à nova Doutrina uma característica plenamente educacional, capaz de nos revelar a tão propalada verdade, bem como os subsídios necessários à real transformação da sociedade humana. Da fé cega à fé raciocinada; do dogma à ciência livre, à liberdade de pensamento.

Hippolyte Léon Denizard Rivail , por Anna Blackwell; tradutora das obras de Kardec para o inglês.

“Enérgico e perseverante, mas de temperamento calmo, cauteloso.
Incrédulo por natureza e por educação, pensador seguro e lógico, e eminentemente prático no pensamento e na ação.
Era igualmente emancipado do misticismo e do entusiasmo.
Lento no falar, modesto nas maneiras.
Envolto por concreta dignidade, resultante da seriedade e da segurança mental, que eram traços distintos de seu caráter.
Nem provocava nem evitava a discussão, mas nunca fazia, voluntariamente, observações sobre o assunto a que havia devotado toda sua vida.
Recebia com delicadeza os inúmeros visitantes de todas as partes do mundo, que vinham conversar com ele a respeito dos pontos de vista nos quais o reconheciam um expoente, respondendo perguntas e objeções, explanando as dificuldades, e dando informações a todos os investigadores sérios, com os quais falava com liberdade e animação, de rosto ocasionalmente iluminado por um sorriso genial e agradável, conquanto tal fosse a sua habitual seriedade de conduta, que nunca se lhe ouvia uma gargalhada.
Era visitado por milhares de pessoas; dentre elas cientistas, artistas, filósofos, escritores, etc..
O imperador Napoleão III, cujo interesse pelo Espiritismo não era mistério para ninguém, procurou-o varias vezes, tendo recebido longas explicações a respeito da nova Doutrina”.

“É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade”. (Allan Kardec).

Em 12/6/1856, Kardec, por meio da médium senhotita Aline C., perguntou ao Espírito verdade:- “Que causas poderiam determinar o meu fracasso? Seria a insuficiência de minhas aptidões?”
R:- “Não; mas a missão dos reformadores é cheia de obstáculos e perigos. Previno-te de que a tua é rude, visto que se trata de abalar e transformar o mundo inteiro. Não suponhas que te baste publicar um livro, dois livros, dez livros, para em seguida ficares tranquilamente em casa. Tens que expor a tua pessoa. Suscitarás contra ti ódios terríveis; inimigos obstinados conspirarão para a tua derrota; serás alvo da malevolência, da calúnia e da traição, mesmo dos que te parecerão os mais dedicados; as tuas melhores instruções serão desprezadas e falseadas; por mais de uma vez sucumbirão sob o peso da fadiga; numa palavra: terás de sustentar uma luta quase contínua, com sacrifício do teu repouso, da tua tranqüilidade, da tua saúde e até da tua vida, pois, sem isso, viverias muito mais tempo. Pois bem! Muitos recuam quando, em vez de uma estrada florida, só vêem sob seus passos pedras agudas e serpentes. Para tais missões, não basta a inteligência. Para agradar a Deus é preciso, antes de tudo, humildade, modéstia e desinteresse, visto que Ele desaprova os orgulhosos, os presunçosos e os ambiciosos. Para lutar contra os homens, são indispensáveis coragem, perseverança e inabalável firmeza. Também são necessários prudência e tato, a fim de conduzir as coisas de modo conveniente e não lhes comprometer o sucesso com palavras ou medidas intempestivas. Exigem-se, por fim, devotamento, abnegação e disposição a todos os sacrifícios. Como vês, a tua missão está subordinada a condições que dependem de ti.”
Em 01/1/1867, dez anos e meio após esta comunicação, Kardec escreveu uma nota expressando o seguinte:
”Verifico que a comunicação que me foi dada pelo Espírito Verdade se realizou em todos os pontos, porque experimentei todas as vicissitudes que nela me foram anunciadas. Tenho sido alvo do ódio de implacáveis inimigos, da injúria, da calúnia, da inveja e do ciúme; têm sido publicadas contra mim infames acusações; as minhas melhores instruções têm sido desnaturadas; tenho sido traído por aqueles em que depositara confiança, e pago com a ingratidão por aqueles a quem tinha prestado serviços. A Sociedade de Paris tem sido um continuo foco de intrigas, tramadas por aqueles que se diziam a meu favor, e que, mostrando-se amáveis em minha presença, me detratavam na ausência. Disseram que aqueles que adotavam o meu partido eram assalariados por mim com o dinheiro que eu arrecadava do Espiritismo. Não mais tenho conhecido o repouso; mais de uma vez sucumbi; sob o excesso de trabalho, minha saúde tem-se alterado e comprometido a vida. Entretanto, graças à proteção e à assistência dos bons Espíritos, que sem cessar me têm dado provas manifestas de sua solicitude, sou feliz em reconhecer que não tenho experimentado um único instante de desfalecimento nem de desânimo, e que tenho constantemente prosseguido na minha tarefa com o mesmo ardor, sem me preocupar com a malevolência de que era alvo. Segundo a comunicação do Espírito Verdade, eu deveria contar com tudo isso, e tudo se verificou.”    

Professor Edson Ramos De Siqueira

terça-feira, 24 de abril de 2012

O ESPÍRITO DA VERDADE

Meu irmão, não te permitas impressionar apenas com as alterações que convulsionam hoje todas as frentes de trabalhos e descobrimentos na Terra.
Olha para dentro de ti mesmo e mentaliza o futuro.
O teu corpo físico define a atualidade do teu corpo espiritual.
Já viveste, quanto nós mesmos, vidas incontáveis e trazes, no bojo do espírito, as conquistas alcançadas em longo percurso de experiências na ronda dos milênios.
Tua mente já possui, nas criptas da memória, recursos enciclopédicos da cultura de todos os grandes centros do Planeta.
Teu períspirito já se revestiu com porções da matéria de todos os continentes.
Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já marcaram todos os salões da aristocracia e todos os círculos de penúria do plano terrestre.
Tua figura já integrou os quadros do poder e da subalternidade em todas as nações.
Tuas energias genésicas e afetivas já plasmaram corpos na configuração morfológica de todas as raças.
Teus sentidos já foram arrebatados ao torvelinho de todas as diversões.
Tua voz já expressou o bem e o mal em todos os idiomas.
Teu coração já pulsou ao ritmo de todas as paixões.
Teus olhos já se deslumbraram diante de todos os espetáculos conhecidos, das trevas do horrível às magnificências do belo.
Teus ouvidos já registraram todos os tipos de sons e linguagens existentes no mundo.
Teus pulmões já respiraram o ar de todos os climas.
Teu paladar já se banqueteou abusivamente nos acepipes de todos os povos.
Tuas mãos já retiveram e dissiparam fortunas, constituídas por todos os padrões da moeda humana.
Tua pele, em cores diversas, já foi beijada pelo sol de todas as latitudes.
Tua emoção já passou por todos os transes possíveis de renascimentos e mortes.
Eis por que o Espiritismo te pergunta:
— Não julgas que já é tempo de renovar?
Sem renovação, que vale a vida humana?
Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não terias necessidade de novo corpo e de nova existência — prosseguirias de alma jungida à matéria gasta da encarnação prece-dente, enfeitando um jardim de cadáveres.
Vives novamente na carne para o burilamento de teu espírito. A reencarnação é o caminho da Grande Luz.
Ama e trabalha. Trabalha e serve.
Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis na infidelidade, esquecidos de que tudo se trans-forma, com exceção da necessidade de transformar.

Militão Pacheco.

Fonte: XAVIER, Francisco, Cândido. O ESPÍRITO DA VERDADE. (Autores Diversos), cap. 18, FEB, 9ª Edição, 1992
UM DESAFIO

―E agora por que te deténs?
                     Atos, 22:16

 Relatando à multidão sua inesquecível experiência às portas de Damasco, o Apóstolo dos gentios conta que, em face da perplexidade que o defrontara, perguntou-lhe Ananias, em advertência fraterna: e agora, por que te deténs?”
A interrogação merece meditada por todos os que já receberam convites, apelos, dádivas ou socorros do plano espiritual.
Inumeráveis beneficiários do Evangelho prendem-se a obstáculos de toda sorte na província nebulosa da queixa.
Se felicitados pela luz da fé, lastimam não haver conhecido a verdade na juventude ou nos dias de abastança; contudo, na idade madura ou na dificuldade material, sustentam as mesmas tendências inferiores que lhes marcavam as atitudes nos círculos da ignorância.
Nas palavras, exteriorizam sempre grande boa vontade; entretanto, quando chamados ao serviço ativo, queixam-se imediatamente da falta de dinheiro, de saúde, de tempo, de forças.
São operários contraditórios que, ao tempo do equilíbrio orgânico, exigem repouso e, na época de enfermidade corporal, alegam saudades do serviço.
É indispensável combater essas expressões destrutivas da personalidade.
Em qualquer posição e em qualquer tempo, estamos cercados pelas possibilidades de serviço com o Salvador. E, para nós, que recebemos as dádivas divinas, de mil modos diversos, foi pronunciado o sublime desafio: “E agora por que te deténs?”.
Emmanuel
 

Fonte: XAVIER, Francisco, Cândido. Caminho, Verdade e Vida (pelo Espírito Emmanuel), cap. 147, FEB, 19ª Edição

sexta-feira, 20 de abril de 2012

NOVELA DA GLOBO: AMOR, ETERNO AMOR

Como espírita, gostaria de comentar o excelente trabalho que a Rede Globo vem fazendo com a nova novela das 18 horas, AMOR, ETERNO AMOR, da autoria de Elizabeth Jhin.
Realmente, é um trabalho de primeira linha! O enredo, as imagens espirituais, os fenômenos que acontecem na trama, fazem com que a novela seja de cunho eminentemente espírita.
Apesar de tudo isso, percebe-se que os espíritas não estão dando a devida atenção ao esforço da Rede Globo de colocar uma novela espírita no ar. Tanto é que, foi publicado ontem, sexta-feira, dia 30/03, na Folha de São Paulo, que se não melhorar a audiência, a emissora irá encurtá-la. Não posso acreditar que vamos perder essa oportunidade de divulgação da nossa Doutrina. E de graça!
Assim, peço aos amigos que assistam à novela. É linda, comovente e muito bem feita.
Assistam e não se arrependerão. Vale à pena!
Mandem e-mails para a Rede Globo falando da satisfação que sentem ao ver Amor, Eterno Amor no ar. Vamos mostrar que podemos reverter esse quadro.

Um grande abraço,

Célia Xavier de Camargo

 (Informação repassada em email pela URE- Nova Andradina)

ALLAN KARDEC



Hyppolyte Leon Denizard Rivail (Allan Kardec), nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lion, França. Ele era filho de um juiz, Jean Baptiste-Antoine Rivail, e sua mãe chamava-se Jeanne Louise Duhamel.
O professor Rivail fez em Lion os seus primeiros estudos e completou em seguida a sua bagagem escolar, em Yverdun (Suíça), com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou um dos mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado. Aplicou-se, de todo o coração, à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma dos estudos na França e na Alemanha. Muitíssimas vezes, quando Pestalozzi era chamado pelos governos, para fundar institutos semelhantes ao de Yverdun, confiava a Denizard Rivail o encargo de o substituir na direção da sua escola. Lingüista insigne, conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês, e podia facilmente exprimir-se nesta língua. Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real de Arras, foi autor de numerosas obras de educação, dentre as quais podemos citar:

- Plano Proposto para o Melhoramento da Instrução Pública (1828);
- Curso Teórico e Prático de Aritmética, segundo o método Pestalozzi, para uso dos professores e mães de família (1829);
- Gramática Francesa Clássica (1831);
- Manual para Exames de Capacidade ; Soluções Racionais de Questões e problemas de Aritmética e Geometria (1846);
- Catecismo Gramatical da Língua Francesa (1848);
- Programas de cursos Ordinários de Física, Química, Astronomia e Fisiologia, que professava no Liceu Polimático; Ditados normais dos exames da Prefeitura e da Sorbone, acompanhados de Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849).


Além das obras didáticas, Rivail também fazia contabilidade de casas comerciais, passando então a ter uma vida tranqüila em termos monetários. Seu nome era conhecido e respeitado e muitas de suas obras foram adotadas pela Universidade de França. No mundo literário, conhece a culta professora Amélia Gabrielle Boudet, com quem contrai matrimônio, no dia 6 de fevereiro de 1832.
Em 1854, através de um amigo chamado Fortier, o professor Denizard ouve falar pela primeira vez sobre os fenômenos das mesas girantes, em moda nos salões europeus, desde a explosão dos fenômenos espíritas em 1848, na cidadezinha de Hydesville nos Estados Unidos, com as irmãs Fox. No ano seguinte, se interessou mais pelo assunto, pois soube tratar-se de intervenção dos Espíritos, informação dada pelo sr. Carlotti, seu amigo há 25 anos. Depois de algum tempo, em maio de 1855, ele foi convidado para participar de uma dessas reuniões, pelo Sr. Pâtier, um homem muito sério e instruído. O professor era um grande estudioso do magnetismo e aceitou participar, pensando tratar-se de fenômenos ligados ao assunto. Após algumas sessões, começou a questionar para descobrir uma resposta lógica que pudesse explicar o fato de objetos inertes emitirem mensagens inteligentes. Admirava-se com as manifestações, pois parecia-lhe que por detrás delas havia uma causa inteligente responsável pelos movimentos. Resolveu investigar, pois desconfiou que atrás daqueles fenômenos estava como que a revelação de uma nova lei.
As "forças invisíveis" que se manifestavam nas sessões de mesas falantes diziam que eram as almas de homens que já haviam vivido na Terra. O Codificador intrigava-se mais e mais. Num desses trabalhos, uma mensagem foi destinada especificamente a ele. Um Espírito chamado Verdade disse-lhe que tinha uma importante missão a desenvolver. Daria vida a uma nova doutrina filosófica, científica e religiosa. Kardec afirmou que não se achava um homem digno de uma tarefa de tal envergadura, mas que sendo o escolhido, tudo faria para desempenhar com sucesso as obrigações de que fora incumbido.
Allan Kardec iniciou sua observação e estudo dos fenômenos espíritas, com o entusiasmo próprio das criaturas amadurecidas e racionais, mas sua primeira atitude é a de ceticismo: "Eu crerei quando vir, e quando conseguirem provar-me que uma mesa dispõe de cérebro e nervos, e que pode se tornar sonâmbula; até que isso se dê, dêem-me a permissão de não enxergar nisso mais que um conto para provocar o sono".
Depois da estranheza e da descrença inicial, Rivail começa a cogitar seriamente na validade de tais fenômenos e continua em seus estudos e observações, mais e mais convencido da seriedade do que estava presenciando. Eis o que ele nos relata: "De repente encontrava-me no meio de um fato esdrúxulo, contrário, à primeira vista, às leis da natureza, ocorrendo em presença de pessoas honradas e dignas de fé. Mas a idéia de uma mesa falante ainda não cabia em minha mente".
O desenvolvimento da Codificação Espírita basicamente teve início na residência da família Baudin, no ano de 1855. Na casa havia duas moças que eram médiuns. Tratava-se de Julie e Caroline Baudin, de 14 e 16 anos, respectivamente. Através da "cesta-pião", um mecanismo parecido com as mesas girantes, Kardec fazia perguntas aos Espíritos desencarnados, que as respondiam por meio da escrita mediúnica. À medida que as perguntas do professor iam sendo respondidas, ele percebia que ali se desenhava o corpo de uma doutrina e se preparou para publicar o que mais tarde se transformou na primeira obra da Codificação Espírita.
A forma pela qual os Espíritos se comunicavam no princípio era através da cesta-pião que tinha um lápis em seu centro. As mãos das médiuns eram colocadas nas bordas, de forma que os movimentos involuntários, provocados pelos Espíritos, produzissem a escrita. Com o tempo, a cesta foi substituída pelas mãos dos médiuns, dando origem à conhecida psicografia. Das consultas feitas aos Espíritos, nasceu "O Livro dos Espíritos", lançado em 18 de abril de 1857, descortinando para o mundo todo um horizonte de possibilidades no campo do conhecimento.
A partir daí, Allan Kardec dedicou-se intensivamente ao trabalho de expansão e divulgação da Boa Nova. Viajou 693 léguas, visitou vinte cidades e assistiu mais de 50 reuniões doutrinárias de Espiritismo.
Pelo seu profundo e inexcedível amor ao bem e à verdade, Allan Kardec edificou para todo o sempre o maior monumento de sabedoria que a Humanidade poderia ambicionar, desvendando os grandes mistérios da vida, do destino e da dor, pela compreensão racional e positiva das múltiplas existências, tudo à luz meridiana dos postulados do Cristianismo.
Filho de pais católicos, Allan Kardec foi criado no Protestantismo, mas não abraçou nenhuma dessas religiões, preferindo situar-se na posição de livre pensador e homem de análise. Compungia-lhe a rigidez do dogma que o afastava das concepções religiosas. O excessivo simbolismo das teologias e ortodoxias, tornava-o incompatível com os princípios da fé cega.
Situado nessa posição, em face de uma vida intelectual absorvente, foi o homem de ponderação, de caráter ilibado e de saber profundo, despertado para o exame das manifestações das chamadas mesas girantes. A esse tempo o mundo estava voltado, em sua curiosidade, para os inúmeros fatos psíquicos que, por toda a parte, se registravam e que, pouco depois, culminaram no advento da altamente consoladora doutrina que recebeu o nome de Espiritismo, tendo como seu codificador, o educador emérito e imortal de Lyon.
O Espiritismo não era, entretanto, criação do homem e sim uma revelação divina à Humanidade para a defesa dos postulados legados pelo Rabi da Galiléia, numa quadra em que o materialismo avassalador conquistava as mais brilhantes inteligências e os cérebros proeminentes da Europa e das Américas.
A codificação da Doutrina Espírita colocou Kardec na galeria dos grandes missionários e benfeitores da Humanidade. A sua obra é um acontecimento tão extraordinário como a Revolução Francesa. Esta estabeleceu os direitos do homem dentro da sociedade, aquela instituiu os liames do homem com o universo, deu-lhe as chaves dos mistérios que assoberbavam os homens, dentre eles o problema da chamada morte, os quais até então não haviam sido equacionados pelas religiões. A missão do mestre, como havia sido prognosticada pelo Espírito de Verdade, era de escolhos e perigos, pois ela não seria apenas de codificar, mas principalmente de abalar e transformar a Humanidade. A missão foi-lhe tão árdua que, em nota de 1o. de janeiro de 1867, Kardec referia-se as ingratidões de amigos, a ódios de inimigos, a injúrias e a calúnias de elementos fanatizados. Entretanto, ele jamais esmoreceu diante da tarefa.
O seu pseudônimo, Allan Kardec, tem a seguinte origem: Uma noite, o Espírito que se autodenominava Z, deu-lhe, por um médium, uma comunicação toda pessoal, na qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em uma precedente existência, quando, ao tempo dos Druidas, viviam juntos nas Gálias. Ele se chamava, então, Allan Kardec, e, como a amizade que lhe havia votado só fazia aumentar, prometia-lhe esse Espírito secundá-lo na tarefa muito importante a que ele era chamado, e que facilmente levaria a termo. No momento de publicar o Livro dos Espíritos, o autor ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome -Denizard-Hippolyte-Léon Rivail, ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec, pseudônimo que adotou definitivamente.

Livros que escreveu :

O Livro dos Espíritos (1857)
O que é o Espiritismo (1959)
O Livro dos Médiuns (1861)
O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864)
O Céu e o Inferno (1865)
A Gênese (1868)
Obras Póstumas (1890)


Em 1º de Janeiro de 1858 o missionário lionês publicou o primeiro número da Revista Espírita, que serviu como poderoso auxiliar para o desenvolvimento de seus trabalhos, trabalho que desenvolveu sem interrupção por 12 anos, até sua morte. Deve figurar na sua relação de obras, não só por ter estado sob sua direção até 1869, como também porque as suas páginas expressam o pensamento e a ação do Codificador do Espiritismo.
Em 1º de abril de 1858, Allan Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas - SPEE, que tinha por objetivo o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas.
De 1855 a 1869, Allan Kardec consagrou sua existência ao Espiritismo. Sob a assistência dos Espíritos Superiores, representando o Espírito de Verdade, estabeleceu a Doutrina Espírita e trouxe aos homens o Consolador Prometido.

O Codificador desencarnou em Paris, no dia 31 de março de 1869, aos 65 anos de idade. Em seu tumulo está escrito : "Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei. "





Frases de Kardec


"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade."
"Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei."

"Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência de uma causa está na razão da grandeza do efeito."

"Sejam quais forem os prodigios realizados pela inteligência humana, esta inteligência tem também uma causa primária. É a inteligência superior a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome pelo qual o homem a designe."

"Reconhece-se a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; respira a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a moral mais pura; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes, ou orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade num Espírito."
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações"

"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ela a aceitará."
"Melhorados os homens, não fornecerão ao mundo invisível senão bons espíritos; estes, encarnando-se, por sua vez só fornecerão à Humanidade corporal elementos aperfeiçoados. A Terra deixará, então, de ser um mundo expiatório e os homens não sofrerão mais as misérias decorrentes das suas imperfeições."

"Onde quer que as minhas obras penetraram e servem de guia, o Espiritismo é visto sob o seu verdadeiro aspecto, isto é, sob um caráter exclusivamente moral"

"Pelo espiritismo a humanidade deve entrar em uma nova fase, a do progresso moral, que é a sua consequência inevitável".

"Antes de fazer a coisa para os homens, é preciso formar os homens para a coisa, como se formam obreiros, antes de lhes confiar um trabalho. Antes de construir, é preciso que nos certifiquemos da solidez dos materiais. Aqui os materiais sólidos são os homens de coração, de devotamento e abnegação".
(Textos compilados das seguintes publicações: "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Allan Kardec; "O Livro dos Espíritos" - Allan Kardec, "O L:ivro dos Médiuns" - Allan Kardec ; "A Gênese" - Allan Kardec; "O Céu e o inferno" - Allan Kardec; "Obras Póstumas" - Allan Kardec; "Revista Espírita" - Allan Kardec; Espiritismo para Iniciantes- Grupo Espírita Bezerra de Menezes; "O que é o Espiritismo" - Biografia de Henri Sausse; "Allan Kardec Vol 1" - Zêus Wantuil e Francisco Thiesen).

quinta-feira, 5 de abril de 2012

MUDANÇAS MORAIS

 “Em momentos de desespero e aflição, sois levados pelas vossas imperfeições a ficar ávidos por encontrar soluções urgentes, que vos tornarão libertos dos sofrimentos terrenos. Sabeis, no entanto, a validade destes ensinamentos para vós, Espíritos rumo à perfeição. Não podereis alcançar grandes luzes, se não empreenderdes em reconhecer em vós as falhas em vossa formação moral e vos esforçar em renovação.
A educação de vosso ser, intimamente ligada aos princípios morais que regem o Universo, norteará o mundo novo que se formará em breve tempo. A realidade que hoje presenciais não condiz com o que foi prometido e, portanto, findar-se-á. A ignorância e o orgulho serão destruídos, paulatinamente, e formar-se-á o que conheceis como mundo regenerado, construído sobre patamares de dores e desesperos. Encontrareis adiante, fortes indícios da necessidade de modificar os princípios que ora permeiam vossa humanidade.
Retilíneo deve ser o caminho que deveis seguir rumo ao vosso destino. Não vos desvieis, para que não se prolongue o período de dores e grandes provações. Vossas preocupações exacerbadas com o corpo carnal apenas vos deixais em situação de distanciamento do que diz respeito ao Espírito. Imbuídos do bom senso, buscai o equilíbrio de vossa alma e a serenidade em vossas ações. Muitos de vossos irmãos necessitarão da segurança que a eles podereis propor.
Estudai, conhecei a vós mesmos, retirai de vós o que vos serve de empecilho. Atentai para as tentações, fortalecidas pela condição moral em que vos encontreis. Agindo assim, estareis amontoando grandes fortunas para vossa alma sofredora e sentireis apenas os resquícios das dores porque passastes, pois tereis em vós aquilo que conquistastes em termos espirituais, tornando-vos fortes contra os embustes do mal que ronda os mais desavisados.” – Um Espírito familiar

Mensagem mediúnica

Data: 30.09.99

Espírito: Um Espírito familiar
fonte:GEBEM

 OLÁ AMIGOS!

Muitos de nós infelizmente ainda temos o hábito de adotar uma imensa expectativa pelas pessoas que estão nas lideranças de nossas Casas Espíritas.
Somos impelidos a meio que ver os dirigentes espíritas como "sacerdotes" ou algo parecido. Mais ainda quando somos neófitos no espiritismo e se viemos de outras vertentes religiosas.

A proposta desse tópico é um alerta para que deixemos de lado esse hábito de endeusar pessoas que estão na mesma condição que nós. São tão passíveis ao erro quanto nós.
Palestrantes, dirigentes, ou diretores de Casas Espíritas nada mais são que seres humanos normais no mesmo estágio evolutivo que qualquer assistido da mesma Casa. Dois passos à frente ou atrás, mas dentro da mesma situação de evolução.

O grande perigo que acontece quando endeusamos uma "liderança" é que se ela falhar em qualquer aspecto nossa fé é abalada. Por isso o espírita não deve ter fé. Deve ter convicção. Fé sem estudo se transforma em fanatismo e se um líder cai... Suas certezas escorrem por entre os dedos.

Um Centro Espírita tem é óbvio seus Mentores Espirituais que cuidam para que tudo corra da melhor maneira possível e fazem um trabalho incrível por nós. Os encarnados que tem a responsabilidade de "encabeçar" uma Casa Espírita tem também a oportunidade de alavancar seu progresso pessoal, já que o exemplo dele conta como peça importantíssima no desenvolvimento do seu trabalho essa pessoa que desenvolve qualquer tarefa num Centro passa a adotar o hábito de monitorar suas ações, palavras e por fim até mesmo seus pensamentos para não comprometer sua tarefa, mas isso não quer dizer que como criatura humana ainda muito imperfeita, não possa falhar.
Sejamos compreensivos e cuidadosos e lembremos sempre que o que deve estar à nossa liderança são nossos queridos mentores e a riquíssima e consoladora Doutrina Espírita.

Encerro contanto um caso (resumido) que talvez a grande maioria conheça.

Num Centro Espírita havia um senhor idoso que Roberto sempre observava presente em suas palestras. Aquele senhorzinho frágil e de idade avançada sentava na última fileira de cadeiras e sempre ouvia atentamente as palavras do palestrante. No entanto, Roberto nunca o vira se interessar por nenhuma atividade do Centro. O senhor só chegava se sentava no lugar habitual, discretamente tomava o passe e ia embora.

Após certo tempo, Roberto sentiu falta da presença discreta daquele senhor e ficou a imaginar o porquê da sua ausência.

Passados alguns anos, Roberto, o palestrante, desencarnou.
Ao chegar ao mundo espiritual percebeu que chegara em condições muito piores que imaginava que chegaria. Passou um tempo razoável pensando o porquê da demora no socorro de um homem como ele que sempre se pusera a serviço daquele Centro.

Quando menos esperava, Roberto percebe que chega o resgate. Dentre raios de luzes multicoloridas chega entre outras pessoas um senhor em vestes luminosas de puríssimo branco ao socorro de Roberto.
Ao olhar novamente, Roberto reconhece o seu benfeitor. Era aquele mesmo senhor que ficava na última fileira e então pergunta:
- Como veio parar aqui?

O senhor serenamente responde:
- Desencarnei anos antes do senhor e fiz questão em auxiliar no seu resgate.

Mas, Roberto então pensa:
 “- Por que será que este senhor está em condições tão melhores que eu trabalhador espírita de tantos anos...?”

E o senhor responde:
- Amigo, sou-lhe muito grato, pois só galguei tal benefício por ter colocado em prática tudo o que dizia em suas palestras.


A RUÍNA DO SISTEMA HUMANO

No últimos dias, os países da América Latina foram sacudidos pelo terremoto causado pela quedas das bolsas em todo o mundo. A Bolsa paulista chegou a –15,82% no dia 10.09. O Brasil não poderia deixar de ser alvo dos que especulam internacionalmente com o dinheiro. Uma espetacular sangria financeira, provocou a saída média diária de 1 bilhão de dólares para o exterior, reduzindo as reservas brasileiras para menos de 50 bilhões. Suspeita-se que o país tenha sido alvo de agiotas internacionais que, vendo a possibilidade de ganharem mais alguns milhões no jogo financeiro, e aproveitando da crise instalada na Rússia e países asiáticos, forçaram uma alta de juros retirando das bolsas suas aplicações.
Deu certo. O presidente Fernando Henrique Cardoso, desesperado, não teve outra saída, senão a de aumentar as taxas de juros para perto de 50% ao ano. É uma insensatez, pois tal atitude provocará irremediavelmente uma recessão interna nos próximos anos, retirando as empresas nacionais do comércio exterior. Mas o Presidente precisa manter a aparente tranquilidade. A reeleição é sua maior preocupação. Se reeleito, não se sabe direito o que fará, mas suspeita-se que edite um pacote fiscal que, dessa vez, atingirá em cheio o setor privado. A máquina precisa de mais dinheiro.
Na ânsia de deter a fuga de capitais, FHC anunciou um pacote interno, onde cortou gastos com o setor público da ordem de 4 bilhões de reais. Como o dinheiro não parou de sair, o Presidente divulgou outro corte de mais 2,1 bilhões. Todo mundo sabe que nada disso é sério. O que faz, desde o aumento de juros até essas medidas paliativas, é com o intuito de agradar os investidores internacionais. Enquanto isso, as reformas que o Estado necessita passar para deixar de gastar rios de dinheiro gerando "déficit", continuam por esperar. O nome? Irresponsabilidade política.
Fenômeno interessante, ligado ao fuzuê financeiro das bolsas, apareceu na imprensa na última semana mostrando em que se assenta o sistema materialista que hoje domina a humanidade: trata-se da influência que as declarações de certos personagens provoca no vai-e-vem do mercado. Nesse clima de incertezas que se formou no planeta, os especuladores (homens comprometidos exclusivamente com suas fortunas), tornaram-se pontos chaves da estabilidade econômica. De olho nos seus interesses, estão sempre prontos a movimentar grandes somas de dinheiro, para ganharem um pouco mais de quem necessita de empréstimo para bancar dívidas que não param de crescer. Estima-se que o capital especulativo movimente no planeta 1,3 trilhões de dólares ao dia, quatro vezes mais do que a quantia anualmente utilizada em todo o mundo para investimentos produtivos.
Frente ao desespero dos governos da América Latina, o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, fez declarações favoráveis a que o sistema financeiro internacional, (leia-se FMI) alguns bilhões de dólares emprestasse a esses países. A quantia, segundo informações extra-oficiais, girava em torno de 150 bilhões. As gralhas da especulação logo pressentiram que poderiam ficar um pouco mais ricas se trouxessem a dinheirama de volta. A conversa de Clinton foi suficiente para que as bolsas latino-americanas fechassem em alta novamente. São Paulo chegou a 18,67%. FHC também tinha esperanças de ver a cor desse dinheiro. Mas tudo era boato. No outro dia, o Fundo Monetário Internacional disse que as coisas não eram bem assim. O G7 (os sete mais ricos do planeta) afirmou que não iria destinar mais verbas para os endividados, principalmente porque o governo brasileiro tinha deixado transparecer que não pretendia submeter-se aos ditames do FMI. E a bolsa voltou a despencar. Tudo se transformou numa loucura, onde mesmo uma declaração meio estapafúrdia de alguma autoridade, é capaz de fazer as fortunas correrem daqui para acolá.
Esta é uma boa amostra dos alicerces em que se assenta a humanidade. Não há qualquer referencial que garanta uma vida de relativa felicidade em nenhum recanto do planeta. As coisas que são hoje, amanhã poderão não ser mais. O homem continua sua desbragada correria para o caos. A globalização é um fenômeno inevitável, onde o poder político está sendo transferido para o poder financeiro. O império americano, talvez o sétimo império de que fala a Bíblia Sagrada, está se tornando a cada dia mais poderoso. E não faltam inclusive, os escândalos sexuais, o interesse pelo banal, comuns aos outros impérios que foram destruídos pela cupidez, pelo orgulho e pelo descaso junto às coisas celestiais.
O desajuste coletivo a que esse sistema está levando a humanidade não tem precedentes em termos de dimensão. Na antiga Babilônia, de Nabucodonosor, a sociedade foi conduzida a processo semelhante, que levou a destruição ao sistema vigente. O profeta João, em seu Apocalipse, classifica a humanidade desvairada de "A grande Babilônia", mãe de todas as prostituições. Alguém conseguirá deter essa corrida para o fim? A humanidade será destruída, como afirmam alguns pessimistas? Não, não haverá destruição material do planeta, mas o mundo velho, esse obrigatoriamente terá de ser destruído para que se assente a nova era, a civilização do Espírito. E, contrariando os "profetas espíritas" (e para a surpresa deles), não será sem dores.
Na questão 717 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga dos Espíritos superiores a respeito do que se deve pensar dos homens que açambarcam os bens da Terra para se proporcionarem o supérfluo, em prejuízo dos que não têm sequer o necessário. A resposta é a seguinte: "Desconhecem a lei de Deus e terão de responder pela privações que ocasionarem".
Presidentes, especuladores, políticos, ditadores, religiosos e todos aqueles que tem levado os povos ao desespero, explorando-os sem compaixão, ou mantendo-os na ignorância dos ensinamentos espirituais, todos pagarão caro por seus crimes de humanidade. Deus a tudo vê e cobrará ceitil por ceitil.
Sigamos, pois, atentos na manutenção da ordem pessoal, agindo com cautela redobrada, seja nas atitudes morais ou na nossa movimentação dentro do sistema material. A ocasião demanda intensa vigilância em todos os sentidos.

Texto publicado no site em 18/09/98
José Queid Tufaile
O MÉDIUM DO DR. FRITZ

Nesta semana, a imprensa do país inteiro veiculou notícia envolvendo o médium Rubens Faria Jr., conhecido em todo o território nacional e fora dele por desenvolver atividade mediúnica ligada a "curas". Desde 1984 o engenheiro diz "incorporar" o Espírito conhecido como Dr. Fritz, e realiza as chamadas "cirurgias espirituais". As acusações contra o médium são das mais graves: enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, homicídio doloso, omissão de socorro e exercício ilegal de medicina.
Os problemas de Rubens Faria Júnior, de 44 anos, começaram há cerca de oito meses, no desentendimento com sua mulher, Rita Costa, de 34 anos, de quem o médium se separou. O motivo, segundo ela, foi o comportamento adúltero do esposo. Na versão dele, as acusações seriam por conta de sua fúria em não mais ter acesso ao dinheiro que arrecadava com seu "trabalho". Por cada consulta a pessoa pagava R$ 20,00, além de alugar cadeiras para sentar-se na espera e taxa de estacionamento dos carros. Ele afirma ainda, que ela e seu irmão cobravam pelas cirurgias realizadas e faziam esquemas com as senhas distribuídas aos pacientes.
Em meio a essa guerra conjugal vão surgindo gravíssimas acusações, como a história da morte de pessoas atendidas por ele, da sonegação de impostos e do envolvimento com pessoas ligadas ao tráfico de drogas, além de todas as outras já citadas. O médium está proibido de deixar o país, por ordem do juiz Alcides Martins Ribeiro Filho, da 41ª Vara Federal.
Já estão envolvidos na investigação a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e o Conselho Regional de Medicina do Estado. Segundo a imprensa, o médium tentou o suicídio há três dias, utilizando-se do medicamento Isordil.
Rubens Faria fez sucesso por um bom tempo. Ultimamente a TV, na frenética busca por audiência, tem feito matérias sobre o transcendente e o engenheiro participava ativamente dos programas. Falava com desenvoltura sobre suas atividades, dizendo não entender muito bem por quê, mas sabia que tinha uma missão a cumprir com o Espírito que o assistia.
Naturalmente, como não poderia deixar de ser, o fenômeno chamou a atenção do povo e logo veio a fama. Na extensa relação de clientes famosos do médium estariam, entre outros, o ex-presidente João Figueiredo, o carnavalesco Joãosinho Trinta, o treinador de futebol Telê Santana e o ex-ministro da Cultura Antonio Houaiss. Rubens diz que também operou o ator americano Cristopher Reeves, o Super-Homem do cinema, que ficou tetraplégico ao cair de um cavalo.
O objetivo deste comentário é informar o leitor sobre o assunto Rubens x Fritz. Na verdade, todos têm o direito de fazer o que bem entender de suas vidas. Neste caso, não poderia ser diferente. É inegável a capacidade medianeira deste homem, agora colocado no banco dos réus pela justiça terrena. A necessidade deste artigo se deve ao fato de que a mediunidade é largamente confundida com Espiritismo, devido a característica extremamente mística que se deu aos centros espíritas e suas respectivas atividades com a mediunidade.
Para o leigo, tudo o que envolve Espíritos é do Espiritismo. Como a mediunidade se difundiu no país de forma muito comum, por inúmeros fatores que não cabe aqui comentar, os centros espíritas absorveram grande parte desses médiuns, a maioria egressos da prática umbandista, esotérica e outros, e não tiveram o cuidado de instruí-los na ciência espírita. O resultado disso se vê hoje de forma preocupante, pois a mediunidade tornou-se a atividade de frente das casas espíritas, com médiuns ocupando lugares de destaque, como se não fossem unicamente instrumentos de intercâmbio entre os dois mundos. Valoriza-se o fenômeno em detrimento da instrução. Mas isso é outra história.
Com a mediunidade popularizada, a comunidade passou a interpretar toda forma de manifestação de Espíritos como prática da Doutrina Espírita. E aí entram os terreiros de umbanda, quimbanda, as tendas, os médiuns operadores, receitistas e toda sorte de charlatões. Entretanto, Allan Kardec é claro quando instrui sobre o assunto em O Livro dos Médiuns. Ele afirma que a faculdade propriamente dita é orgânica e, portanto, independente da moral. Já não acontece o mesmo com o seu uso, que pode ser bom ou mau, segundo as qualidades do médium.
Embora trabalhasse com Espíritos, o trabalho desenvolvido pelo médium carioca não era espírita. Nada tinha a ver com a prática ensinada por Allan Kardec. O trabalho de curas espirituais realizado dentro dos centros espíritas, atua no campo perispiritual, não sendo necessário a intervenção no corpo físico. Isso, entretanto, não invalida o fenômeno e o trabalho de médiuns que dedicaram-se a essa tarefa. O trabalho existe e tem sua finalidade. Todos sabem de médiuns que trabalharam nesse campo obscuro da ciência espiritual, como José Arigó e Edson Queiroz, e que desempenharam suas tarefas sem se renderem ao brilho do ouro. Nada cobravam por sua dedicação. Edson era médico e quase teve seu registro cassado pelo respectivo conselho, mas não parou com seu trabalho com os Espíritos. Ambos tiveram morte trágica, o que acabou criando uma lenda em torno dessas figuras.
Outra coisa que merece esclarecimento é o fato desses fenômenos serem todos tidos como de bons Espíritos. Ora, se o uso da mediunidade tem a ver com a moral do médium, os bons Espíritos procurarão médiuns de moral mais elevada para com eles trabalharem. Portanto, dependendo da intenção que anima o médium na tarefa, serão as companhias que lhe secundará. Os Espíritos bons não se prestam a trabalhos onde está em jogo o enriquecimento fácil e todas as torpezas que envolvem o ser humano, quando utiliza de um dom dado por Deus para seu aprimoramento e locupleta-se na opulência material. Sobre isso os Espíritos superiores dizem que os médiuns que usam mal sua faculdade serão duplamente punidos, pois perdem a oportunidade de aproveitar um meio a mais de se esclarecerem. Aquele que vê claramente e tropeça é mais censurável que o cego que cai na valeta, afirmam.
Necessário, pois, que se tenha cautela com essas práticas, mesmo que estejam sendo realizadas dentro das casas espíritas. Normalmente são feitos por médiuns que pouco ou nenhum conhecimento têm da mediunidade, não sabendo portanto com que armas está lidando. Além do que, médiuns que detêm essas e outras potencialidades são naturalmente sujeitos a lisonjas e endeusamentos, todos justificados pela ignorância de seus seguidores. Se não têm bom alicerce moral, fatalmente cairão na armadilha do orgulho e da vaidade, verdadeiros monstros que funcionam como pedra de tropeço na tarefa da maioria deles.
Por fim, é utilizar dos ensinos desta triste experiência para alertar-nos para a seriedade da prática santa da mediunidade. Sem o estudo disciplinado e constante das obras da codificação espírita a mediunidade pode trazer muito mais prejuízos que benefícios. Praticar mediunidade sem estudo é como querer entender de medicina sem passar pelos bancos da faculdade. No máximo praticarão o charlatanismo. A mediunidade sem Jesus, portanto, não faz nenhum sentido.
Vanda Simões
A GÊNESE DO PERISPÍRITO

“Na Espiritualidade, também somos estudiosos dos segredos do Criador, naquilo que diz respeito à gênese do Espírito. Como disse em outra mensagem, o ser espiritual, no princípio é apenas vontade. Criado por Deus, a inteligência suprema. O Espírito, ou aquilo que é seu protótipo, aproxima-se da matéria para dela apoderar-se e dar início à sua extensa romaria em busca da própria individualidade.
Sabe-se que o perispírito é um corpo fluídico que envolve o Espírito e lhe serve de elo para com o corpo material. No princípio, quando a entidade ainda vivencia suas primeiras encarnações, ele não mais é do que uma massa disforme, em meio da qual situa-se o princípio inteligente. Mas, como ainda não viveu as suficientes experiências de relação com o mundo exterior, sua estrutura astral é bastante simples.
Como se forma o perispírito, na complexidade que ele é hoje conhecido?  As experiências primeiras do Espírito na matéria densa, um meio materialmente hostil, provoca excitações na sua intimidade. Aos poucos, essas vibrações despertam seu ‘sensorium comune’. Imediatamente a estrutura mental primitiva se exterioriza atuando na massa fluídica que lhe envolve e serve de laço com o grande laboratório da Vida.
O meio provoca mudanças na roupagem material, que ligada no perispírito primitivo, as transmite ao princípio inteligente. Esse, à semelhança de um gravador, absorve as informações e tende-se a se estruturar como um corpo mental, mais organizado e enriquecido do que no princípio.
Ao exteriorizar-se, imprime uma parte da sua imagem na massa fluídica perispiritual, dando-lhe uma forma. Assim, nasce o perispírito, que, como o corpo carnal, nada mais é do que um reflexo do corpo mental.
Na medida em que o Espírito evolui sob a ação do meio exterior, as impressões de relação tornam-se mais completas e complexas, o que facilita a evolução do ‘corpo material’ a cada encarnação. O conjunto, passo-a-passo se aperfeiçoa e se coloca em melhores condições de captar mais informações ambientais.
Enriquece-se assim, o corpo mental, que se reflete no perispírito, fazendo-o mais complexo. O caminho evolutivo é, pois, iniciado a partir do meio material. Sem ele o Espírito não pode evoluir. Enganam-se aqueles que crêem haver outras ‘linhas de evolução’ para os filhos de Deus, senão a que estamos nos referindo. Não deis ouvidos a essas teses absurdas, inspiradas por Espíritos pouco adiantados e que querem estabelecer a confusão.
A saga do Espírito começa em Deus, que lhe dá a Vida a partir do princípio inteligente - o Logos Divino. A partir daí, reveste-se de um veículo fluídico apropriado, para acesso ao plano grosseiro da matéria. Dela partem as impressões que vão dar o ‘start’ ao Espírito que desperta.
Da matéria, para o princípio inteligente, via corpo espiritual. O Espírito, enriquecendo-se, irradia-se ao exterior, gerando a estrutura do perispírito, elo de ligação com o meio exterior, onde ele fincou sua sensibilidade para nascer, crescer, renascer e crescer até a definitiva libertação. - Erasto”.

Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos superiores e instrutores
Espírito: Erasto
Fonte:GEBEM