quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PALESTRA COM ROOSEVELT:


2ª feira, dia 05 (cinco) de dezembro, às 20h00 na sede do Núcleo Assistencial Educacional Espírita "Joanna de Ângelis", à Rua Marcelo Giorgi,180, Vila Ipiranga, São Manuel, será realizada palestra pública, com entrada gratuita, pelo renomado palestrante ROOSEVELT, renomado escritor, orador, Presidente da ADE (associação de Divulgadores do Espiritismo) regional de Jaú  e Presidente da ACEAK (Associação Cultural Espírita Allan Kardec) de Barra Bonita.
O tema da palestra terá por base a temática do livro TERAPIA ANTI-QUEIXA,  de sua autoria, prefaciado pelo Maestro João Carlos Martins. Roosevelt também estará fazendo o lançamento e autografando o livro após a palestra.

Venham, compareçam. Uma grande oportunidade de novos aprendizados para dar mais valor à vida.

Divulguem!
É imperdível!!
A PÁTRIA DO DESCASO

O rosto ansioso da mulher aguarda a resposta sobre a possibilidade de vaga na UTI Neonatal, para a transferência de seu sobrinho recém-nascido que se encontrava em estado grave numa maternidade de periferia. A maternidade em questão simplesmente não tinha suporte para atender os bebês nessa condição. Seus dirigentes sabem que situações como essa acontecem todos os dias, mas permanecem em silêncio. O referido serviço é credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para atendimento de partos, mas isso nada significa. O governo é conivente com a irregularidade e fica por isso mesmo.
No caso acima o bebê foi transferido para a UTI, tendo recebido cuidados intensivos, mas em muitas situações semelhantes não há o que fazer por absoluta inexistência de leitos desocupados. Num país onde a saúde pública é caso de polícia, convive-se com a absurda situação de vagas hospitalares de menos, para doentes demais. No caso dos recém-nascidos essa condição é pior ainda, existindo o problema no país inteiro, porém, por excelência, no discriminado e miserável Nordeste.
A realidade é dura e não podemos fechar os olhos para ela. Nossas crianças pobres são tratadas sem respeito e quando se traça um paralelo entre as classes sociais, a impressão que se tem é que se está falando de dois países diferentes. Se não, vejamos: nas regiões carentes, onde é baixo o poder aquisitivo, e não existe saneamento básico (água encanada e esgoto sanitário), a poucos quilômetros dos centros urbanos, a mortalidade é superior a 100/1.000, ou seja, de cada 1.000 crianças que nascem, pelo menos 100 morrerão até o segundo ano de vida. A diarréia, responsável por mais de 50% destes óbitos, é causada principalmente por bactérias, que proliferam em abundância nos meios de higiene precária.
Por outro lado, nas regiões urbanas com água encanada e esgoto sanitário, região habitada por populações educadas e de alto poder aquisitivo, a mortalidade infantil é inferior a 20 por mil e a diarréia é responsável por menos de 1% dos óbitos, índices semelhantes aos países desenvolvidos. Sim, estamos nos referindo ao Brasil: duas situações reais em um mesmo país, em uma mesma cidade e muitas vezes, convivendo lado a lado em um mesmo bairro.
O Estado do Ceará foi aplaudido nos últimos anos por ter conseguido diminuir substancialmente sua taxa de morbi-mortalidade infantil com medidas simples, aplicando ações básicas de saúde junto à população socialmente desfavorecida. A ação direta dos agentes de saúde nas comunidades carentes, deu uma feição respeitosa e séria à saúde pública daquele Estado, passando a ser um modelo a ser seguido pelos países em desenvolvimento.
Entretanto, nem bem os pobres se deliciavam com os cuidados de higiene, vacinação e hidratação, eis que chega novamente o fantasma da seca que ronda a realidade da vida dessas sofridas criaturas. Hoje parece ter havido um retrocesso. A seca, com todas as consequências que traz, submeteu as famílias a situações de extrema penúria, aumentando vergonhosamente o índice de mortalidade infantil. Em algumas regiões do sertão cearense, a mortalidade subiu de 53,6 por 1.000 nascidos vivos no primeiro semestre de 1997, para 150 por 1.000 no mesmo período deste ano. Em outras regiões subiu de 36 óbitos por mil, para 77. Esta taxa é semelhante a da Nigéria. Para se ter uma idéia da gravidade da situação, a taxa do Japão é de 4 óbitos por mil nascidos vivos e a dos EUA, 7. O Maranhão possui 1 milhão de crianças em condições precárias de sobrevivência, que representam 75% das crianças maranhenses (Unicef/IBGE, 1994).
Pergunta-se: onde estão os que deveriam cuidar dessas coisas? Onde estão os que se responsabilizaram por isto diante dos homens e diante de Deus? Porque deixaram que a seca novamente se instalasse a ponto de devastar regiões inteiras? Porque a saúde pública é tratada dessa forma? Só existe uma explicação: a total falta de interesse pelo povo. E a falta de interesse tem uma razão de ser: num país com tamanhas diferenças sociais, somente os pobres são usuários dos serviços de saúde pública, pois os ricos (incluindo aqui naturalmente os que fazem as leis), esses têm seus planos de saúde nos hospitais privados, têm suas casas de veraneio com água à vontade, possuem suas terras, nem sempre produtivas, com seus modernos sistemas de irrigação etc.
Portanto, os índices de mortalidade que desfilam pelas mesas dos governantes não passam de dados de "morte anunciada", pois todos sabiam que isso aconteceria, como acontecerá no futuro, pois neste país os escândalos se sucedem e quando sai o próximo ninguém mais se lembra do anterior. Por acaso alguém sabe o que aconteceu com os responsáveis pelas falsificações de remédios?
Enquanto isso, as pobres crianças crescem (mas nem tanto) sem perspectiva de uma vida melhor, sem escolas, sem moradia, sem hospitais, sem dignidade. E os homens públicos dão risadas e fazem promessas, muitas promessas. Sabem que a seca, a fome e a miséria jamais os atingirá. Pelo menos é o que pensam. Na vida futura, eles verão com clareza a consequência do descaso frente às tarefas que lhes foram confiadas. Quanta falta faz ao homem a idéia da imortalidade da alma e das vidas sucessivas!
Diante dessa lastimável situação, não dá para acreditar na história de que o Brasil é o coração do mundo e Pátria do Evangelho. Nesta Pátria do descaso, vale lembrar as palavras do jornalista Arnaldo Jabor: "quando vamos parar de sonhar com fadas e acreditar em políticos?". É isso aí!
Texto publicado no site em 11/09/98
OBS: COMO SERÁ QUE ESTÁ A SITUAÇÃO HOJE? VAMOS PESQUISAR E COMPARAR. PÉNSE NISSO.

Vanda Simões
A ARTE DE EDUCAR

“Venho até vós, falar acerca da responsabilidade dos pais frente aos compromissos assumidos com os Espíritos que tomam como filhos. Estais cientes, de há muito, que vossas almas são imortais e que todas as experiências que viveis servem para o vosso aprendizado, de uma forma ou de outra.
A tarefa da paternidade é uma das mais empreendidas e a que mais dividendos pode trazer  ao Espírito se souber compreendê-la. Ainda viveis em um mundo de atraso, onde o sentido da vida se resume a ter o máximo de bens materiais possível. Na vossa sociedade, ensinam que é melhor quem tem mais. Aqueles que não conseguem o sucesso material, são fadados a viver de migalhas e sem a consideração dos que classificais como homens de bem.
Tendes consciência, caros irmãos, que essa injustiça é frequentemente punida em vosso mundo com a mudança de papéis, quando mergulhais na carne. Quando recebeis um Espírito em vosso seio familiar, sabeis que assumis graves responsabilidades com o Criador. Dos pais, é a tarefa de conduzir os filhos nos caminhos do progresso. Isso só é possível se tiverdes em vossos corações o real sentido da vida e a razão de vossas experiências. Vossos filhos são colocados em vosso meio para progredir e tendes o compromisso de seguir com eles na caminhada, sempre com o bom senso de dar o indispensável e ter cautela com o supérfluo.
É necessário terdes cuidado com as coisas espirituais como tendes com as materiais. Não podeis apenas suprir a necessidade da matéria e do intelecto, pois assim estaríeis proporcionando o crescimento incompleto do ser. Em tenra idade o Espírito está totalmente aberto ao aprendizado pelas palavras, mas principalmente pelo exemplo. Tendes cuidado com vossas palavras e conduta no recesso de vossos lares, se tendes uma criança em vosso meio. Eles sugam os ensinos como uma esponja suga a água e o referencial para eles é o exemplo. Não duvideis disso.
Se sois ásperos, ríspidos, deseducados, indóceis, intolerantes, impacientes, orgulhosos, vaidosos, maledicentes, invejosos e egoístas, estais formando Espíritos em igual condição, pois todos nascem com suas imperfeições, que devem ser trabalhadas com paciência e compreensão. Necessitam de estímulo para progredir e se não tiverem um bom meio, poderão permanecer na mesma condição ou agravar suas tendências, sem contudo retroceder.
Entretanto, se vossa conduta é pautada nas leis do Evangelho e procurardes dar à matéria seu real valor, estimulando o bem que cada um tem em si, dando exemplo de boa conduta, de probidade, de benemerência e justiça, logo tereis em vosso meio Espíritos melhores e mais adiantados e podeis fazer deste planeta um lugar aprazível para se viver. Paz e sabedoria a todos”. - Lázaro

Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos Instrutores
Data: 03.04.00
Espírito: Lázaro
SEEAK


APROVEITAR A EXPERIÊNCIA

“É bom poder estar entre vocês novamente. Sim, porque algumas vezes estive aqui e recebi as boas influências que a casa de Jesus pode oferecer. Adentramos no mundo espiritual confusos, sem entendimento das reais condições que nos rodeiam. Somos, muitas vezes, surpreendidos pelo reconhecimento da não mais existência do corpo material e queremos de toda forma compreender. A grande dúvida é: “E agora, o que faço?” Bem, não tive, como muitos de vocês têm, o conhecimento de que a vida teria uma continuidade, não como imaginava. Achava, conforme pude compreender na última encarnação, que algo haveria de ter, mas desconhecia a existência do Espírito e a sua atividade após a morte. Tardiamente, reconheci que não mais poderia retornar aos meus, pelo menos da maneira que queria. Questionei muitas vezes os amigos que me acompanharam após o desencarne. Sim, eles estão aqui comigo, ajudaram-me muito, podendo acompanhar e orientar-me com a permissão de Deus.
A vida entre vocês é muito sobrecarregada de atividades ligadas ao trabalho e as coisas desse plano. Só depois que estamos aqui é que vemos quanto tempo perdemos em futilidades, que poderia ser bem aproveitado para a própria instrução. Geralmente, nem pensamos nisto. Depois, nossa consciência nos cobra e temos que suportar a dor por não ter aproveitado melhor nosso tempo na escola da vida. Vocês, meus queridos, que participam dos estudos desta casa, podem considerar-se privilegiados. Já conhecem muitas coisas sobre o lado de cá e saberão que o que falo é verdade.
Encontrei por aqui muitas pessoas, muitos nem conhecia, mas logo nos afeiçoamos. Temos quase que o mesmo modo de ver as coisas. Fiquei por muito tempo buscando entender melhor tudo o que aconteceu com meu corpo e a minha passagem para este plano. Não poderia ser diferente, nem mesmo sabia que continuaria vivo. O Senhor é bom e nos permite aprender coisas que quando estive entre vocês não pude fazer. Relembro as muitas vezes em que nos reunimos em família para contar as histórias aprendidas com nossos pais e também as alegrias de uma vida sem manchas profundas. Claro, tive uma vida simples, sem muito contato com os desajustes que hoje são maiores.
Cuidem para que não se envolvam nos pensamentos daqueles que nada intencionam para o Espírito e que apenas se preocupam com as coisas da vida. Não se deixem enganar, pois sofrerão muitas amarguras pela falta de persistência no caminho de Deus. Pouco pude aprender, mas a vida simples e honesta, o compromisso cumprido junto à família e ao trabalho, a preocupação em ensinar todos os meus filhos a serem pessoas boas, me deram a condição mais favorável na nova vida. Tive sofrimentos sim. Qual de nós não os têm? Estavam ligados propriamente à minha ignorância.
Bem, meus filhos, que sua mãe Mariazinha possa alegrar-se com minhas palavras. Nunca fui de muito falar, mas hoje felicito-me em poder estar em contato com vocês. Minha filha, companheira de muitas horas felizes, tenha sempre a compreensão de que a paciência e a dedicação às outras pessoas lhe farão muito bem. Continuem a estudar. Muito ainda aprenderão, também os meninos.” – José Castro.

Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos familiares
Data: 10.08.01
Espírito: José Castro
GEBEM

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A ERA DA CONFUSÃO

Há quase cento e cinquenta anos, quando Allan Kardec descortinou para o mundo a Doutrina dos Espíritos, maravilhado com a lógica e coerência dos ensinamentos, declarou que em algumas dezenas de anos a humanidade estaria iluminada pela verdade. O otimismo do Codificador baseava-se no fato de que o Espiritismo era uma doutrina de fácil compreensão e que trazia ao homem as explicações que buscava para todas as situações vividas por ele até então, e que nenhuma teoria filosófica havia oferecido.
Julgava o mestre lionês que essa doutrina iluminaria facilmente o ser humano, modificando rapidamente sua maneira de agir, influenciando sua conduta diante da vida. O resultado disso seriam leis mais justas, condições de vida mais dignas, governos mais democráticos, povos mais pacíficos, enfim, a humanidade viveria plenamente uma era de fraternidade e igualdade, conforme instrui as lições do Cristo. O tempo, infelizmente, mostrou que Kardec enganou-se em suas previsões. Não contava ele com a ganância e egoísmo dos homens, que mais tarde desenvolveriam um sistema selvagem de ganhos que dominaria com mão de ferro o planeta.
O que hoje se vê no panorama mundial longe está de ser descrito como a era do amor, como querem muitos espiritualistas e entusiastas espíritas mais exaltados. Diríamos mesmo que se trata da hora da "grande tribulação" de que adverte Jesus em Mateus 24. Basta passar os olhos nos noticiários nacionais e do exterior para se ter a nítida impressão de que o tecido social está se rompendo e que, para tristeza nossa, os mecanismos de repressão têm sido os únicos instrumentos utilizados pelas autoridades, tentando manter certa estabilidade no meio, sabe-se lá até quando.
As desordens instalam-se em todo o mundo e as agitações sociais são levantadas com facilidade espantosa, fugindo ao controle dos governos e à compreensão dos cientistas sociais. O que tem acontecido no Brasil, por exemplo, é extremamente preocupante. Bastam algumas palavras de ordem e o povo se transforma em massa de manobra para saquear mercearias, supermercados e invadir propriedades particulares. Atendendo a interesses os mais variados, nem sempre tão nobres, alguns líderes políticos atuam como fomentadores desse caos. Certamente sabe-se dos problemas sociais que causam esse tipo de comportamento, mas a inoperância e irresponsabilidade dos governos em sua ação junto ao povo não pode justificar tal insensatez. Pode-se analisar como causa de tudo o sistema injusto e excludente que se estabeleceu como política econômica na era FHC, mas este é um fenômeno mundial e que certamente trará consequências nada agradáveis para todos em tempos vindouros. Entreta nto, não pode ser visto como justificativa única para o caldeirão de insatisfação que se estabelece gradativamente no país.
Parece evidente que a estrutura da sociedade como um todo está se fragmentando rapidamente, sem que encontre qualquer base concreta para apoiar-se. A degeneração das relações de companheirismo entre os homens indica que ele esqueceu de uma coisa importante para sua formação básica: a lei natural. Ensinar-lhe essa lei seria o papel das religiões. Mas, por causa de seus próprios limites elas não o cumpriram. Antes, deixaram-se envolver pelo poder temporal. A humanidade construiu seus valores em cima de estruturas perecíveis que agora dão mostras de sua transitoriedade e ineficácia. O materialismo, célula máter dessa cascata de eventos, se desmantela com a insegurança do sistema financeiro se instalando em todo o mundo. O desemprego, gerado pela automatização e adensamento populacional, prolifera multiplicando os dramas individuais e coletivos. O homem, vendo seu castelo de cartas ruir, naturalmente se desespera, pois não vê saída para seus problemas.
O Espiritismo, segundo Allan Kardec, deveria ter feito seu papel de agente modificador desse panorama. Entretanto, tomou um rumo completamente diverso daquele para o qual se propôs. Transformou-se apenas em mais uma religião, ineficaz quanto à sua capacidade de mudar os rumos da sociedade. Sua faceta excessivamente assistencialista e estritamente espiritualista, não faz dele uma doutrina diferenciada. Religião por religião, as pessoas preferem ficar com a que já conhecem. Tivesse tomado o rumo certo dado pelo Codificador, poderíamos hoje ter uma visão mais otimista acerca do futuro do homem. Na forma como hoje se apresenta, decerto não exercerá nenhuma influência significativa nos destinos do mundo nos próximos séculos, nem poderá modificar a sociedade com a proposta de modificar o homem. O materialismo, organizado, com suas formas convencionais de religiões, desenvolve-se mais rápido e apodera-se das mentes que lhes são afins. O próprio Movimento Espír ita perdeu-se na heterogeneidade das idéias de homens e Espíritos que nunca se guiaram retamente pelos caminhos da Codificação. Ninguém sabe ao certo o que seguir. Na prática, tornou-se uma grande confusão doutrinária.
Parece não haver outra saída para a humanidade senão a dor. Os Espíritos sempre advertiram e advertem a respeito desse tempo de dificuldades pelo qual passaria o planeta. Haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, disse Jesus. Os profetas estavam certos, o Mestre também. Ninguém poderá deter a transformação do planeta, pois ela obedece a Lei de Deus, molda-se conforme um plano preparado há milênios.
Lançando luz sobre todos os aspectos da vida, a Doutrina Espírita abre um leque fantástico de conhecimentos, infelizmente pouco vislumbrados até mesmo pelos que se dizem seguidores de Allan Kardec. Se até agora não se aproveitou a oportunidade, só resta aguardar as conseqüências do descaso. Aos espíritas sérios resta cuidar de pelo menos estabilizar a vida doutrinária da casa onde trabalham, pois a cada dia ficará mais difícil e complicado cumprir com os ideais abraçados em nome de Jesus. Oremos, vigiemos e trabalhemos, pois!

Autor: Vanda Simões
Texto publicado no site em 27/08/99
AIDS E REDENÇÃO

Caros irmãos. Sou um dos que foram atendidos nesta casa de caridade, em situação bastante constrangedora. Vivi minha última vida na carne envolvido com minhas paixões, sem ter nenhum tempo para dedicar-me às coisas de Deus. Professava uma religião de aparências, pois seguia os rituais mais populares, como todos os de minha classe social, e ajudava a igreja com os meus recursos materiais achando que, com isso, estava quites com Deus.
Tive grandes oportunidades de crescimento espiritual, pois fui criado em ambiente religioso desde pequeno. Fui preparado para a vida em um seminário católico, pois meus pais, com medo de minha tendências sexuais, logo cedo colocaram-me sob a proteção da igreja, querendo proteger-me do que consideravam inspiração do mal. Passei 17 anos de minha vida nesse ambiente. Meus conhecimentos de teologia, história da humanidade e filosofia, adquiridos lá, deram-me passaporte para ingressar no seleto mundo da intelectualidade com muita facilidade. Após descobrir que não tinha nenhuma tendência para o messianato da Igreja, ingressei numa universidade já aos 25 anos de idade, enterrando de vez os sonhos de meus pais de me ver na carreira eclesiástica.
Após anos de estudo e dedicação, porém, deixei-me envolver pela vaidade do conhecimento do mundo e mergulhei com todo o meu ser em vida de paixões, estimulado que fui por pessoas de mesma condição espiritual que eu. Grande amante das artes e da filosofia, logo encontrei grupo seleto de pessoas que se compraziam nos saraus de literatura, regado a muito vinho e sexo promíscuo. Deixei que minha condição sexual aflorasse totalmente, pois por muito tempo mantive-me escondido para não escandalizar a sociedade e a família.
Após encontrar alguns antigos colegas do seminário, com quem me divertia e descobria o sexo na mocidade, formamos um grupo de seres desencontrados e infelizes, vivendo uma vida de prazeres e paixões mundanas. Na ocasião achávamos que aquela era uma boa forma de viver a vida, única que Deus nos havia dado, conforme houvéramos aprendido. Depois de uma vida de sandices, retornei ao mundo espiritual em deplorável condição, com meu psiquismo completamente alterado. Logo tive que reencarnar para que pudesse me livrar de tão tormentoso passado.
Nasci novamente, em ambiente pobre e tive muita dificuldade em conseguir escola e instrução. Porém, por conta do meu intelecto desenvolvido, formei-me professor e dediquei minha vida aos pobres como eu, em escola de periferia de uma cidade grande deste nosso país. Cedo encontrei a Doutrina Espírita e com ela minha grande e definitiva libertação. Porém, irmãos, tive a grande tristeza de conviver com grupos nos quais imperavam a inveja, o melindre e o amor próprio, fazendo com que muitos não conseguissem enxergar seus problemas e verdadeira condição espiritual.
Nunca tive nenhuma atração pelo sexo oposto e isso me incomodava enormemente. Busquei explicação com os instrutores das casas espíritas que freqüentei e logo percebi que havia tido experiências muito graves na sexualidade, tempos atrás. Encontrei uma pessoa que pôde me ajudar a superar o problema e dediquei minha breve vida a cuidar dos pobres e necessitados como eu. Um dia descobri que contraíra estranha doença que só mais tarde, após muito sofrimento nos hospitais, vim a saber tratar-se da Aids. Havia contraído em transfusão de sangue contaminado por ocasião de um acidente automobilístico, 5 anos antes. Sofri grande humilhação, pois os médicos e toda a minha família estavam convencidos de que eu contraíra a moléstia em contato sexual com outro homem doente, pois a doença ainda em seu início tinha o estigma de ser o mal dos homossexuais.
Desencarnei em pouco tempo e hoje agradeço por isso. Porém, meus pais jamais me perdoaram o que consideraram uma grande traição. Deus sabe os caminhos que temos que percorrer. Aquela doença, o estigma e a humilhação sofrida, juntando com as dificuldades materiais, foram a minha redenção. A Doutrina Espírita trouxe-me a compreensão das coisas e hoje trabalho muito para retornar em breve tempo em melhor condição para servir na Seara do Senhor, em qualquer frente de trabalho no Bem. Agradeço pela ajuda recebida após tantos anos nas zonas de sofrimento e peço a Deus todos os dias em minhas preces que abra os olhos dos cegos que não querem ver para que possam aproveitar suas oportunidades em vida. Paz a todos”. – Antonio Carlos.

Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos familiares
Espírito: Antonio Carlos
SEEAK
Data: 10.04.01

A AFABILIDADE NO CONVÍVIO


A lição do Evangelho estudada hoje foi relacionada com a afabilidade e a doçura, duas qualidades que vós deveis perseguir por ser diretamente relacionada com a humildade. Mas é bom considerar que o ser dócil e afável nada tem a ver com a natureza omissa das pessoas. Existe grande confusão entre a docilidade e a covardia. Esta, sabeis, é própria das almas imaturas que se desencorajam diante das refregas da vida e tudo fazem para agradar quem os rodeiam. Ainda não compreenderam que o verdadeiro sentimento de amor entre as pessoas requer a tão necessária sinceridade a fim de que possa ser construída a solidez das relações.
Reclamais frequentemente de vossas vidas dificultosas frente aos problemas do cotidiano. Não sabeis que em tudo reside vosso egoísmo e orgulho que não permite que o espaço comum seja ocupado por mais de um? Olhai com sincera humildade para dentro de vós e vede se o descaminhos de vossas vidas de relação com o outro não são fruto de vossa própria conduta inadequada? Examinai vossas consciências a cada vez que, no auge de vosso desespero, atirais as pedras da culpa em alvo errado. O verdadeiro alvo sois vós mesmos.
Se tivésseis o hábito de examinar vossas ações veríeis que seria bem mais fácil, ao lutar para transpor as dificuldades, construir vossas relações no alicerce sólido do diálogo e das boas disposições para a melhoria interior.
Por muito tempo o homem caminhou sem rumo, sem saber a razão de sua vida, o objetivo de sua passagem terrena, por que era doente ou saudável, as razões de ser preto ou branco, rico ou pobre, afortunado ou desvalido. Com o advento da Doutrina dos Espíritos tudo isso veio ser esclarecido de forma inequívoca e o que era encoberto teve de ser retirado o véu.
Sede dóceis aos ensinamentos, mas antes aprendei com Jesus a sabedoria da afabilidade e vereis quantos frutos ela há de dar no convívio estreito de vossas relações pessoais. Paz e harmonia para todos”. – Um Espírito amigo.

Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos instrutores
Espírito: Um Espírito amigo.
SEEAK
Data: 22.02.00

Data/hora
Centro Espírita
Palestrante
Tema
07/11/2011
2ª feira
20h00
 
 
NAEEJA
 
Jaqueline  
Itaí - SP
 
 A  fé
14/11/2011
2ª feira
20h00
 
 
NAEEJA
Luiz Eduardo  Conti
Lençóis Paulista
 
 
21/11/2011
2ªfeira
20h00
 
 
NAEEJA
 
 
Sérgio Nalli
Botucatu
 
28/11/2011
2ª feira
20h00
 
 
NAEEJA
 
Túlio Celso de O.Ragozo
São Manuel
 
 
 


quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos Instrutores

A arte de educar

“Venho até vós, falar acerca da responsabilidade dos pais frente aos compromissos assumidos com os Espíritos que tomam como filhos. Estais cientes, de há muito, que vossas almas são imortais e que todas as experiências que viveis servem para o vosso aprendizado, de uma forma ou de outra.
A tarefa da paternidade é uma das mais empreendidas e a que mais dividendos pode trazer  ao Espírito se souber compreendê-la. Ainda viveis em um mundo de atraso, onde o sentido da vida se resume a ter o máximo de bens materiais possível. Na vossa sociedade, ensinam que é melhor quem tem mais. Aqueles que não conseguem o sucesso material, são fadados a viver de migalhas e sem a consideração dos que classificais como homens de bem.
Tendes consciência, caros irmãos, que essa injustiça é frequentemente punida em vosso mundo com a mudança de papéis, quando mergulhais na carne. Quando recebeis um Espírito em vosso seio familiar, sabeis que assumis graves responsabilidades com o Criador. Dos pais, é a tarefa de conduzir os filhos nos caminhos do progresso. Isso só é possível se tiverdes em vossos corações o real sentido da vida e a razão de vossas experiências. Vossos filhos são colocados em vosso meio para progredir e tendes o compromisso de seguir com eles na caminhada, sempre com o bom senso de dar o indispensável e ter cautela com o supérfluo.
É necessário terdes cuidado com as coisas espirituais como tendes com as materiais. Não podeis apenas suprir a necessidade da matéria e do intelecto, pois assim estaríeis proporcionando o crescimento incompleto do ser. Em tenra idade o Espírito está totalmente aberto ao aprendizado pelas palavras, mas principalmente pelo exemplo. Tendes cuidado com vossas palavras e conduta no recesso de vossos lares, se tendes uma criança em vosso meio. Eles sugam os ensinos como uma esponja suga a água e o referencial para eles é o exemplo. Não duvideis disso.
Se sois ásperos, ríspidos, deseducados, indóceis, intolerantes, impacientes, orgulhosos, vaidosos, maledicentes, invejosos e egoístas, estais formando Espíritos em igual condição, pois todos nascem com suas imperfeições, que devem ser trabalhadas com paciência e compreensão. Necessitam de estímulo para progredir e se não tiverem um bom meio, poderão permanecer na mesma condição ou agravar suas tendências, sem contudo retroceder.
Entretanto, se vossa conduta é pautada nas leis do Evangelho e procurardes dar à matéria seu real valor, estimulando o bem que cada um tem em si, dando exemplo de boa conduta, de probidade, de benemerência e justiça, logo tereis em vosso meio Espíritos melhores e mais adiantados e podeis fazer deste planeta um lugar aprazível para se viver. Paz e sabedoria a todos”. - Lázaro
Espírito: Lázaro
SEEAK
Data: 03.04.00
Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos familiares
 A VERDADE QUE ESCLARECE

“Quanta saudade meus filhos e filhas, e quanta dificuldade em lhes trazer um pouco de conforto pelas minhas palavras. Fui sempre uma servidora do Cristo e por isso recebi amparo ao chegar nesta nova vida. Porém, as minhas concepções, as minhas idéias eram diferentes daquilo que realmente há, não do ponto de vista moral que é igual para todos cristãos, pois colhe-se o fruto da semente que se plantou, mas do ponto de vista da continuidade da vida. Não sofri dores físicas, e sim as do coração porque, como eu compreendia que a morte seria uma longa espera em sono, jamais poderia entender que consciente, lúcida, acordada eu estaria morta.
Havia uma enorme solidão e incompreensão das coisas que se passavam, não encontrava a nenhum de vocês, nenhum de meus irmãos, não sabia onde estava e só me recordava da enfermidade e da necessidade de cuidados e proteção médica, então me imaginava em um isolamento hospitalar, onde vocês não podiam me visitar.
Certa vez durante o meu descanso fui trazida aqui nesta casa, para receber um pouco de orientação e comecei a ser preparada para receber a notícia de que já não estava viva. Não gostei muito, porque não era o meu ambiente religioso e por isso estaria descumprindo as regras que decidi seguir, mas havia uma necessidade emocional tão grande que eu falei e até recebi o amparo abnegado. Percebi também a presença da Cí e fiquei muito feliz, mas não consegui lhe falar, o que me aborreceu profundamente, pois já aguardava a muito tempo por aquela oportunidade e ela nem me notou. De volta ao hospital reclamei aos meus atendentes que minha filha não tinha me visto e a partir de então começaram a me falar sobre o que de fato havia acontecido.
Fiquei muito confusa e mesmo frustada, porque não imaginava nada daquilo, no entanto brotou em mim uma grande esperança, porque se essa era a vontade de Deus, eu poderia rever a todos de minha família e mesmo aqueles que participavam da igreja. Hoje estou mais ajustada, muito melhor. Não virei aqui com freqüência, porque de qualquer forma não é o meu lugar. Como não poderia deixar de ser, continuo indo servir na igreja, faço isso há pouco tempo e com limitações, mas espero poder servir ao Senhor plenamente, ajudando aos meus irmãos no seu crescimento moral e religioso.
Deus é muito bom e permite que a cada filho seja dada a instrução devida, mesmo que aparente não elevar as almas à Verdade plena, dá o maior e mais importante passo para a elevação espiritual que é o comprometimento e o ajuste com a Lei de Deus. Por isso amparem o seu pai e seu irmão, que sentem um vazio em suas vidas pela minha falta. Ajudai-os a se firmarem na igreja que é o lugar deles e que sem dúvida preencherá suas vidas com as palavras do Cristo e que deverá no futuro dar a condição de nos encontrarmos.
Minhas filhas, é bom ver vocês três nesta casa que a princípio abominava, mas a Verdade a tudo esclarece e modifica. Agora fico feliz, porque sei que aqui vocês crescerão. Gostaria de pedir que em tudo se aproximem da disciplina daqui, porque se ela não lhes impõe dogmas, também não lhes dá a liberdade para viver de acordo com suas próprias idéias, correndo o sério risco de se perderem. Antes os limites que ela lhes impõem exerce forte influência em sua educação espiritual. Sendo este o meio de vocês, ajustem-se a ele e afastem-se do mundo, porque dele a impressão que eu tinha só piorou. Cuidem para não se desviarem do caminho correto.
A partir de agora a minha presença em nossa família será maior, não ostensiva, mas suficiente para inspirar-lhes boas idéias, para dirigir-lhes mais diretamente a minha prece e para da mesma forma receber as suas. Peço a Deus que abençoe a todos e me despeço”. - Anita Fredd Corrêa.


Espírito: Anita Fredd Corrêa
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
Data: 24.07.2001
 AS CURAS ESPIRITUAIS

Na história da humanidade existem inúmeros fatos comentados à luz da razão ou da irracionalidade que apontam para um fenômeno largamente utilizado nos dias de hoje: a busca da cura das enfermidades pela ação do inexplicável. O indiscutível intercâmbio existente entre o mundo visível e o invisível, favorece situações as mais discutidas por contar com o desconhecimento das criaturas sobre coisas simples e óbvias como a ação dos fluidos ou energias sobre os corpos animados ou não.
O jornal Folha de São Paulo, em recente e extensa matéria, discorre sobre o assunto, colocando num mesmo patamar as cirurgias do suposto Dr. Fritz, os receituários fitoterápicos de uma médium paulista, a aplicação de curativos e a ajuda dos anjos de um japonês do interior paulista. Fala até da guerra entre o bem e o mal de um grupo de médiuns da Capital, que diz ter como missão também curar doenças, que tem Nero como guardião, além de serem liderados por um Espírito que, segundo seus seguidores, já foi Jesus e Michelângelo.
Não nos deteremos nas particularidades destas situações, mas na realidade das curas espirituais. Parece estranho que nos centros espíritas esse assunto seja colocado para escanteio com a justificativa de que o Espiritismo não veio ao mundo para curar corpos, mas para sanear as doenças da alma.
O papel da Doutrina Espírita como agente estimulador do crescimento do homem como um todo é indiscutível. Por isso mesmo, seria um contra-senso dissociá-lo de seu corpo físico, o mais importante aliado da criatura em todo esse processo. Como poderíamos crescer sem o auxílio abençoado da reencarnação? E já que reencarnamos, o que nos impede de cuidar com zelo do corpo carnal? Ouvimos com freqüência dirigentes espíritas enfatizarem que não se deve falar em curas nas casas espíritas, pois colocaria os trabalhos em situação de dificuldades no que diz respeito à credibilidade. Chegam a desaconselhar o uso da palavra "tratamento" para não caracterizar "cura". Dizem eles que as pessoas acabam tendo uma grande expectativa que não será atendida, pois na verdade apenas as doenças da alma são tratadas. Afirmam ainda que a cura das doenças do corpo físico é papel da medicina terrena. Ainda aqui se vê o pouco conhecimento que alguns espíritas têm da doutrina que professam, pois este pensamento dificulta a poderosa ação auxiliar que os médicos da Espiritualidade dão à ciência médica terrena, tanto no campo da teoria através da intuição de novas descobertas, como na vida prática dos que se dedicam com zelo para esta nobre tarefa.
Allan Kardec, em muitos pontos de suas obras, instrui sobre o que ele chamou de "mediunidade curadora". Em inúmeros textos na Revista Espírita, bem como em A Gênese, ele trata da questão com conhecimento de causa, encarando o assunto de forma grave e falando da grande importância desse trabalho espiritual para a divulgação das idéias espíritas. Para ele parecia lógico que o Espiritismo tendo trazido o conhecimento da ciência dos fluidos, também pudesse ser utilizado nos vários campos da vida para ajudar o homem. E, sem dúvida, a área da saúde física é das mais abençoadas. Nela, os Espíritos encontram oportunidade para auxiliar as criaturas que sofrem, através da movimentação dos fluidos, aplicados na cura das doenças.
O descrédito de algumas pessoas em relação a esse tipo de assistência, se deve ao desconhecimento da dinâmica dos fluidos, da realidade do mundo espiritual e da grandeza da Criação. Permanecendo no estreito entendimento das coisas divinas, não podem admitir que algo exista sem que seus sentidos sejam impressionados, sem que a ciência oficial dê sua sanção. De um lado, a ignorância que oblitera a razão, de outro o orgulho que impede a busca do conhecimento maior.
Para um melhor entendimento de como se dá a cura espiritual, lembramos do "milagre" que Jesus operou na mulher que sofria de hemorragia. Diz Kardec:
"É notável que o efeito não foi provocado por um ato da vontade de Jesus; não houve magnetização, nem imposição de mãos. A irradiação fluídica normal foi suficiente para operar a cura. Mas porque esta irradiação se dirigiu para aquela mulher, em vez de outras, pois Jesus não estava pensando nela, e se achava rodeado pela multidão? A razão é bem simples. O fluido, sendo dado como matéria terapêutica, deve atingir a desordem orgânica para a reparar; pode ser dirigida sobre o mal pela vontade do curador ou atraído pelo desejo ardente, a confiança, numa palavra, a fé do doente. Em relação a corrente fluídica, a primeira faz o efeito de uma bomba comprimida, e a segunda, de uma bomba aspirante. Algumas vezes a simultaneidade dos dois efeitos é necessária, de outras vezes uma só basta.(...). Aí está um dos princípios mais importantes da medicina curadora e que explica, por uma causa muito natural, certas anomalias aparentes" - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XV, itens 10 e 11).
Para que se promova a cura através da mediunidade curadora, existem três fatores os quais devemos compreender, ou pelo menos crer: a existência do mundo espiritual, a manipulação dos fluidos pelos Espíritos, e um fluido especial existente no encarnado, denominado fluido vital, ectoplasma ou fluido magnético.
O processo da transmissão dos fluidos curadores se dá de Espírito a Espírito, melhor dizendo de perispírito a perispírito e deste ao corpo carnal. Sabe-se que a maioria das doenças, com sua diversidade de causas, é apenas o efeito de uma desorganização perispiritual, com repercussão orgânica. A mediunidade curadora está fundamentada na ação fluídica de um indivíduo sobre outro, podendo esta ser mais ou menos instantânea, dependendo de vários fatores.
O fluido espiritual é uma das variações do fluido cósmico universal. É a atmosfera dos seres espirituais, estando pois impregnada das qualidades boas ou más dos pensamentos que são emitidos. Sabe-se também que os fluidos são o veículo do pensamento e que a vontade é atributo do Espírito. Pela vontade, o Espírito pode agir sobre a matéria através da emissão fluídica provocada pelo pensamento, operando certas transformações moleculares na matéria.
No caso das curas, trata-se de substituir uma molécula doente por outra sadia. Portanto, a potência curadora depende tanto da qualidade da substância doada quanto da energia que se imprime a ela pela vontade. O Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente dessa vontade. Se for impelido pelo ardente desejo de ajudar o próximo, e imprimir nisso uma vontade enérgica, a emissão fluídica será mais abundante.
Algumas pessoas são possuidoras de magnetismo mais ou menos poderoso que pode ser utilizado no auxílio dos doentes. Allan Kardec nos instrui que o fluido magnético pode modificar o estado das substâncias, alterar o estado molecular dos corpos, imprimir qualidades aos líquidos orgânicos etc. Sabe-se também que a ação desse fluido depende de sua qualidade que por sua vez é conseqüência direta das qualidades morais e orgânicas de quem doa. Donde se conclui que a faculdade de cura não é dada a qualquer pessoa.
Há que se considerar também que existe uma grande diferença entre médiuns receitistas e médiuns curadores. Os primeiros exercem a mediunidade como escreventes, nada tendo do dom de curar ou aliviar as enfermidades, pois servem apenas de intermediários, embora tenham uma aptidão especial para esse tipo de comunicação.
Mesmo que um médium receitista trabalhe com Espíritos que foram médicos terrenos, ou que se identifiquem como médicos na Espiritualidade, não se trata de mediunidade curadora, pois ele apenas transcreve para o papel as instruções que recebe. Servem de instrumentos para os Espíritos, mas não é quem cura.
Importante ressaltar que mesmo sendo uma realidade a existência de médiuns receitistas, a prática de receituários nas casas espíritas, quer alopáticos, quer homeopáticos ou fitoterápicos, são desaconselháveis. Em linhas gerais não se coadunam com a orientação kardequiana, que prescreve como terapêutica a fluidoterapia e a moralização do indivíduo. Além disso, é necessário considerar os aspectos legais de tais práticas, pois as leis humanas não aceitam a comunicabilidade dos Espíritos.
O objetivo do trabalho de atendimento a enfermidades físicas nos centros espíritas é curar quando possível, aliviar muitas vezes e confortar sempre. Não há nada que impeça as casas de estabelecerem esses trabalhos de curas a não ser o desconhecimento dos fatos ou a falta de confiança na assistência espiritual recebida.
As curas espirituais através da fluidoterapia são uma realidade e seria muito proveitoso a medicina terrena aliasse seus conhecimentos ao estudo dos fenômenos magnéticos ou fluídicos, pois entraria em um campo de investigação excepcional, com evidentes progressos para a Ciência oficial.
Assim não acontece, por se tratar de atividade ainda ligada ao fanatismo religioso e que muitas vezes é praticada de forma irracional e fantasiosa, o que afasta as pessoas sérias. Por outro lado, existem pesquisadores da área que se julgam cultos e sábios e rejeitam o fenômeno por ser impalpável ou intangível. Se eles se dessem ao trabalho de analisar antes de rotular, veriam que todas as explicações estão nas leis naturais e que nada se dá fora dela.
Pode-se concluir que os trabalhos citados na reportagem da Folha como "curas espirituais" nenhuma ligação tem com o Espiritismo, ainda que tenham sido realizados por médiuns com a interferência de Espíritos. As curas realizadas nas casas espíritas são fundamentadas na fluidoterapia, operando no corpo perispiritual as mudanças necessárias ao reequilíbrio físico das criaturas. Necessário, pois que seja parte integrante das atividades espíritas como mais um santo e salutar benefício de Deus para Seus filhos".

Vanda Simões
Texto publicado no site em 15/01/99

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A educação moral

“Paz e serenidade. Queridos irmãos espíritas, que Jesus possa guiá-los pela vida ajudando-vos em espírito de entendimento, para compreenderdes o verdadeiro sentido dos ensinamentos da Doutrina Espírita.

Vós sois Espíritos encarnados nesse mundo de provas e expiações. Como tais, necessitais com urgência adquirir domínio sobre vossas imperfeições e inclinações infelizes. Não conheceis ainda o estado de bem aventurança a que todos os filhos do Altíssimo são fadados a atingir um dia. Sois todo desalinho, vosso mundo interior reflete os tormentos de vossas almas estacionadas ainda na inferioridade. Angústias, pessoas em desentendimento, são resultados de uma vida imprópria, onde predominam atitudes distantes, muito distantes das Leis de Deus.
Um turbilhão de idéias e sentimentos vos atormenta a razão. Por isso tendes dificuldades em acertar nas decisões que tomais para solucionar a maioria dos vossos problemas. Precisais adquirir serenidade e paz de espírito. A racionalidade dos ensinamentos de Jesus veio ao mundo para amparar-vos na luta contra esta instabilidade que caracteriza vossos Espíritos. Orientando-vos pela Lei, conseguireis aos poucos exercer poderoso domínio sobre vossas inclinações infelizes. Dessa maneira vosso mundo interior se acalmará pouco a pouco, até que a serenidade predomine em vosso comportamento. A paz será conseqüência do vosso esforço em melhorar-se. Assim, podereis enfrentar as muitas situações de tormentos que esta vida vos oferece. Sem paz, sem serenidade, não conseguireis cumprir vossos compromissos reencarnatórios a contento .
Meditai em torno dos principais ensinos de Jesus Cristo, a que deveis seguir em espírito e verdade. Ele é a escola que vos conduzirá no aperfeiçoamento de vossa intimidade. Crescer moralmente é a meta da vossa vida. Só a educação moral, fundada no Evangelho redentor, poderá ajudar a humanidade a encontrar o caminho da verdadeira felicidade.” – Um Espírito Instrutor


Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos instrutores 
Espírito: Um Instrutor 
Grupo Espírita Bezerra de Menezes 
Data: 27.01.2000
PARA ONDE CAMINHAMOS?

"A história é bem triste. Uma senhora de 85 anos, portadora do chamado “pé diabético”, arrasta-se em dores à espera de um atendimento que possa livrá-la do sofrimento. Entre marcação de consultas, espera por leito na internação e idas e vindas inúteis ao hospital, já se vão pelo menos 4 meses e muitos reais gastos com translados. Detalhe: a pobre senhora não tem recursos e depende dos serviços públicos de saúde. Cada vez que vai ao hospital em busca de uma assistência, que não tem, gasta dos minguados trocados da parca aposentadoria da Previdência Social. Se tivesse condições de pagar para ser atendida com a dignidade que merece todo ser humano, certamente já teria bons profissionais à sua disposição, podendo até ser os mesmos que deixaram de atendê-la no serviço público.
Apesar das constantes propagandas de melhorias conseguidas pela sociedade, que vemos a todo instante nos canais de comunicação, o que se pode ver no dia-a-dia nada mais é que o resultado da decadência das relações humanas. O caótico e injusto sistema materialista que se estabeleceu em todo o mundo, trata o homem com um valor apenas circunstancial. Ele vale o preço de uma consulta, de um procedimento, de sua conta bancária, do espaço que tem na coluna social ou no cenário político. Se estivermos atentos ao movimento do mundo atual, ao modo como as coisas funcionam, podemos bem constatar que o homem não passa de um número dentro do sistema. Transformado, assim, de pessoa em coisa, não poderiam ser diferentes os acontecimentos que nos ferem os olhos, e muito mais os sentidos.
Uma sociedade que se organiza dessa forma, valorizando o homem pelo que ele tem, não poderia dar frutos de bondade, de harmonia e equilíbrio. Os frutos desse triste comportamento são a fome, misérias, prostituição, drogas, injustiça social e todo tipo de desgraças que hoje enxameiam este orbe, com uma velocidade sem precedentes na história da humanidade. Diz o Evangelho que quando a consideração que se dispensa às pessoas é medida pelo peso do ouro que elas possuem, que interesse podem ter elas em se corrigirem de seus defeitos? Acrescentamos que se a ideia que o homem faz da vida é esta pequena e atrasada teoria de que somos condenados a nascer, crescer, produzir e morrer sem qualquer explicação sobre qual seria a utilidade disto, qual interesse teria a maioria das pessoas em buscar uma qualidade de vida centrada no amor ao próximo? Antes, essa estreita visão de vida o leva a viver de forma egoísta, cada vez mais.
E nesse contexto vive o homem. Envolvido pela euforia atual ditada pelos “benefícios” da globalização, não percebe que o mundo de fato tornou-se uma grande aldeia, comandada por um único cacique, o malfadado materialismo, tão bem representado pelo capital, melhor dizendo, pelo lucro. Orquestrando essa dança estão os chamados países ricos, que deveriam ajudar a minimizar a miséria no mundo. Entretanto, as relações entre os países ricos e pobres são exatamente iguais às relações entre as pessoas: os pobres, não tendo outra saída, mendigam as sobras dos ricos, que “dão generosamente” a ajuda, não sem tocar trombetas diante de si. Além disso, agem escravizando os países com dívidas que jamais poderão ser pagas sem grandes sacrifícios por parte da população, sendo, portanto, os devedores, eternos reféns desses satânicos senhores do mundo.
Como explicar tal situação? Afinal, dizem os arautos do exagerado otimismo, que o Bem é maioria no planeta. A situação do mundo, porém, nos diz o contrário. O mal campeia, faz seguidores a cada dia e vai levar a humanidade, em breve, para uma situação de tamanho destrambelho que envolverá até os mais vigilantes, caso não se tenha mecanismos firmes de sustentação espiritual. Nada há que explique a razão da senhora doente ficar sem atendimento, a não ser o fato de ser pobre. Fosse alguém que representasse um “número” mais valorizado (um número de plano de saúde, por exemplo), teria seu padecimento abreviado. Em que ela é diferente de alguém que têm direito ao bom atendimento, se não for sua condição social? Infelizmente casos como esses são multiplicados todos os dias nas filas dos hospitais públicos. Que esperar de uma sociedade que não reconhece no outro a condição de irmão?
Uma vez mais diremos: não há outra saída para a humanidade senão buscar viver sob outro ponto de vista. A Lei de Deus, expressa na doutrina de Jesus, Allan Kardec e outros mestres que vieram nos alertar para as necessidades do Espírito, nos dão conta de que fora da Caridade não há salvação para o homem. E por Caridade há que se entender o Amor em plenitude. Não o amor próprio, chaga que anima os orgulhosos e egoístas, mas o amor ao próximo, verdadeira bandeira da mensagem libertadora do Espírito. Realidades como a imortalidade da alma, a reencarnação e a lei de causa e efeito, trazem para o homem a certeza de que deverão lutar pelo bem comum, que deverão cumprir com seus deveres, quaisquer que sejam, visando o bem do outro, caso queiram encontrar a tão sonhada paz interior, neste e noutros mundos.
Sociedades, governos, nações e povos do mundo inteiro sofrerão terrivelmente as consequências de terem se guiado pelas leis nefastas do materialismo, que escravizou os homens ao longo dos séculos e que agora se exacerba com toda a sua pujança nas mentes intelectualizadas do homem moderno, em um mundo no qual o amor próprio e a exacerbação do ego ainda são tidos como qualidades essenciais para o ser realizar suas conquistas no campo terreno. Instituições sérias, públicas e privadas, são achincalhadas diariamente pela falta de compostura desse homem moderno, que sabe manipular tão bem as máquinas, mas não consegue conduzir sua própria vida em um caminho de equilíbrio. Um homem sensível aos avanços da tecnologia, mas insensível aos apelos da verdadeira Caridade.
Não há mais tempo para novas conquistas. Esgotou-se o tecido social, fragmentou-se a família, banalizou-se a moralidade. O clima é de confusão e espanto diante de tanta estultícia. Nada há a fazer a não ser ocupar-se em edificar o Espírito, única forma de vencer esta grave fase que se aproxima para todos nós. Quem tiver olhos de ver verá. Quem estiver ocupado em demasia com as coisas transitórias, perderá o bonde das coisas celestiais e poderá acordar em um mundo muito feio, no qual quem dará as ordens não mais será o vil metal, mas a luta mais básica pela sobrevivência.