quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nunca deixe de alertar

Um dos grandes desafios dos pais está na educação dos filhos, está no conviver com a imaturidade própria de cada idade e nos estágios próprios de crescimento intelecto-moral de nossa natural condição humana.
Cada idade tem seu desafio próprio e mesmo na maturidade estamos todos às voltas com dificuldades e permanentes aprendizados.
A condição de pai e mãe nos impõe, antes que um direito, o dever de alertar sobre os perigos a que estão expostos os filhos, nas diferentes situações de convivência. É verdade que todos somos individualidades, com vontades próprias e visões distintas. Mesmo assim, a experiência dos anos é fio condutor dos relacionamentos.
Parece-nos, pois, oportuno, lembrar que é sempre bom alertar. O alerta de hoje é bastão de segurança nos desafios que enfrentam.
Conheço um caso de uma garota que hoje afirma à mãe:
Obrigado, mãe, por ter me aberto os olhos, por ter insistido
em alertar-me. Se eu voltar ao mesmo comportamento, por favor me interne porque estarei desequilibrada.... Hoje enxergo o precipício a que estava me expondo.
É normal que os filhos não ouçam os pais até por uma questão de auto-afirmação. Muitas vezes por teimosia e na maioria das ocasiões pelo amadurecimento que ainda não veio. E já sabemos, até por experiência, que só vivendo mesmo para aprender devidamente.
Mas, na condição de pais e educadores, temos o dever de alertar.
Sem agressão, é claro. Mas temos que esclarecer, tentar abrir os olhos, para não sermos chamados no futuro de omissos ou relapsos.
A experiência de vida, o acúmulo dos anos que passam e os testes difíceis de cada desafio fornecem amadurecimento. Mas não temos o direito de impor, especialmente depois que atingiram a maioridade, embora tenhamos o dever de alertar.
Por isso, pai e mãe, nunca deixemos de alertar.
O alerta está na orientação, nos exemplos que podem ser trazidos, na convivência sadia que podemos construir e, claro, o melhor alerta está no comportamento que adotamos em nossa própria conduta pessoal. É o exemplo, mais que as palavras, que ficam. Somente eles convencem. E o exemplo exige disciplina, vigilância constante, dedicação ao esforço de exemplificar e ensinar.
Palavras vazias, sem exemplificação, caem no esquecimento. Palavras carregadas de sentimento, esculpidas no exemplo, essas sim ficam para sempre. E, embora, muitas vezes, pareçam estar no vazio, são sementes que um dia frutificarão, ainda que à custa de decepções e sofrimentos.
Não somos pais por acaso. Nossos filhos nos foram entregues para que os orientemos na vida. Para que os conduzamos através de exemplos e de condutas éticas, dignas.
O compromisso educacional dos pais é gigantesco. É verdade também que muitas vezes nos falta também a maturidade e que igualmente nos vemos desafiados sem saber que rumo tomar, até por inexperiência. É verdade corrente que não somos exemplos, nem possuímos virtudes extraordinárias, pois estamos todos em permanentes aprendizados – o que nos leva à situação de que muitas vezes realmente não sabemos como agir.
Isso, todavia, não nos isenta da função de educar, encaminhar, exemplificar, o que, naturalmente, exige o esforço do aprendizado em nós mesmos.
Desafio tremendo, não é mesmo?!
Mas isso não é sinônimo de pessimismo. Antes é estimulo de crescimento.
Olhemos, pois, os filhos como pérolas emprestadas a quem devemos cuidar e guardar com todo carinho. E isso sem sufocá-los, sem tentar que sejam como nós mesmos e ao mesmo tempo, com o dever de ajudá-los a vencerem igualmente os naturais desafios da vida humana. Tarefa árdua, mas altamente compensadora.

Os que têm o dom da palavra, falem, façam palestras públicas, conferências; os que têm o de escrever escrevam; e os que não podem coordenar idéias, copiem escritos doutrinários insertos nas obras espíritas e leiam por ocasião das reuniões, que devem ser em dias determinados e de portas abertas, com entrada franca.
CAIRBAR SCHUTEL

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