quinta-feira, 7 de março de 2013

ESPÍRITO EM RECUPERAÇÃO

“Venho a esta casa, trazida pelos instrutores deste trabalho, para falar de minha experiência. Habito colônia transitória próxima a esta cidade, de nome Maria de Nazaré, e encontro-me em situação de razoável entendimento, podendo já falar de forma mais clara sobre este lado da vida.
Como sabem, desencarnei de forma súbita, de enfermidade que minava silenciosamente meu organismo físico sem que eu o soubesse. Tive uma vida de muita dificuldade no campo material, que me foi dada como expiação de meus débitos e isto me forçou a trabalhar além de minhas forças para suprir necessidades que considerava imprescindíveis para minha família.
Tinha minha fé católica que, embora não me dedicasse com afinco, me sustentava em momentos de desespero. Tive muitos momentos de solidão e meus problemas íntimos me atormentavam enormemente, não sabendo eu que também se tratava de prova no campo da afetividade.
Por muito tempo quis entender o que acontecia comigo por não encontrar jamais a felicidade. Porém desisti de buscar essa forma de satisfação e mergulhei com todas as minhas forças na assistência à minha família. Infelizmente pouco podia fazer por eles, pois a parte material era insuficiente para dar-lhes a educação mais adequada. Além disso, tratavam-se de Espíritos com pouco esforço no campo das melhorias íntimas.
Nasci em família muito simples, porém de valores bons, com um pai de bondoso coração e mãe amorosa e paciente, embora não exteriorizasse seus sentimentos de amor e afeto. Amei-os e amo-os muito, pois o afeto verdadeiro não se extingue com a morte, ao contrário, quando bem cultivado aumenta e se perpetua em nossos corações.
Naquele dia senti que algo estranho aconteceria. Havia tido sonhos com pessoas de minha família, que muito amava, e acordei angustiada com a experiência. O cansaço do corpo pedia-me que permanecesse na cama, mas a responsabilidade me chamava ao dever. Quase não tive tempo de raciocinar. Quando a dor lancinante me jogou ao chão, vi apenas que pessoas se aproximavam de mim e até então pensava serem encarnados. Levaram-se para local apropriado e eu sem muita consciência do que se passava, achava encontrar-me no mesmo hospital onde havia ocorrido o fato. 
Não vi meu funeral, nem o desespero dos meus entes queridos, por misericórdia do Alto. Só algum tempo depois vim a saber da dor de minha mãe e do silencioso sofrimento do meu pai. Tive a permissão de visitá-los uma vez e ainda sofri muito ao vê-los tão dissociados um do outro e tão longe ainda da compreensão dos mecanismos que a vida têm para direcionar-nos ao equilíbrio.
Hoje ainda me encontro um pouco frágil, no que diz respeito ao que necessito para desempenhar trabalho útil dentro da colônia, mas já faço pequenos serviços com a equipe responsável pelo meu grupo de trabalho.
Temos aulas de esclarecimento sobre as verdades divinas e estamos aprendendo a servir pelo simples prazer de servir. Já posso acompanhar meus instrutores às zonas de sofrimento para resgatar irmãos, de vez em quando. Mas isso ainda me impressiona, o que impede que eu vá mais vezes a esse trabalho. Lá, nas zonas de sofrimento, que tem a denominação de umbral no meio espírita, podemos ver como os homens conseguem inutilizar suas encarnações, dedicando-se aos vícios e prazeres do mundo. Somos levados de vez em quando para aprendizado e também para auxílio de alguns necessitados com preces e vibrações de paz.
Fico muito feliz em poder escrever um pouco e trazer deste mundo notícias que não são novidades, mas que farão enorme bem aos meus entes queridos. Peço a Deus que me permita vir aqui mais vezes. Fico grata ao irmão instrutor pela ajuda recebida e que esta casa continue a espalhar a luz entre os homens”. - Marise Lemos Martins

Mensagem mediúnica
Classificação: Depoimentos
Data: 19.01.98
Espírito: Marise Lemos Martins
SEEAK

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