sexta-feira, 18 de novembro de 2011

AIDS E REDENÇÃO

Caros irmãos. Sou um dos que foram atendidos nesta casa de caridade, em situação bastante constrangedora. Vivi minha última vida na carne envolvido com minhas paixões, sem ter nenhum tempo para dedicar-me às coisas de Deus. Professava uma religião de aparências, pois seguia os rituais mais populares, como todos os de minha classe social, e ajudava a igreja com os meus recursos materiais achando que, com isso, estava quites com Deus.
Tive grandes oportunidades de crescimento espiritual, pois fui criado em ambiente religioso desde pequeno. Fui preparado para a vida em um seminário católico, pois meus pais, com medo de minha tendências sexuais, logo cedo colocaram-me sob a proteção da igreja, querendo proteger-me do que consideravam inspiração do mal. Passei 17 anos de minha vida nesse ambiente. Meus conhecimentos de teologia, história da humanidade e filosofia, adquiridos lá, deram-me passaporte para ingressar no seleto mundo da intelectualidade com muita facilidade. Após descobrir que não tinha nenhuma tendência para o messianato da Igreja, ingressei numa universidade já aos 25 anos de idade, enterrando de vez os sonhos de meus pais de me ver na carreira eclesiástica.
Após anos de estudo e dedicação, porém, deixei-me envolver pela vaidade do conhecimento do mundo e mergulhei com todo o meu ser em vida de paixões, estimulado que fui por pessoas de mesma condição espiritual que eu. Grande amante das artes e da filosofia, logo encontrei grupo seleto de pessoas que se compraziam nos saraus de literatura, regado a muito vinho e sexo promíscuo. Deixei que minha condição sexual aflorasse totalmente, pois por muito tempo mantive-me escondido para não escandalizar a sociedade e a família.
Após encontrar alguns antigos colegas do seminário, com quem me divertia e descobria o sexo na mocidade, formamos um grupo de seres desencontrados e infelizes, vivendo uma vida de prazeres e paixões mundanas. Na ocasião achávamos que aquela era uma boa forma de viver a vida, única que Deus nos havia dado, conforme houvéramos aprendido. Depois de uma vida de sandices, retornei ao mundo espiritual em deplorável condição, com meu psiquismo completamente alterado. Logo tive que reencarnar para que pudesse me livrar de tão tormentoso passado.
Nasci novamente, em ambiente pobre e tive muita dificuldade em conseguir escola e instrução. Porém, por conta do meu intelecto desenvolvido, formei-me professor e dediquei minha vida aos pobres como eu, em escola de periferia de uma cidade grande deste nosso país. Cedo encontrei a Doutrina Espírita e com ela minha grande e definitiva libertação. Porém, irmãos, tive a grande tristeza de conviver com grupos nos quais imperavam a inveja, o melindre e o amor próprio, fazendo com que muitos não conseguissem enxergar seus problemas e verdadeira condição espiritual.
Nunca tive nenhuma atração pelo sexo oposto e isso me incomodava enormemente. Busquei explicação com os instrutores das casas espíritas que freqüentei e logo percebi que havia tido experiências muito graves na sexualidade, tempos atrás. Encontrei uma pessoa que pôde me ajudar a superar o problema e dediquei minha breve vida a cuidar dos pobres e necessitados como eu. Um dia descobri que contraíra estranha doença que só mais tarde, após muito sofrimento nos hospitais, vim a saber tratar-se da Aids. Havia contraído em transfusão de sangue contaminado por ocasião de um acidente automobilístico, 5 anos antes. Sofri grande humilhação, pois os médicos e toda a minha família estavam convencidos de que eu contraíra a moléstia em contato sexual com outro homem doente, pois a doença ainda em seu início tinha o estigma de ser o mal dos homossexuais.
Desencarnei em pouco tempo e hoje agradeço por isso. Porém, meus pais jamais me perdoaram o que consideraram uma grande traição. Deus sabe os caminhos que temos que percorrer. Aquela doença, o estigma e a humilhação sofrida, juntando com as dificuldades materiais, foram a minha redenção. A Doutrina Espírita trouxe-me a compreensão das coisas e hoje trabalho muito para retornar em breve tempo em melhor condição para servir na Seara do Senhor, em qualquer frente de trabalho no Bem. Agradeço pela ajuda recebida após tantos anos nas zonas de sofrimento e peço a Deus todos os dias em minhas preces que abra os olhos dos cegos que não querem ver para que possam aproveitar suas oportunidades em vida. Paz a todos”. – Antonio Carlos.

Mensagem mediúnica
Classificação: Espíritos familiares
Espírito: Antonio Carlos
SEEAK
Data: 10.04.01

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