quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

OITENTA POR CENTO HONESTO

A imprensa brasileira notificou nos últimos dias, que o programa de inutilidades do apresentador Carlos Ratinho Massa, do Sistema Brasileiro de Televisão - SBT, vende gato por lebre. Ficou comprovado a fraude em mais de uma centena de "casos". Ele, para se defender, saiu-se com a seguinte pérola: "Dos 1.500 casos que já apresentei em meu programa, uns 150 devem ter sido falsos, o que significa que ainda tenho 90% de credibilidade". Ou seja, pela lógica vesga do sujeito, não há nada demais em se mentir 10 ou 20%. Melhor, pelo seu raciocínio, ainda se pode ter muita credibilidade, ainda que tenhamos sido apanhados "com a boca na botija", como se diz popularmente. Isso nos faz lembrar um ex-governador de nosso estado (Maranhão), em tempos idos, que quando foram demonstradas as falcatruas de seu governo, também se saiu com semelhante defesa. Afirmou que tinha sido 80% honesto.
Bem, o leitor deve estar perguntando o que temos nós a ver com isso. Diremos que casos como esses nos preocupam sobremaneira, pois demonstram a quantas anda a situação de descontrole moral existente na sociedade. No caso do programa de televisão, o mais grave é que apesar de ter sido constatado a grosseira fraude, o provável é que isso não modifique os índices de audiência do programa. A maioria de seus telespectadores, sequer lê jornal. No caso do ex-governador, ele acaba de ser eleito para cargo de grande importância na nação. Ou seja, para a sociedade brasileira pouco importa se os homens são de bem ou não.
Parece que as pessoas deixaram de dar importância aos valores do caráter. Importam-se pouco com as consequências dos atos, desde que tragam alguma espécie de prazer. E o prazer mórbido em ver os sofrimentos alheios é algo que mereceria um estudo mais aprofundado pelas ciências do comportamento, pois denota um estado patológico da alma. O programa permanecerá nos mesmos patamares de audiência justamente pela razão que faz dele, e de todos os de sua categoria, o mais abjeto dos que já foram apresentados. O povo adora.
Deixando de lado os aspectos nada éticos dos programas que vendem a desgraça alheia, voltemos para o cerne da questão: a miséria moral da humanidade. É fato patente que estamos vivendo tempos de muitas dificuldades. Não se pode negar que fica cada vez mais difícil lidar com as questões rotineiras da vida, sem se deparar com situações que nos levam a meditar se aquilo está correto ou não. As pessoas acostumaram-se conviver com o erro de tal forma que ouve-se frequentemente declarações as mais estapafúrdias, vindas de quem teoricamente teria que exemplificar mais e melhor, por serem homens públicos, portanto, formadores de opinião.
O ser humano está carente de valores verdadeiros. Seus heróis são todos homens comuns, sem compromisso com as verdades, sem condições morais para exemplificar. Os poucos existentes são ligados às práticas cristãs, o que demonstra que os filhos de Deus não conseguem caminhar sem a muleta do rótulo religioso a lhe direcionar os passos.
Os homens públicos, políticos ou não, contentam-se com a postura do "agradar pelo agradar", sem compromisso com a causa pública, ou com a formação de valores mais sólidos no caráter dos jovens da comunidade. E os jovens vão se formando com a ideia torta de que se pode ser mais ou menos honesto, mais ou menos fiel, mais ou menos sério.
Jesus trouxe até nós um código moral que nos ensina a forma que devemos agir para que não se cometa tantos enganos, mas quem se importa com isso? Lá Ele diz: seja seu falar sim sim, não não. Ou seja, a sua doutrina não comporta meias-verdades. Ou somos, ou não somos. No Movimento Espírita, infelizmente, existe essa mentalidade de que se pode ser mais ou menos tudo. E vamos por aí, realizando o trabalho pela metade, tratando as obsessões também pela metade, e dizendo as coisas de forma velada, pela metade, sem coragem para assumir opiniões, pois acham que se pode ser mais ou menos sinceros. E viva a hipocrisia!
Se os seguidores de Jesus soubessem a seriedade de sua doutrina, teriam mais cuidado com ações, pensamentos e condutas. Só quem não compreende a que Ele veio é que pode contentar-se com um estado superficial de prática doutrinária. O Mestre quer a reforma da humanidade, a iluminação da criatura que pensa, quer transformar o homem comum em algo especial, para que se possa varrer da face da Terra, cenas grotescas da miséria, bem como aqueles que se comprazem em assisti-las. Banir essas anormalidades do planeta é uma das metas do programa de transformação pelo qual passará o orbe em breve. Depois disso, não mais encontraremos cristãos pela metade, pois todo o homem será luz, conforme nos promete o Senhor em seu Evangelho.
Texto publicado no site em 30/10/98
 OBS.: VOCÊ ACREDITA QUE HOJE ESTÁ MELHOR DO QUE EM 1998??????
             PENSE NISSO!!!!!!!!!!!!!!

VANDA SIMÕES

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