quinta-feira, 9 de agosto de 2012


TRAÇOS BIOGRÁFICOS

A aldeia se situa no sul da França, quase na divisa com a Espanha. Chama-se Pouy e a família leva o sobrenome De Paulo. Vicente é o terceiro entre os seis filhos do casal João de Paulo e Bertranda de Moras. O ano é 1581. Vicente é encarregado de levar o rebanho a pastar e seu olhar se perde na contemplação da natureza. Cedo nele se manifestam a inteligência aguda, o olhar observador, o espírito vivo, o coração generoso e sincera devoção a Maria, o que motiva seus pais a encaminhá-lo aos estudos eclesiásticos, ordenando-se sacerdote aos 19 anos. Para poder frequentar os estudos, o jovem estudante dá aulas particulares
No ano 1610, a rainha Margarida, ex-esposa do rei Henrique IV, admite Vicente entre seus esmoleres, ou seja, encarrega-o de distribuir as esmolas. Afetuoso, visita os doentes, abranda as desavenças, dissipa as dúvidas, instrui na fé os empregados e a todos presta incontáveis serviços.
Contudo, Vicente vive no mundo dos grandes e dos ricos. Esmoler da rainha Margarida e protegido da senhora De Gondi, até o dia que opta por se dedicar à instrução e ao serviço dos camponeses, sendo-lhe designada a paróquia de Châtillon, uma das mais problemáticas e desleixadas da região.
Num domingo, ele recebe as notícias de uma família miserável que está a morrer. Estão todos doentes. Instados pelo seu sermão, os paroquianos se dirigem à casa da família e prestam auxílio. O cérebro de Vicente fervilha:
"Eis aqui uma grande caridade," pensa, "mas está mal organizada." Idealiza, portanto, a criação de uma Associação, e, no dia 20 de agosto de 1617, com sua iniciativa nasce uma associação de mulheres, com o objetivo de visitar, alimentar e prestar aos enfermos todos os cuidados indispensáveis: a Confraria da Caridade. As pessoas que a compõem chamam-se ―Servas dos Pobres ou Damas da Caridade‖. Em 1620, Vicente institui a ―Caridade dos Homens‖. As mulheres se dedicam aos doentes, os homens devem se dedicar aos velhos, viúvas, órfãos e prisioneiros. Homem de visão, Vicente de Paulo orienta as Confrarias, incentivando a organização de cooperativas agrícolas, ensinando novos métodos de cultivo da terra, implantando, nas cidades pequenas manufaturas para produzirem objetos de uso na região e, finalmente, criando centros de aprendizagem onde as crianças indigentes possam receber educação cristã e aprender uma profissão, a fim de tirá-las à miséria. Tendo estabelecido diretrizes à assistência aos camponeses, um novo campo se lhe abre. Ele é convidado a trabalhar junto aos condenados às galés. São criminosos e delinquentes, que vivem amontoados em calabouços infectos, acorrentados pelo pescoço e pelos pés, cheios de vermes, revolta e desesperança.
Como poderia Vicente lhes falar das coisas espirituais? Necessário é lhes melhorar as condições, pois apodrecem vivos. O alimento é pão preto, a água é semi poluída e os golpes de chicote são constantes. Interfere Vicente junto ao general das galeras, Manuel de Gondi e consegue realizar sensíveis mudanças. Oferece-lhes cuidados corporais, distribui alimento entre eles, consola-os, fala-lhes de Cristo e do Evangelho, chama-os de "meus filhinhos". Vicente ama. Por isso, mostra-se incansável na descoberta das misérias humanas de ordem material e espiritual, estendendo socorro pessoalmente ou enviando as Damas da Caridade a hospitais, prisões, asilos, escolas e às ruas. (...)
Vicente é mestre na arte de conquistar corações. Consegue apoio de muitos nobres e ricos para atender os seus pobres. (...) Desde os 35 anos de idade, Vicente conhece o trabalho da doença em sua própria carne. As pernas e pés incham. Chegará um tempo, 1645, em que já sente dificuldade para se manter a cavalo, para a realização das suas viagens. (...)
Aos 74 anos necessita ficar encerrado por longos dias em seu quarto, enquanto a febre se instala em seu corpo. Com dificuldade e o auxílio de uma bengala, consegue dar alguns passos. Contudo, dotado de indomável energia, ele profere palestra, todas as manhãs aos seus discípulos, demonstrando serenidade e lucidez, apesar das dores atrozes que o atormentam.
Diante da morte iminente, brinca: "Em breve enterrarão o miserável corpo deste velho e se transformará em cinzas e o pisarão com os pés."
Então, em 27 de setembro de 1660, antes que o sol se levante, sentado numa poltrona, perto do fogo, Vicente desencarna. Essa figura ímpar está presente em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns .

VICENTE DE PAULO
Fonte: site www.caminhosluz.com.br/biografias/espiritosdacodificacao

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