ALCOOLISMO
Recentemente noticiou-se que numa cidade do Nordeste houve uma intoxicação coletiva pela ingestão de um aguardente largamente consumido na região, que teve sua fabricação adulterada com a mistura de metanol, atingindo grande número de pessoas, havendo inclusive mortes.
Com a divulgação da notícia formou-se um enorme fila no pronto socorro da cidade, para tomar a medicação necessária, evitando assim os danos da intoxicação. O que chamou a atenção é que entre os consumidores havia grande número de crianças e adolescentes que, pasmem, teriam tomado a bebida incentivado pelos pais ou parentes.
As notícias de que aumenta no mundo,
especialmente em nosso país, o índice de dependentres do álcool são constantes,
principalmente entre os jovens. Segundo pesquisas publicadas nos jornais, 60%
de meninas e 40% de meninos entre 10 e 12 anos já experimentaram bebidas
alcoólicas. Uma vez que a legislação proíbe a venda a menores, podemos concluir
que estas crianças estão consumindo o álcool com a conivência e, muitas vezes,
até com o incentivo dos adultos.
No Brasil o álcool é responsável por
cerca de 50% dos acidentes de trânsito e por mais de 90% das internações
hospitalares por dependência, além de aparecer em cerca de 70% dos laudos de
morte violenta. Também é responsável por uma grande porcentagem de acidentes de
trabalho, bem como pela perda do emprego em função do vício. Além disso o
consumo de bebida alcoólica é responsável pela maioria dos casos de violência
doméstica contra mulheres e crianças, além de introduzir o jovem no consumo de
drogas mais pesadas como maconha, crack, cocaína etc.
Apesar de todos estes dados, a bebida
é uma droga legal que, além de não ser combatida pelas autoridades, é
largamente incentivada através das maciças campanhas de marketing. Na verdade
ao lado do fumo, a bebida é uma das maiores fontes de arrecadação do governo,
razão pela qual é feito vista grossa à suas consequências, o que demonstra não
só irresponsabilidade como incoerência, já que o sistema público de saúde,
falido diga-se de passagem, gasta uma fortuna incalculável no tratamento de
seus males.
Via de regra os alcoólicos iniciam no
vício pela cervejinha na praia, no final de expediente no barzinho da esquina
ou no "chope gelado só prá distrair" como diz a cantiga popular.
Normalmente não param no primeiro copo, vão aumentando a dose paulatinamente e
em pouco tempo já estão consumindo bebidas mais fortes, tornando-se seus
dependentes. Dificilmente admitem que sejam dependentes e alardeiam poder parar
quando quiserem, só que nunca querem. É comum o alcoolismo estar associado à
depressão, cujos sintomas são a tristeza e a perda do interesse pelas coisas
comuns da vida, caminho fácil para o consumo da bebida visando o esquecimento
dos males que, por fim, mais males irá trazer.
No meio espírita quando se combate o
uso do cigarro e da bebida, muitos discordam achando ser um exagero,
"coisa de fanáticos crentes". Acham que não tem nada de mais beber
socialmente e fumar um cigarrinho. Quando muito alegam serem vícios da matéria,
nada tendo a ver com o Espírito. Ouvir estes argumentos de pessoas que nenhum
conhecimento têm da reencarnação e da pré-existência do Espírito é até
compreensível, porém quando eles vêm de pessoas que se dizem conhecedoras dos
postulados básicos da Doutrina Espírita é desanimador.
Sabemos que tivemos inúmeras
existências na matéria e ao analisar a história do nosso mundo e sua situação
presente, verificamos que coisa boa não fomos e que ainda estamos engatinhando
em nossa caminhada evolutiva. Assim sendo, trazemos inúmeras tendências de
vidas passadas, a maioria ainda negativas e umas poucas positivas. Importante,
portanto, que se lute nesta vida para nos livrar dos vícios mais grosseiros,
pelo menos os mais visíveis, já que os mais sutis certamente se terá mais
dificuldades.
Texto publicado no site em 12/03/99
Escreve: Delmo Martins Ramos
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