A DOENÇA E O REMÉDIO
Basta uma rápida olhada para os fatos do
cotidiano, que nos são mostrados nos telejornais e pela imprensa de forma
geral, para constatarmos que o nosso mundo está doente. Mais grave: doente em
estado terminal, está na UTI. Não, não é catastrofismo, senão vejamos:
Mal acabaram os horrores da guerra na Bósnia,
vemos repetirem-se os mesmos atos bárbaros no Timor Leste e outros focos de
tensão são formados constantemente nos mais diversos pontos do planeta. Não se
passa um breve espaço de tempo sequer em que não surja mais um conflito entre
duas nações ou grupos políticos disputando o poder, para a alegria da poderosa
indústria de armamentos.
As drogas estão cada vez mais presentes em
todas as sociedades do planeta. Os cartéis movimentam verdadeiras fortunas,
maiores até do que a economia de muitos países. Seu poder de influência nos
meios políticos, são cada vez maiores. Nos países mais pobres os traficantes
fazem as vezes do poder público e mantém a população como seus reféns. Ainda há
poucos dias noticiou-se que as quadrilhas em sua luta contra a lei utilizam-se
das crianças das favelas do Rio de Janeiro como verdadeiros escudos humanos.
As grandes cidades, especialmente em nosso
país, vivem numa verdadeira guerra civil. Chacinas diárias são noticiadas e no
confronto com a polícia os marginais utilizam armamentos pesados e entre os
dois fogos ficam os populares sem saber o que fazer. Assaltos, estupros, queima
de arquivo, acerto de contas entre quadrilhas, suicídios, crimes familiares,
enfim, todo tipo de violência são noticiados diariamente. Esta situação vai-se
generalizando para as cidades menores e mais distantes dos grandes centros.
Na área moral não é diferente. Corrupção,
falcatruas, conluios, favorecimentos pessoais freqüentam os noticiários
políticos por falta de espaço nas páginas policiais. Na televisão, um dos
poucos meios de lazer do povo mais simples, o que se vê são programas
apelativos, popularescos, exploração da miséria humana etc. As novelas num
supremo esforço em manter audiência apelam para o sexo quase explícito,
independente de horário.
Poderíamos incluir aqui muito mais desatinos e
situações que mostram que o diagnóstico é este mesmo: nosso mundo está doente,
agonizando! O mal que atinge o mundo é visível, de fácil comprovação. Resta ao
homem buscar o remédio, mas para isto é preciso descobrir as causas da doença.
A causa principal de todos os males do homem
está na ignorância. Apesar da humanidade estar em grande avanço intelectual,
ainda assim continua na ignorância. De que adianta ter os conhecimentos das
ciências que proporcionam grande avanço intelectual, se o homem não compreende
sequer quem é, de onde vem, para onde vai e por que está aqui?
Por ignorar ainda estas questões é que busca
com sofreguidão os prazeres e os bens materiais. Sem compreender que é um
Espírito imortal e que aqui se encontra apenas de passagem, não se preocupa em
amealhar os bens que verdadeiramente vão lhe trazer proveito no futuro. Nesta
busca da felicidade pessoal acaba se embrenhando nos caminhos do egoísmo,
vaidade, orgulho e tantos outros vícios morais que o adoece cada vez mais.
A causa maior está identificada. No entanto,
não pode o homem alegar a inocência dos ignorantes. Primeiramente porque a
própria lei humana diz que ninguém está isento do cumprimento das leis por
desconhecê-las. É obrigação do cidadão conhecer as leis que disciplinam sua
sociedade. Se na lei humana, que é uma cópia imperfeita das leis divinas, é
assim, que dirá da Lei maior.
Como sabemos, desde os tempos primitivos o
homem tem recebido ensinamentos dos mensageiros divinos a lhe falar das leis
morais divinas, primeiramente de forma rudimentar, posteriormente de forma
clara e precisa. Aí está o decálogo que, apesar de estar com o homem há cerca
de 3.500 anos, ainda não é praticado. Não deve, pois, a humanidade alegar
ignorância destas leis.
Resta à humanidade buscar o remédio para os
seus males. Só as verdades contidas nos ensinamentos divinos é que libertarão o
homem da terrível doença que o aflige. Mas, poderá questionar o leitor, este
tal remédio já não está com homem há tanto tempo? Por incrível que pareça ele
já está conosco, de forma definitiva, há cerca de 2 mil anos, no entanto é tido
por muitos apenas como ficção de fanáticos ou estórias infantis. As próprias
religiões, que deveriam esclarecer o homem na prática destes ensinamentos,
acabaram por se desviar dos princípios cristãos, ensinados por Jesus.
Até no nosso combalido Movimento Espírita
existem seguimentos que crêem ser esta mensagem ultrapassada e que serve apenas
aos simplórios. É inacreditável que os que detém nas mãos esta Doutrina
esclarecedora, consoladora e libertadora, pensem desta forma. Mais uma vez
vemos a ignorância impedir que se raciocine com lucidez e bom senso, apesar
daqueles que assim pensam, fazerem parte dos grupos intelectualizados. Também
não é de se admirar que assim seja, afinal intelecto desenvolvido não é
sinônimo de sabedoria, como já dizia Jesus: "Bem aventurados os simples".
O mundo está doente. O remédio são os
ensinamentos cristãos. Para nos prescrever este remédio com clareza temos a
Doutrina Espírita, portanto, nem tudo está perdido. Como diz um ditado popular,
para todo mal, há cura.
É preciso pois, que num primeiro momento
busquemos a cura pessoal, para que então possamos contribuir para a recuperação
do mundo em que vivemos e assim o tiremos da UTI em que se encontra neste
momento. Enquanto não forem tomadas estas providências, o estado do mundo se
agrava e com isto mais dores e sofrimentos virão.
Texto publicado no site em 08/10/99 (leia com atenção, pense e reflita se você
concorda ou não)
Delmo Martins Ramos
FONTE: GEBEM
FONTE: GEBEM
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