O VÍCIO
DO JOGO
Pode nos dizer algo sobre sua vida?
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Perguntem e responderei o que for útil e o que me for permitido.
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Nesta cidade.
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Fui um viciado. Destruí minha vida por causa disso.
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Cartas.
Você se considerava um doente da alma?
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Nunca me considerei e jamais atendi aos apelos de meus
familiares para parar com o hábito.
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Quando criança, via meu pai envolvido com esse entretenimento
que depois se tornou também uma doença para ele. Quando me vi adulto, depois de
cuidar de minha vida profissional, dediquei-me ao jogo de cartas.
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Sim, jogava, mas apostava pequenas quantias com os amigos,
apenas por brincadeira. Só quando tive mais sustentação financeira e
profissional o vício se manifestou com toda a sua força.
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Jogava por toda a noite com amigos, inicialmente por prazer,
depois por necessidade.
Necessidade de quê?
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De recuperar o dinheiro gasto e também para aplacar uma febre
irresistível que toma conta do ser. Aquilo passa a ser uma necessidade que
alimenta a alma do viciado. É como as drogas que, se não ingeridas, causam
alterações psíquicas no indivíduo.
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Comecei aos 17 anos, por brincadeira. Depois, a partir dos
30anos, comecei a encarar com seriedade, tendo que reservar quantias para
bancar as apostas.
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Sim, muito prazer, mas depois de muito tempo passou a ser para
mim um tormento quando estava afastado da mesa do jogo. Sonhava com a chegada
da noite para encontrar-me com os meus amigos. Até que chegou a aposentadoria e
pude me dedicar dia e noite ao vício, sem descanso.
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Sim, por todo o tempo, só parando para fazer as refeições e
necessidades, além de breve e atormentado descanso.
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Sim, mas perdia muito também. Quanto mais perdia mais jogava,
até que pus a perder todo o meu patrimônio familiar, conseguido com anos de
trabalho e também com o dinheiro do jogo. Foi terrível.
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Não saí. Adquiri enfermidade que me levou ao hospital e de lá ao
mundo dos Espíritos.
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Deixei na penúria material.
Como foi sua chegada ao mundo espiritual?
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Não posso relatar, pois me faltam as palavras. Mas encontrei
aqui entidades que alimentam essa enfermidade nas almas dos invigilantes como
eu. Espíritos que, escravos do vício, escravizam os encarnados que iniciam suas
práticas despretensiosamente.
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Não. Faz um bom tempo que aqui cheguei, mas meu estado psíquico
era dos piores. Demorei muito em situação de letargia depois que fui recolhido
pelos benfeitores. Ainda tenho muito a caminhar.
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Ensinaram-me aqui que o Bem não tem duas faces, e que uma árvore
não pode dar frutos bons e maus ao mesmo tempo. O jogo é pernicioso ao
crescimento das criaturas em todas as situações. Quisera eu ter condições de
ajudar os irmãos, que ainda estão iniciando nesse caminho, a conscientizá-los
dos malefícios causados por essa moléstia tão amplamente estimulada na
sociedade terrena atualmente. O jogo escraviza o homem tal qual as drogas,
contra as quais combatem com energia. O jogo de qualquer natureza é um mal,
tanto para quem faz uso como para quem promove. Não podem imaginar o que
envolve os ambientes de jogo. Falo do aspecto espiritual. Verdadeiros vampiros associam-se
aos incautos e quanto mais se apaixonam pelo jogo, mais necessidade passam a
ter dele. É prazer e sofrimento ao mesmo tempo. Escravidão e dolo. Afastem-se,
caros irmãos, desse câncer que corrói seu ambiente. E não permitam que seus
filhos façam uso dessa prática nem por divertimento, mesmo que venha com a capa
da caridade e beneficência. Jesus abençoe a todos vocês”. – Um ex-viciado no
jogo (auxiliado pelo Instrutor).
Classificação: Evocação
Data: 19.10.99
Espírito:
Um ex-viciado no jogo
SEEAK
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