EM NOME DE DEUS E COM AS BENÇÃOS DO DIABO
Membro da ABRH: Associação Brasileira de Recursos
Humanos, Orientador de Gestão de Negócios e Empreendedorismo no Senac,
professor de Filosofia Cooperativista e Ética nos Negócios, professor de Business
English for Executives. Consultor de qualidade Humana como suporte à
implantação de ISO 9000-2000.
Especializações:Diretor de Marketing da Qualyhumana.
Especializações:Diretor de Marketing da Qualyhumana.
Nesse final de século,
apesar do estupendo avanço da Ciência em todos os campos do saber humano, o que
se vê alastrar de forma assustadora é o misticismo espúrio e toda sorte de
engodo religioso, que, usando em vão o nome de Deus, enredam pobres e ricos,
grandes e pequenos no labirinto de estranhos ensinamentos que misturam verdades
com mentiras – é aqui o verdadeiro perigo! -, sempre prometendo soluções
“sobrenaturais e mágicas” para esses que, em comum, têm a marca do sofrimento
físico ou emocional a tirar-lhes a genuína alegria de uma vida cheia de
encantamento.
Nesse cenário
apocalíptico, alguns empresários em sérias dificuldades, desempregados, donas
de casa, adolescentes e grande parcela de pessoas simples, anônimas, outros
talvez em busca de vida suntuosa e fácil; enfim, muitos têm sido seduzidos por
hábeis manipuladores de mentes e corações, tudo regado com palavras melífluas,
cujo teor da mensagem tem sido a bem-aventurança tanto na Terra como nos céus.
Ah, sim. Deus não raro é o fiador dessas parlapatices, sendo invocado e
obrigado a atender as criaturas, pois Deus, segundo alguns dizem, é obrigado a
cumprir o que prometeu. Pudera! Ninguém mandou Deus prometer tanto...
O problema maior nisso
tudo é que os mercadores da palavra de Deus, reconheça-se, são hábeis e
competentes. Pegam trechos bíblicos corretos, fazem uma interpretação isolada
do contexto, isto tudo carregado com paroxismo emocional encenado com
patacoadas teatrais, e pronto. Temos aqui a combinação pefeita da verdade
misturada com doutrina humana – às vezes doutrinas de demônios – e esses
sofismas soam aos ouvidos de muitos, principalmente dos sofredores, como música
de libertação...
No cipoal de seitas e
denominações esdrúxulas, muitas delas se auto-intitulando detentoras eclusivas
da verdade absoluta, devemos tomar cuidado com aquelas que se dizem cristãs –
seguidoras de Cristo -, porém, na prática, fazem exatamente o contrário de tudo
o que foi ensinado pelo Mestre dos mestres.
De modo geral, veja o
que a Bíblia de fato recomenda e compare com o procedimento atual dessas seitas
e denominações que pululam por aí. Tire suas prórias conclusões:
- A Bíblia diz
textualmente que Cristo é o Filho Unigênito de Deus (algumas seitas dizem que
Cristo foi apenas um filósofo).
- A Bíblia diz que o
dízimo e as ofertas devem ser dados com alegria e de forma ESPONTÂNEA SEM
CONSTRANGIMENTOS ( notem que várias seitas querem contribuição todos os dias,
fixam quantias mínimas de contribuição, obrigam os seguidores a serem
dizimistas – em certos casos com ameaças da terrível ira de Deus que se abaterá
contra os “infiéis” -, afirmando que, para todo aquele que contribuir, DEUS é
OBRIGADO a dar, no mínimo, o dobro).
- A Bíblia diz que a
salvação é gratuíta, fruto da Graça de Deus ( alguns “vendem até carnês da
salvação”...).
- Jesus NUNCA cobrou
nada por tudo quanto fez quando de sua passagem na Terra.
- Jesus NUNCA fez
marketing dos milagres que operou ( aliás, em alguns casos, recomendava com
ênfase que não dissesse nada a ninguém!).
- Jesus NUNCA prometeu
riquezas materiais aos seus seguidores (muito pelo contrário: recomendava que
se juntassem tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não podiam
danificar...).
- Jesus nunca se
vestiu com linho e seda de primeira classe (hoje seria roupa de grife) nem
possuiu qualquer bem material. Em determinada ocasião, para entrar em Jerusalém
tomou emprestado um jumentinho...
- Os primeiros
seguidores de Jesus, quando levantavam ofertas, era tão-somente para atender
aos órfãos, às viúvas, aos necessitados da época e não para montar templos
faraônicos.
- Paulo, o Apóstolo,
que dedicou sua vida à pregação do Evangelho aos gentios (não-Judeus),
trabalhava com suas próprias mãos para não “ser pesado” a ninguém.
- Atos cerimoniais
como batismos, casamentos, visitas a doentes e encarcerados não custava
absolutamente nada. Hoje, o infeliz paga para nascer, casar, morrer e até
“missa para encomendar a alma”.
- Antes, religião era
“religar-se com Deus”; hoje, religião virou “indústria”, onde tem gente
“vendendo terreninho no Paraíso em suaves prestações...”
- Jesus NUNCA proibiu
qualquer seguidor de pensar, duvidar, perguntar, discordar, refletir; enfim, de
exercer o livre-arbítrio na sua plenitude (hoje, ai de quem ousar questionar
quaisquer dogmas do status quo denominacional ! Corre o risco de ser tachado de
“herege” e receber a excomungação. Vade retro!
- Jesus sempre pregou
a transformação pessoal do indivíduo, seja ele rico ou pobre, culto ou inculto,
e NUNCA a luta armada contra as instituições estabelecidas (hoje, algumas
correntes religiosas não hesitam em pregar um Cristo indendiário, defensor das
“minorias oprimidas”, nem que para isto seja necessário explodir o Mundo...)
- Jesus pregava a
renúncia ao ego e aos bens materiais daqueles que pretendiam ser seus
seguidores (hoje, prega-se em muitas denominações um Cristo “barganheiro...)
- Jesus pregava uma
vida TAMBÉM de sofrimento aos seus seguidores (“Tome a sua cruz e siga-me...).
Hoje, inúmeras seita pregam “prosperidade total”, nenhum sofrimento e padrão de
vida “cor-de-rosa” para os que “aceitarem” Jesus...
- Por fim todo cuidado
é pouco nesses dias conturbados onde pululam “gurus” prometendo “mágicas” no
mundo empresarial e “iluminados” que se autodenominam porta-vozes de Deus, com
retórica apocalíptica e soluções para todos os males do físico e do espírito.
- Não se deixem
enganar. A Bíblia também afirma que o Diabo tem o poder de transformar-se em
“anjo de luz”. Não é à toa que o nome original do Tinhoso é Lúcifer...
Luiz Oliveira Rios
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