FENOMENOLOGIA ORGÂNICA E PSÍQUICA DA MEDIUNIDADE
Prof.(ª) Sérgio Felipe de Oliveira
sergiofelipe@uniespirito.com.br
Aula 1 -
25/01/2004
Introdução -
1º Parte
Tópico 1 » Os estados de transe ou fenômenos mediúnicos
Estudamos dentro deste tema - Fenomenologia Orgânica e Psíquica
da Mediunidade - os estados de transe ou fenômenos mediúnicos. Cremos que as
hipóteses levantadas aqui e as pesquisas já efetuadas ressaltam a importância
do tema no contexto da saúde e o colocam dentro de uma área mais ampla da
medicina, a da neuroanatomia funcional e transpessoal.
Sentimo-nos à vontade para abordá-lo porque o Código
Internacional de Doenças (CID) no. 10 (F 44.3) já reconhece os estados de
transe e possessão por espíritos; do mesmo modo que o Tratado de Psiquiatria de
Kaplan e Sadock, da Universidade de Nova York, no capítulo sobre Teorias da
Personalidade faz menção ao assunto; e Carl Gustav Jung, em sua primeira obra,
analisa o caso de uma médium, uma moça, "possuída" por um espírito,
no estudo que fez dos fenômenos ocultos. Aliás, esse termo - possessão por
espíritos - é usado pela Associação Americana de Psiquiatria, no DSM4 - Casos
Clínicos.
A moça estudada por Jung ficava possuída por espíritos e
apresentava crises, do tipo hístero-epileptiformes, ou seja, uma mistura de
histeria e epilepsia, uma alteração complexa de comportamento. Em sessão
mediúnica, ela manifestava a personalidade de um espírito conhecido, um
familiar dos assistentes. Após os ataques espirituais, apresentava fortes dores
de cabeça que eram amenizadas por um ritual desenvolvido por ela mesma, o do
autopasse, que a imantava de energia, através de movimentos dos braços.
Hahnemannn, o fundador da Homeopatia, usou esse termo - passe -
no Organon; Jung, também, em suas obras.
Os fenômenos mediúnicos são muito ricos, tanto podem aparecer na
forma de sintomas orgânicos e psíquicos, quanto de fenômenos ocultos ou
paranormais. Para enfocá-los, vamos partir do pensamento contemporâneo da
Ciência.
A primeira hipótese a ser estudada é a da existência do mundo
espiritual, a existência de dimensões ou Universos Paralelos
A Física atual tem apresentado várias teorias, na tentativa de
unificar todas as forças físicas conhecidas, uma delas é Teoria das Supercordas
que pressupõe a existência de 11 dimensões, também conhecidas como universos
paralelos, coincidindo com a revelação espírita sobre os vários planos da vida
espiritual.
De forma muito simplificada, podemos dizer que a Teoria das
Supercordas trabalha com a hipótese de que as partículas atômicas sejam como
cordas de energia; assim, se esquematizássemos um elétron, o veríamos como uma
corda, com uma vibração numa extremidade; se fosse um nêutron, seria a mesma
corda só que teria, por exemplo, uma vibração na posição intermediária, um
próton vibraria na outra extremidade. Assim, essas três partículas do átomo,
seriam cordas, carregariam a mesma estrutura, mas teriam vibrações diferentes.
Somente essas oscilações peculiares seriam responsáveis pela configuração
delas.
Dessa forma, consegue-se unificar tudo, chegar a uma partícula essencial,
que poderíamos chamar de supercorda simples.
Embora ainda não tenhamos uma comprovação final dessa teoria, é
interessante acompanharmos os seus estudos na compreensão do macrocosmo. Seriam
as super-cordas o fluído cósmico universal de Kardec?
Dizemos isso porque, para estudarmos a origem do universo,
precisamos pesquisar a fonte de onde vieram as partículas e subpartículas
atômicas, porque, afinal, tudo começou num ponto menor do que a cabeça de um
alfinete. Então, as formas e os padrões existentes no microcosmo seriam
reproduzidos no macrocosmo.
Será que o universo seria também uma grande corda de energia?
Vamos tentar utilizar essa idéia para a compreensão da forma do universo.
O mesmo acontece com o nosso espaço de três dimensões, como ele
é curvo, podemos dizer, então, que se curva para a quarta dimensão. E assim
sucessivamente. A quarta dimensão é um espaço que se chama espaço-tempo.
Mas o tempo também é curvo, por razões que não caberiam ser
discutidas aqui, então, sendo curvo ele se curva para a quinta dimensão e assim
sucessivamente, de forma que, para os cálculos complexos da Teoria das
Supercordas, chega-se a onze dimensões.
Seria, portanto, o mesmo tapete, imaginado, inicialmente,
curvado, um plano sobre outro.
É o mesmo universo, só que dobrado em várias dimensões, essas
seriam os universos paralelos, que corresponderiam aquilo que nós chamamos de
planos espirituais ou Espiritualidade. De sorte que estamos indagando o
seguinte: será que nesses universos paralelos, não haveria a continuidade da
vida? Se isto é possível, depois da terceira dimensão, onde nos encontramos,
deixamos o corpo físico e partimos para outra. Seria o fenômeno da morte,
seguido de um renascimento para uma nova vida.
O mesmo raciocínio é válido para a quarta, quinta, sexta e
demais dimensões, também chamadas de universos paralelos. Isto ocorre sempre,
se existe alguém em uma dimensão acima da nossa, ele pode nos ver, mas nós só
conseguiremos enxergá-lo, se sairmos do corpo, através do desdobramento ou
Experiência Fora do Corpo
(EFC ou OOBE), e adentrarmos o mundo em que ele está.
Muito bem, analisado esse conceito, é preciso estudar a
estrutura física que compõe as dimensões espirituais. Vejamos, então, algo
sobre a constituição da matéria.
A primeira questão é que a matéria, como nós a percebemos, como
a sentimos, é constituída de átomos, compostos, por sua vez, por prótons,
nêutrons e a eletrosfera ou a nuvem de elétrons. Então, toda a matéria tem, por
assim dizer, na sua superfície, uma quantidade de elétrons, que são partículas
de carga negativa.
Quando aproximamos dois corpos materiais, na verdade, estamos
juntando camadas de elétrons, isto é o mesmo que aproximar imãs da mesma
polaridade, o que provoca uma repulsão, porque a atração, como sabemos, só é
possível se houver pólos contrários. No caso da matéria, a sua camada
superficial é formada por elétrons, o que implica em repulsão e é esta que dá a
impressão tátil. O que nós sentimos, ao pegar um objeto, é a repulsão dos
elétrons.
Se fosse possível tocar a matéria, conforme se imagina no
senso-comum, então, essa camada de elétrons entraria em outra, de modo a
produzir uma verdadeira fusão atômica. E isso daria uma grande explosão. Assim,
um aperto de mão, um abraço, seria uma explosão que poderia, talvez, destruir o
mundo. Com isso se conclui que a matéria é intangível.
Outro fato interessante também é o seguinte: Para que um objeto
possa ser visto, há a necessidade de que ele esteja iluminado, desse modo, o
que enxergamos não é o objeto, mas a luz refletida nele. Então a matéria é
invisível, e também intangível.
Coisa curiosa, porque normalmente o materialista acredita na
matéria com consistência concreta, mas, na realidade, ela não o é.
Outro aspecto importante: é possível tocar-se uma pessoa
abraçá-la, beijá-la, e não se sentir nada. Ao mesmo tempo, há a possibilidade
de existir uma pessoa distante, que pode ser evocada, por uma lembrança, um
cheiro, um objeto qualquer, e a gente se emocionar. De uma forma poética,
podemos dizer que o que toca é o espírito, a alma, a matéria não, ela apenas
intermedeia a relação entre as pessoas e entre as pessoas e os objetos.
Outra questão também: o átomo. A maior parte dele é vazia. Quer
dizer, a essência da matéria é constituída de vácuo. E este significa ausência
absoluta de matéria.
Ocorre o seguinte, Einstein, através de cálculos matemáticos já
havia presumido que, no vácuo do átomo, teríamos uma energia denominada por ele
de energia flutuante quântica do vácuo.
Posteriormente, Paul Dirac, ganhador do Prêmio Nobel de Física,
trabalhou essa questão do vácuo atômico, afirmando que existe um mar de
partículas, subjacente a ele. Como entender esse mar de partículas? Elas
vibrariam numa velocidade infinita, tornando-se, então, invisíveis, como
acontece com as pás de um ventilador ou as hélices de um avião, que oscilam
muito rápido, e por isso não se consegue enxergá-las. Assim, as partículas com
vibração muito rápida tornam-se invisíveis aos sensores da nossa ciência, que
não tem tecnologia para detectá-las.
Temos, então, um mar invisível. O que acontece?
Quando uma partícula se choca com outra, vinda desse universo
subjacente ao vácuo, ela perde um tanto da sua velocidade, que fica semelhante
à da luz e aparece no vácuo. Isto, no entanto, é momentâneo, porque novamente
ela decai para o mar de partículas. É como se fosse uma pedra que se atira para
cima, vai até um certo ponto e, depois, volta.
Na verdade, a energia flutuante quântica do vácuo é representada
por partículas de matéria ou de antimatéria de velocidade, presumivelmente,
superior à da luz, que poderiam,eventualmente, aparecer no vácuo atômico, aos
nossos sensores, voltando, depois, a cair no mar de partículas.
Dessa forma, o vazio, a ausência de matéria não existiria.
Curiosamente, na Universidade de São Paulo, no Instituto de
Física, o Laboratório de Pesquisa de Hadrons vem se baseando na idéia de que o
vácuo, na verdade, é aonde existe a maior parte da estrutura da matéria,
subjacente a ele, existiria um universo de partículas que ainda não foi
avistado.
A respeito do trabalho dos cientistas há, no Brasil uma
interessante obra psicografada por Francisco Cândido Xavier, "Nos domínios
da mediunidade", que faz parte de uma coleção de catorze volumes, do tipo
romanceado, que trazem muitas revelações científicas e explicam a questão da
relação entre o mundo espiritual e o físico. Nesse livro, na sua introdução, o
Espírito Protetor do médium, Emmanuel, afirma que os cientistas materialistas
são também de Deus, porque, ao investigarem a estrutura da matéria, vão chegar
à conclusão de que ela não existe e perderão o objeto de sua própria convicção.
E não é isso o que está acontecendo, desde o advento da física
quântica?
Na verdade, o termo matéria precisa ser amplificado, porque ela
não é somente esse tipo que nós conseguimos apalpar, mas é também o que entra
na constituição desses universos paralelos ou planos espirituais, que seriam
dotados de outros dos seus padrões, que vibram em outra freqüência, em outra
dimensão. Assim, em tese, nas diversas dimensões, ela não deixaria de ter
consistência para os habitantes de cada uma delas.
Desse modo, o plano espiritual não seria constituído por figuras
virtuais ou fantasmas etéreos, mas por entidades de consistência física sólida,
com grande expressão de cores, formas, sons, compostos por outros padrões de
matéria desconhecidos ainda da nossa Ciência contemporânea, mas, já presumidos
pelos estudos da física teórica ou da física matemática.
Como traduzir tudo isso em equações? Nessa tentativa, é preciso
analisar a relação entre massa e energia
Se tomarmos a fórmula de Einstein, energia é diretamente
proporcional ao produto da massa pela velocidade da luz ao quadrado; dividido
por raiz quadrada de um menos a velocidade da partícula estudada, sobre a
velocidade da luz ao quadrado com a velocidade da partícula tendente a
velocidade da luz.
Essa equação de Einstein leva a uma partícula, que tem quase a
velocidade da luz, então essa fração V/C é quase um, um menos quase um, dá um
número muito pequeno, zero vírgula zero, zero, zero, zero, um. Produto da massa
pela velocidade da luz ao quadrado, dividido por zero,vírgula, zero, zero,
zero, zero, zero, zero, zero, zero, um vai dar numa energia elevada, detectável
pelos nossos aparelhos, essa equação, ela vai retratar todo o nosso universo
biológico, material biológico, a nossa biosfera, então, responderia a essa
equação, o corpo físico, ou melhor, biológico e também o nosso duplo etérico.
O que é o duplo etérico?
São todas as radiações físicas do nosso corpo, por exemplo, a elétrica.
Se fazemos um eletrocardiograma, detectamos a radiação do coração; um
eletroencefalograma a do cérebro. Podemos também detectar a radiação magnética,
através da ressonância nuclear magnética de nosso corpo, transformada em
imagem. Quer dizer, o nosso corpo, tem uma radiação eletromagnética, assim como
a radiação de calor, todas elas pertenceriam ao corpo orgânico, a partir do
duplo etérico.
Com a morte do corpo biológico, este corpo sutil também perece.
A equação de Einstein responderia pelos fenômenos biofísicos que
ocorrem no corpo biológico e no duplo etérico. Essa equação é de função
quadrática, sendo assim ela fornece duas respostas : a outra seria representada
por uma outra equação, que seria a seguinte:A energia é diretamente proporcional
à massa inicial pela velocidade da luz ao quadrado, sobre raiz quadrada da
velocidade da partícula estudada sobre a velocidade da luz ao quadrado menos
um, sendo a velocidade da partícula estudada tendente ao infinito.
Concluímos, assim, que a vibração da partícula estudada seria
infinita, não se limitaria, portanto, aos 300 mil Km/s da velocidade da luz.
Esta outra resposta, foi como que deixada de escanteio pelos estudos da Física,
porque ela derroga a Lei da Causalidade. Se tivermos uma partícula que supere a
velocidade da luz, ela regrediria no tempo e teríamos, então, uma derrogação da
lei da causalidade. Isto causa um certo mal-estar entre os físicos porque eles
teriam que modificar os paradigmas da própria Física e até mesmo os que servem
de modelo e guia ao nosso cotidiano.
O fato é que essa equação existe. E há pesquisadores que estão
em busca de uma representação física dessa equação e acreditam que ela possa
representar uma outra realidade física. Acreditamos que essa equação possa ser
aproveitada. Nela, infinito dividido por velocidade da luz é infinito, menos um
é infinito.
Vemos, então, que a velocidade da partícula estudada pode ser
infinito. O produto da massa pela velocidade da luz ao quadrado dividido por
infinito vai dar um número infinitamente pequeno, uma energia muito pequena que
poderíamos chamar de energia sutil. Essa energia seria a vital, própria do
períspirito, do corpo bioplasmático ou da matéria do plano espiritual. A
equação responderia a essa questão.
Isto quer dizer que as partículas teriam vibração tão intensa
que se tornariam indetectáveis aos nossos sensórios e aos aparelhos que a
Ciência detém hoje em termos de tecnologia.
Muito bem, veja que coisa curiosa, vamos, fazer um gráfico
ilustrativo dessas equações.
Podemos construir uma metáfora, mas para traduzir um conceito
verdadeiro. Imaginemos que aqui nós teremos o universo físico, e aqui o
universo mental. Então de acordo com essa formulação, o universo físico e o
mental, não teriam ponto de contato, o universo mental seria uma realidade
virtual do universo físico como a imagem de um espelho. Então a idéia de que a
imaginação, que o pensamento seriam coisas virtuais, destituídos de
representatividade física, estaria enquadrado dentro deste tipo de equação.
Agora aqui, os dois universos interceptam-se, acasalam-se, eles
se tocam. É como se Alice tivesse transfixado o espelho, vamos dizer assim.
Então o universo mental ou psíquico ou o universo da alma, tem
uma relação com o universo físico. A imaginação e o pensamento, teriam um ponto
de contato real e concreto com o universo físico.
Os estudos recentes de tomografias por emissão de pósitron e
ressonâncias funcionais, vêm mostrando que o ato de pensar consome oxigênio e
glicose, e diversos padrões do pensamento, como os da memória ou imaginação,
por exemplo, vão provocar um aumento da microcirculação cerebral, em áreas
específicas do cérebro que estão ligados a esses padrões.
Então a medicina vem demonstrando que o pensamento é uma
energia. Por que? Porque se o ato de pensar gasta oxigênio e glicose, realiza
trabalho. Entendendo-se por trabalho, o produto da força pelo deslocamento da
matéria; podemos concluir que o pensamento é uma força que consome oxigênio e
glicose, e, como tal, desloca matéria, realiza trabalho, então, é energia.
É uma energia que causa impacto sobre a matéria.
Resta um grande questionamento: o cérebro secreta o pensamento
ou este é produzido por um outro sistema e o nosso corpo seria um transdutor
desse pensamento? Afinal, o cérebro é o produtor ou veiculador do pensamento?
Para buscar respostas, precisamos entrar um pouco na matemática
de Gödel, esse eminente matemático que trabalhou com Einstein. Vou tentar
traduzir a minha compreensão sobre a complexa elaboração mental do Teorema de
Gödel.
A idéia básica seria a seguinte: Um sistema não é capaz de deter
autoconsciência.
Como seria isso? Imaginemos uma equação matemática por exemplo:
ax2 + bx + c = 0. Então essa equação vai chegar a um resultado, xI, e xII. Dois
resultados aliás.
Essa equação explica o resultado, mas o modo como essa equação
funciona somente poderá ser explicada por uma outra equação que vem de fora.
Vamos pensar também num computador: ele pode ser o mais
elaborado do mundo, ultra- rápido, quase dotado de consciência própria, quase,
porque ele depende de um programador que vem de fora. Se não há um programador
ele não pode funcionar, não tem como gerenciar a sua própria existência.
Imaginemos que esse computador seja o nosso cérebro, o mais
perfeito já construído. Sem um programador, esse computador não seria capaz de
ter autoconsciência.
A consciência, portanto, teria de vir de fora, de um programador
que não pertencesse à sua estrutura.
Assim, segundo o Teorema de Gödel, um sistema não é capaz de
autoconsciência, esta tem de vir de fora.O nosso cérebro sendo um computador, a
consciência, certamente, não vem dele, está num programador que está fora dele,
isto é, em um metasistema, distinto dele. Para nós, esse metasistema é o
espírito, alma ou psiquismo. Assim, o cérebro seria um arquivador, uma CPU, um
computador que viria de um programador que é o espírito.
Essa ideia é revolucionária na área da neurociência. Na verdade,
a nossa consciência não vem do corpo, mas este seria um transdutor dela, porque
a sua origem viria de um metasistema ou Espírito.
Roger
Penrose
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