quinta-feira, 20 de setembro de 2012


HOMENS PÚBLICOS

EVOCAÇÃO DO ESPÍRITO DE UM ANDARILHO

 
“Aqui me encontro a convite dos instrutores da casa. Obrigado por chamarem à vossa sessão, este que ainda labuta para dar os primeiros passos na senda do progresso.
-       Quem sois vós, irmão?

Resposta: Sou um andarilho, que passou toda a vida distante do convívio familiar ou do contato com as pessoas civilizadas.
-       Poderíeis nos falar um pouco de vossa experiência?

Resposta: Sim. É para mim, motivo de satisfação, pois tenho consciência que o vagar pela Terra me ajudou a ver muitas coisas importantes.
-       Dissestes que não tivestes contato com pessoas civilizadas, mas não as viu durante vossa vida?

Resposta: Sim. Não tive um contato muito feliz, quis dizer. Delas, recebi reproches e olhares de desdém.
-       Isso vos fez sofrer?

Resposta: Não tanto quanto tal ato provoca em muitos que vivem e viveram sem rumo como eu. Sentia no fundo do coração, que a experiência que vivia me seria útil de alguma maneira.
-       Mas os andarilhos em geral são revoltados.

Resposta: Nem todos. Aqueles que expiam seu passado, o fazem com inconsciente conhecimento de causa, o que nos momentos de desprendimento os conforta.
-       Dizeis que vossa vida de andarilho foi em encarnação expiatória?

Resposta: Sim, consegui quitar parte das dívidas que assumi numa encarnação, onde fora personagem rico e influente.
-       Todos os andarilhos expiam faltas do passado?

Resposta: De modo geral, todos os Espíritos encarnados na Terra expiam o passado. Mas alguns pagam débitos mais acentuados. Nem todos os andarilhos, porém, possuem tal peso a aliviar. Alguns vivenciam provas, outros, foram colocados à margem da vida pelos próprios parentes ou pela sociedade que poderiam cuidar devidamente deles. Afinal, eles não são em número tão grande.
-       O que determinou que tivésseis uma vida de tantas privações?

Resposta: Meu descaso para com a comunidade. Fui um homem de grande influência no passado. Mas minha vida foi a de um egoísta. Pensava mais em mim e nos meus interesses, do que naqueles que depositaram em minha pessoa seu voto de confiança, para que eu pudesse ajudá-los. Passei muitos anos nas regiões de sofrimento e trevas, até que após uma eternidade, consegui libertar-me. Depois, com a ajuda de Benfeitores espirituais, cuidei de encontrar solução para tantos descasos.
-       Como foi essa programação reencarnatória?

Resposta: Havia sofrido tanto no mundo invisível aos humanos, que fiquei desejoso de pôr fim aos descalabros provocados em vida. E o quis fazer da maneira mais rápida possível. Disseram-me, que a volta como andarilho poderia fazer-me quitar grande parte das dívidas com o Pai Celestial. E foi assim que nasci em família pobre e desde pequeno vivi no abandono, como se uma mão invisível me guiasse ao destino libertador.
-       Falas com desenvoltura. Não sois muito lúcido, para quem viveu como um andarilho?

Resposta: A lucidez me vem da bagagem adquirida anteriormente. Hoje, estando livre, posso fazer uso desse conhecimento.
-       Mas ele não se manifestou na matéria, durante sua encarnação como um andarilho?

Resposta: Nasci num organismo material, que contribuiu sobremaneira para que minhas faculdades permanecessem latentes. Sentia com freqüência, impulsos de inteligência, mas a matéria agia como um anteparo às minhas manifestações.
-       E como foi vosso regresso à pátria do Espírito?

Resposta: Morri, depois de sofrer o ataque de uma pneumonia. Meu organismo frágil não resistiu à ação funesta do micróbio.
-       Sofrestes muito tempo nas regiões umbralinas?

Resposta: Pela bondade de Deus, não. Despertei quase de imediato e fui recebido por dois anjos guardiães. Após adormecerem-me, eles me conduziram a uma colônia onde passei meus primeiros dias de adaptação.
-       Vossas recordações voltaram de imediato?

Resposta: Não. Tudo se fez gradualmente, até que consegui atingir a maturidade, pelo despertar de tudo o que eu era interiormente, agora burilado pelos sofrimentos pungentes a que fora submetido na minha última existência.
-       Que tendes a dizer da vossa experiência como andarilho?

Resposta: Sou feliz por esta dádiva. Mas pode-se escolher outros caminhos para a evolução. Basta que se guie na vida pelo bom senso, pela razão e retidão de juízo.
-       Mas não tivestes razão e bom senso quando endividastes?

Resposta: Sim, achava que tinha razão, que era dotado de bom senso. Mas de que razão falais? A que bom senso vos refere? O dos homens? Ora, irmãos, não há verdadeiro bom senso e razão sob o desconhecimento das leis de Deus. Pensai na reencarnação, pois ela é uma lei da vida. Pensai na lei de causa e efeito, pois através dela podereis guiar-vos nas boas obras, fazendo ao vosso próximo aquilo que quereis para vós mesmos. Pensai na imortalidade, não só como possibilidade teológica, mas como realidade de vida eterna, a única que verdadeiramente importa. Fui homem de grande importância social, mas deixei de cumprir com minhas obrigações frente ao povo necessitado. Perdi-me e os anos de sofrimento e desespero nas faixas umbralinas, fizeram-me descobrir um tesouro chamado Jesus. E eis que resolvi segui-Lo e, para isso, nada mais importava. Queria me desfazer de tudo o que até então me era importante, para poder ter o direito de estar com Ele no Paraíso. E foi como um andarilho, que me despi das riquezas materiais, dos meus títulos mundanos. Hoje sou feliz, por estar liberto e poder compreender Deus em suas graves conseqüências.
-       Gostaria de dizer algo aos homens públicos?

Resposta: Que cumprissem seu papel de agentes transformadores do mundo onde estão situados. Que suas responsabilidades coletivas sejam cumpridas em espírito e verdade. Que tenham a plena certeza de que são servos do povo, mas que jamais devem servirem-se dele. Deus não joga dados com o Universo, disse um sábio. Digo-vos que Ele a tudo vê e cobra, ceitil por ceitil. Acordai, irmãos da vida política. De vós, muito será cobrado.”

 -       Dr. Juvenal, o antigo político.

-       Luís Silva, o que andava pelo mundo em busca de paz.

 Mensagem mediúnica
Classificação: Evocação
Espírito: Juvenal / Luís Silva
GEBEM

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