AS CONTRADIÇÕES DOS ENSINOS
A Doutrina Espírita chegou ao mundo há cerca de 150 anos,
cumprindo assim a promessa de Jesus de que enviaria aos homens outro
Consolador, que iria relembrar os Seus ensinamentos e acrescentar novos
conhecimentos. Uma pessoa madura que resolva examinar os ensinamentos do
Espírito de Verdade, constante na obra da Codificação, facilmente verificará a
clareza dos ensinos, a coerência com outros conhecimentos, a harmonia com os
Evangelhos, enfim perceberá que o Espiritismo é uma questão de bom senso.
É também verdadeiro pensarmos que, se estes novos ensinamentos
chegaram a nós nesta fase em que se encontra a humanidade, é porque esta mesma
humanidade está em condições de absorvê-la. A Providência Divina, não iria
trazer ao mundo revelações que não tivessem condições de serem assimiladas.
Mas, então por que o pleomorfismo de ideias, de interpretações em torno dos
ensinamentos espíritas? Por que, apesar da enorme divulgação que teve a
proposta espírita, ainda existe uma enorme confusão a respeito do que seja realmente
Espiritismo e sua finalidade para a humanidade?
Qualquer pessoa que procure se inteirar um pouco mais a respeito
do Movimento Espírita e que visite diferentes casas espíritas, verá que não
existe uma concordância de ensinos, tanto no tocante aos conhecimentos, como às
práticas e orientações fornecidas. Perceberá também o estado de estagnação, de
desorganização que algumas casas se encontram. Por que um grande número casas
espíritas têm poucos frequentadores e poucos trabalhadores?
Um observador mais atento, conversando com alguns irmãos
espíritas, que são pessoas que se presumem conheçam os ensinamentos de Jesus e
de Kardec, facilmente verificará o mundo de fantasias e ilusões que reina em
determinadas mentes, no que diz respeito ao assunto Espiritismo. Se frequentar
eventos, congressos espíritas, ele começará a entender como é constituído o
movimento. Enfim, uma pessoa normal, bem orientada, com capacidade de crítica,
com os conhecimentos básicos da Doutrina Espírita, facilmente identificará os
desvios, a falta de organização e o distanciamento existente entre o que se faz
na casa espírita e o legado de Allan Kardec.
A mensagem de Jesus veio para libertar o homem do reino da
ignorância. O Espiritismo veio explicá-la, dar-lhe o sentido da racionalidade,
dando-nos condições de compreendermos o que nos foi revelado. Uma grande
parcela da humanidade já se encontra apta a entender a proposta espírita, e
aqueles que estão de posse dessa mensagem têm a obrigação de transmitir os
ensinamentos, bem como de conduzir as práticas, em conformidade com a
Codificação.
Não é correto desprezarmos tais revelações e ensinamentos, nem
tampouco modificá-los ou interpretá-los a nosso bel-prazer. A única maneira
segura de não nos desviarmos do caminho é termos Kardec como base fundamental e
Jesus como Mestre. Portanto, estudemos com seriedade as Obras Básicas. Elas são
luzes potentes que nos guiam com segurança no mundo da espiritualidade, a base
sólida para compreendermos as leis do universo.
Organizemos a nossa casa, para que a mesma seja um local aonde
os bons Espíritos encontrem as condições necessárias para realizarem os seu
trabalhos. Sejamos verdadeiramente humildes para reconhecer os nossos erros, e
tenhamos coragem para quebrar este espírito de passividade e de atraso que
impera na maior parte das casas espíritas deste país. Façamos a nossa parte.
Não nos esqueçamos que é através do conhecimento, do estudo, do
trabalho e das vivências, que adentraremos no mundo de luz. Como bem disse René
Descartes, os estudos devem ter por meta dar ao Espírito uma direção que lhe
permita formular juízos sólidos e verdadeiros sobre tudo que se lhe apresenta.
Os trabalhadores e dirigentes espíritas têm o compromisso perante a
espiritualidade de se capacitarem para o bom desempenho das funções a fim de,
adequadamente, ajudar ao próximo, e ser dignos de constar na fileiras de
trabalhadores da Seara de Jesus.
Francisco
A. M. Medina
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