NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON”
―(...)
Se a riqueza é a causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se
provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem,
que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso
o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a consequência do estado de
inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de
produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o
bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação,
poderoso elemento de progresso intelectual.
Com
efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta.
Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população
que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce
incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é
insuficiente, será necessário buscá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre
os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam
destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as
comunicações. Para trabalhos que são obras dos séculos, teve o homem de extrair
os materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de os
executar com maior segurança e rapidez. Mas, para os levar a efeito, precisa de
recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência.
A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a
inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação
das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes
verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não
mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com
razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso‖
(Do
livro ―O Evangelho Segundo o Espiritismo‖, cap. XVI item 7, de Allan Kardec,)
ESTUDAR KARDEC
CONHECER KARDEC
PARA VIVER JESUS
EVANGELHO NO LAR E NO CORAÇÃO...
PAZ NA HUMANIDADE
NÃO TEVE TEMPO
— Fui
espírita... Nasci em berço espírita. Recebia passes e, de quando em quando,
comparecia a algumas conferências. Quando solicitado, cooperava com esta ou
aquela campanha de benemerência. Sempre quis ser médium, mas nunca tive tempo
para dedicar-me. Frequentava clubes e... a família me fazia certas cobranças.
Os negócios me absorviam muito e eu precisava cuidar do pão de cada dia, vocês
não acham? Quem, afinal, iria alimentar-me?! Sabemos que o ―maná‖ só caiu de
graça do céu uma única vez... Fui espírita... Jamais deixei de recorrer à ajuda
espiritual quando as coisas apertavam para mim, pois, em qualquer
circunstância, não negava a minha fé. Tinha vontade de realizar o culto do
Evangelho no lar, mas... Começava a ler livros interessantes, no entanto, não
sei por que não conseguia terminá-los... O pessoal do Centro pedia muito; não
podia me ver, e eu tinha que viver me esquivando... Só porque me percebiam com
correntes e pulseiras de ouro, carro novo, imaginavam que eu fosse rico... Fui
espírita... Na minha casa cheguei a ter uma biblioteca imensa. A minha avó era
médium vidente. Quando criança, eu frequentava aulas de evangelização. O tempo
na Terra é curto em excesso. Vejam vocês: quando eu estava conseguindo reunir
as condições para realizar o meu sonho, que era o de vincular-me a uma tarefa,
fundar um núcleo, sei lá, desencarnei... Não tive tempo...
Ouvindo,
na Vida Maior, o companheiro em tão pungente depoimento, como se estivesse
ensaiando para explicar-se nas barras do tribunal da Divina Justiça, arrisquei
a indagação:
— Meu
irmão, com quantos anos você deixou o corpo?...
— Ah!,
meu amigo, eu já tinha passado dos 70...
Allan Kardec
Ramiro
Gama
Fonte: BACCELLI, A. CARLOS, LINDOS CASOS DE ALÉM-TÚMULO ( pelo
Espírito Ramiro Gama), cap. 32, 1ª Edição, 1998, Editora DIDIER
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