quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A HORA DA COLHEITA

É chegado o tempo da depuração. É chegado o tempo do restabelecimento da verdade revelada em sua pureza natural. Após dois mil anos da mensagem do Cristo e após cento e cinquenta anos da sua ratificação e sua explicação à luz da Doutrina Espírita, o homem ainda não compreendeu a profundidade dos ensinamentos e as responsabilidades deles decorrentes.
Os ensinamentos de Jesus libertam o homem do reino da ignorância, mas o que se verifica é que somente uma minoria dos homens se esforça em compreendê-los e em aplicá-los à sua vida. Da totalidade de Espíritos que habitam o orbe, permutando posições entre o invisível e o plano encarnado, talvez apenas 25% compreendam a proposta de Jesus e tenham condições de habitar um mundo mais evoluído do que este.
Um observador atento identificará nos dias atuais a profunda pobreza de valores morais existente no ser humano contemporâneo, a instabilidade no tocante às condições físicas do planeta, o erro no direcionamento dos objetivos da vida. Apesar do apreciável desenvolvimento científico, a humanidade cada vez mais continua presa ao materialismo asfixiante, que a escraviza num ciclo vicioso de sofrimento, aonde as vicissitudes tendem a ser mais e mais aguçadas. Este panorama poderia sem sombra de dúvidas ser outro, caso os homens se permitissem focalizar suas lunetas para o objetivo real da vida. A idéia reencarnacionista, se fosse aceita e compreendida, teria o poder revolucionador e moralizador desta humanidade decaída.
Acontece que as forças do sistema existente no orbe terrestre, próprias de um mundo de prova e expiação, por uma questão de sintonia, mantêm prisioneiros os Espíritos afins. São irmãos preguiçosos, de pouca vontade, que se nutrem com prazeres na esfera da matéria, que por seu livre arbítrio optam pelo caminho mais fácil. Como diria Jesus, larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição e muitos são os que entram por ela.
A escola da vida é o laboratório aonde o Espírito desenvolve seus valores, e como toda escola exige trabalho, dedicação para que se obtenha o aprendizado. O nosso orbe terrestre está saturado de alunos repetentes, que insistem em não despertar para um amanhã melhor. Os ensinamentos de Jesus e a Doutrina Espírita, revelações divinas que ampliam os horizontes do homem e o conscientiza da necessidade de mudança, conseguem sensibilizar a poucos. Uma parcela pequena da humanidade se diz espírita, e dentre estes, existe uma complexa heterogeneidade de modos de pensar e agir em nome do Espiritismo.
É necessário que se diga que a doutrina de Jesus e o Espiritismo não permitem variações de interpretações. Nós é que temos que nos adaptar aos novos ensinamentos. Temos que nos esforçar para compreendê-los, pois nada mais são que as leis naturais, ou seja, as leis de Deus. E o homem não pode transgredir as leis naturais. Evoluir é colocar-se em harmonia com estas leis. Os espíritas deveriam ser, portanto, pessoas que têm uma profunda identidade e afinidade com Jesus, que vivam conscientes de suas responsabilidades, colocando em prática os ensinamentos deixados, sendo um bom exemplo a seu semelhante. A constatação da realidade existente, porém, é bem diferente. Sob o nome de Espiritismo existe uma complexa confusão que mais atrapalha do que edifica.
A humanidade, entretanto, segue sua trajetória evolutiva. O planeta Terra vivencia uma época difícil. Existe um clima no ar que aspira por necessidade de mudanças, aonde seja restabelecido um mundo mais justo para aqueles que optaram por seguir segundo as leis divinas. As profecias falam isto e Jesus nos alerta em muitos de seus discursos. O joio e o trigo já cresceram. É chegada a época da colheita. O joio será colhido primeiro, atado em molhos e posto para queimar. Então o trigo será colhido e recolhido ao celeiro.
O mundo de regeneração será nosso próximo estágio evolutivo. Lá não haverá espaço para as tropelias da insensatez humana. Estaremos mais próximos do Novo Céu e da Nova Terra da profecia milenar. Os que não se tornarem dignos da promessa continuarão a esperar e amadurecer nas estufas dos mundos inferiores, purgando os resíduos da animalidade. Essa é a lei inviolável da antropologia espírita.
 

Francisco A. M. Medina
Texto publicado em 03/03/2000

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