A VIDA
DE UM LOUCO
“Torno a esta casa para relatar parte de minha experiência que
servirá para o aprendizado dos que aqui buscam melhorar seu entendimento. Como
sabeis pelo trabalho realizado há algum tempo aqui, fui um louco em minha
última encarnação. Procurei por todos os meios possíveis compreender as razões
de minha existência, quando na carne. Por tempo que não posso precisar, tentei
um entendimento melhor das coisas, porém, era como se algo me impedisse de
seguir adiante. Não conseguia alcançar o significado dos ensinamentos que
freneticamente buscava na tentativa de descobrir o meu eu interior. Por várias
vezes visitei profissionais da área psíquica, pois minha família julgava-me
diferente por seguir sempre em uma conduta de introspecção e isolamento.
Na adolescência, perdi-me no mundo das drogas, algumas inocentes
para os padrões atuais, mas igualmente deletérias para o Espírito imortal.
Envolvi-me com toda sorte de experiências principalmente no aspecto sexual,
fazendo parte de um grupo onde se praticavam em excesso a libertinagem e o
prazer em grupo. Por fim, encontrei criatura doce e compreensiva que me acolheu
em seu coração e com ela contraí matrimônio. Cedo, porém, dei mostras de meu
desequilíbrio, pois buscava nela as coisas que só poderia encontrar em seres
desequilibrados com eu. Tentei o trabalho, mas não hauri formação profissional
em área alguma por falta de estudo e grande ociosidade em época onde deveria me
ocupar dele.
O meu ganha-pão resumia-se a trabalhos esporádicos onde a
qualidade não era a coisa mais importante. Entretanto, havia o amparo dos meus
pais e de minha doce esposa que a tudo supria e suportava. Permaneci em
convivência conturbada por oito anos, levando minha companheira à beira da
loucura pelos meus maus hábitos, minhas esquisitices e principalmente por
querer levá-la e praticar atitudes desvairadas no campo da sexualidade. Busquei
essa forma de prazer nas ruas, com homens e mulheres, por longo tempo, sem que
ninguém em minha família soubesse.
Sem perceber, fui entrando em grau de desequilíbrio tamanho que
já não me reconhecia são em nenhum momento. Poderíeis afirmar, então, que minha
loucura era obsessional. Não. As companhias espirituais que me visitavam eram
em decorrência do estado mental patológico, evidentemente em decorrência de
minha doença moral. Eles eram parte coadjuvante, mas não os causadores do meu
desequilíbrio.
Um dia, ao chegar em casa, encontro minha esposa morta e eu já
não sabia o que se passava de fato. Se era dia ou noite, se havia me alimentado
ou não. Enlouqueci de vez e saí perambulando pelas ruas, sem reconhecer sequer
os amigos que tentavam desesperadamente me ajudar de alguma forma.
Amigos, assim permaneci por longo tempo. Andava, corria,
gritava, dormia. No dia seguinte tudo se repetia. Minha morada eram as
marquises dos prédios, as ruas, as estações. E assim passaram-se anos até que a
misericórdia de Deus pôs fim ao meu sofrimento. Acordei deste lado da vida,
achando ainda estar na carne e com as mesmas disposições mentais. Só depois de
certo tempo fui recuperando minha consciência e lucidez, e compreendendo o
grave momento em que me encontrava.
Fui auxiliado por amigos espirituais que se dedicam
exclusivamente a esse tipo de enfermidade e levado para campo específico de
atendimento e trabalho. Aqui também existem as especialidades médicas, tal qual
na Terra. O restante de minha experiência ficará para uma nova oportunidade.
Que Deus os abençoe”. – Abelardo.
SEEAK
Mensagem mediúnica
Classificação: Depoimentos
Espírito: Abelardo
SEEAK
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