CRISTO, O VERDADEIRO FUNDAMENTO
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra da cada um. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão" - (I Coríntios, Capítulo 3, versículos
Paulo de Tarso foi um dos mais fervorosos apóstolos do Mestre. O seu cuidado com a difusão da genuína mensagem de Jesus é explícito em todas as suas cartas. Já naquele tempo, como em todos os tempos, existiam os que, de posse do conhecimento da palavra de Deus, achavam-se capazes de modificá-la, adequando-a aos costumes e crenças da época, desvirtuando o seu verdadeiro sentido. Paulo, consciente do seu dever de levar a Boa Nova ao mundo, tratava de esclarecer seus discípulos sobre o risco dos falsos mestres e falsas doutrinas. Em cada núcleo fundado, tinha o cuidado de alertar sobre essas coisas, pois sabendo da natureza falível do homem, percebia que facilmente a mensagem era adequada ao judaísmo vigente. Por outro lado, entre os gentios, encontrava todo o atavismo de um povo pagão, com seus deuses, cultos e rituais, que dificultava o entendimento de uma doutrina isenta de atos exteriores, que falava do amor aos semelhantes e da reforma interior e tratava com energia os que mercadejavam com as coisas de Deus.
Estudando seus escritos, percebemos a grande preocupação do Apóstolo com a essência dos ensinamentos nos núcleos. É que, de vez em quando, surgiam aqueles que, dizendo-se mestres, ministravam conceitos que não estavam fundamentados na doutrina do Cristo. Muitas das vezes eram originadas das adequações do judaísmo ou, como no caso dos pagãos, da grande confusão que faziam sobre Deus, na época. E grande foi o trabalho deste homem em administrar tudo isso, assim como enorme também era sua angústia ao retornar aos núcleos fundados e vê-los disseminando idéias distorcidas da verdade deixada por Jesus. Mas, era compreensível. O terreno ainda era árido e a semente jogada nem sempre encontrava solo propício para o crescimento.
Na abertura desse artigo, os escritos de Paulo de Tarso alertam sobre a responsabilidade dos que ensinam. Falam da necessidade de observar o fundamento, que não é outro senão o Cristo. Porém, cada um veja como edifica, diz ele, pois manifesta se tornará a obra de cada um. Trazendo esses ensinamentos para os dias de hoje, percebemos ainda sua atualidade. Sendo a Doutrina Espírita o Consolador Prometido, os centros espíritas têm a obrigação de orientar as criaturas no conhecimento dessas verdades, tirando o homem do mundo de servidão e ignorância, levando-o ao autoconhecimento e, consequentemente, ao aprimoramento moral e intelectual de suas almas.
Devemos estar alerta para aquilo que é ensinado dentro das casas espíritas. Vejamos de que forma se está desempenhando a tarefa de difundir a mensagem consoladora e redentora entre os homens do nosso tempo. Analisemos o que está sendo dito pelos expositores em suas falas. Se está atendendo aos objetivos edificadores de um novo homem, com a simplicidade devida ou se a tribuna espírita não vem servindo apenas como palco de vaidades, para os que desejam ser vistos pelos homens. Importante saber se não se está enredando por caminhos outros, baseando-nos em doutrinas estranhas que falseiam de forma sutil o verdadeiro papel do Espiritismo. Se ainda não se têm maturidade para realizar este exame sincero, longe se está de atender aos propósitos divinos de regeneração interior.
Tenhamos cuidado em identificar os falsos mestres, que com suas habilidades, semeiam a confusão e a desordem, introduzindo nas casas espíritas práticas que nada têm a ver com as instruções deixadas por Allan Kardec e, o mais grave, dissociando a Doutrina dos Espíritos dos seus fundamentos cristãos. Com esses, é preciso cautela. Sobre isto, Paulo já alertava Timóteo: "Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas".
Autor: Vanda Simões
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